Há uma coisa que faz falta ao comum dos indivíduos: a memória histórica. A ausência de conhecimentos da história e a avalanche ruidosa de informações espartilhadas, descentextualizadas, somadas à desarumação da mente, impossibilita a análise racional dos factos (sejam eles construídos, sejam eles objectivos). Os factos são "coisas", ensinava Durkheim, externos, coercivos, relativos. Olhados, podem nem sequer verem-se. Necessitam de articulações, análises e sínteses como ensinava o racionalismo pioneiro de Descartes. As informações e notícias são produtos simplificados, os factos são complexos (relações de causa-efeito, relações dialécticas, associações e continuidades). A História ensinada é fragmentária, partes a que falta o todo. Ora, a totalidade é uma categoria fundamental do pensamento.
Nestas ausências desvelamos as debilidades do pensar comum e contemporâneo que, assim, aceita o que lhe dão sem pestanejar.
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