Sobre as "ideias dominantes"
Alguns exemplos:
1. O tema do Amor é tão insistentemente cantado pelos artistas do espectáculo que exercem uma influência que não é de subestimar na exigência que os indivíduos exercem sobre o conteúdo das relações inter-subjectivas, ajudando a compreender as experiências antes do casamento, cada vez mais precoces e menos censuráveis. Os próprios casamentos (compromissos) tendem a apoiar-se nessa expectativa. Realizando-se sobre essa base tão fluida e volátil, os casamentos desmoronam-se com mais facilidade, tanto mais que as separações e divórcios são admitidos pela sociedade. Um facto está na proporção directa do outro. Noutros tempos passados o Amor era uma invenção dos poetas e trovadores, na realidade a censura era dura e os casamentos faziam-se por trocas e contratos. O marqueting apropriou-se dessas expectativas e contribui para aumentá-las.
2. O tema dos "direitos humanos" compõe uma das estratégias principais das propagandas políticas. No entanto, exprime uma formidável conquista civlizacional. Sendo que a sua origem se encontra já no Iluminismo e na Revolução Francesa, a sua disseminação é uma forte característica do pós-guerra e, sobretudo, dos anos sessenta até hoje. Foi utilizada como arma de "guerra" na "Guerra Fria", contudo é um instrumento actualmente poderosamente eficaz na propaganda dos regimes capitalistas, grosso modo pelo imperialismo (refiro-me em particular ao Império, isto é, aos EUA), contra regimes que deseja abater, começando por desacreditá-los, justificando a seguir o ataque em forma. A Opinião Pública é sensível a esse tema, portanto uma "ideia dominante" converte-se numa estratégia das classes sociais dominantes.
1 comentário:
as sonoras proclamações do direitos do Homem como legitimação à escala planetária de uma ordem social não apenas injusta mas desumana e cruel...
abraços
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