«Pois é, o capitalismo democrático dá-nos a ilusão de que temos poder, mas não temos, somos mais manipulados do que alguma vez o fomos. Os media não são o 5º Poder mas o 1º Poder. É através deles que pensamos, agimos, reagimos e actuamos... Se não temos um qualquer suporte (filosófico, cultural, religioso, espiritual) ficamos completamente vulneráveis à mercê daquilo que nos oferecem...»
(Enviado por e-mail, sem autor)
Pois é. Intelectuais de direita e esquerda têm declarado sistematicamente ao longo dos tempos a morte das "ideologias", ou porque assim o desejam ou porque julgam constatar um "facto". Ora, os "factos" são sempre construções nossas, ainda que possam conter uma certa dose de objectividade. O mais acertado é suspeitar que quanto mais o dizem mais o facto é criado, instilado. Suspeito, portanto, que muitos dos indivíduos, jovens ou menos jovens, que ora nisso acreditam, foram influenciados pelo que vão lendo (a própria escolha do que se lê é já suspeita). Quer designemos a mentalidade dominante de "ideologia" (conjunto de percepções sociais) ou com outro nome qualquer, ela existe; existe uma "cognição social" colectiva e não exclusivamente individual, composta de "opiniões" mais ou menos esquemáticas e estereotipadas, nas quais assumem especial relevância as "ideias dominantes". Quais as fontes emissoras destas mensagens? Os meios de comunicação em primeiro lugar, as escolas, as famílias, os eventos culturais e recreativos. Trata-se, portanto, de compreender quem se apropria dos meios de comunicação, que interesses satisfazem essas "ideias dominantes" e porque se tornam elas dominantes. Esse é trabalho da Filosofia, mas também (ou devia ser) da Sociologia, Psicologia Social, etc. Não é coutada exlusiva dos académicos, os cidadãos podem alcançar a mesma compreensão distanciada e objectiva através da interpretação da Informação (ruidosa), suspeitando e aplicando critérios racionais.
Daí que para contradizer (ou denunciar) as mentiras e meias-verdades dominantes, é indispensável criar outras fontes de informação alternativas, uma espécie de contra-poder. No "capitalismo democrático" existe espaço para tal ( o capitalismo utiliza em seu proveito os regimes democráticos, por isso tem que admitir a oposição). Nestes espaços germina a mudança. Leve o tempo que levar.
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