Estado Islâmico destrói dezenas de estátuas milenares no Iraque
Os ataques do EI não têm só como alvo vidas humanas: os terroristas têm destruído bibliotecas, igrejas e teatros. Agora, foi a vez de um museu, onde dezenas de estátuas milenares foram reduzidas a pó.
Mais um ataque do Estado Islâmico. Desta vez não contra vidas humanas, mas contra monumentos de valor incalculável. Esta quinta-feira a organização terrorista divulgou um vídeo onde é possível ver os seus militantes a destruírem dezenas de estátuas e relíquias milenares. Algumas das peças datavam dos séculos VII e VIII a.C..
O ataque aconteceu no Museu Histórico de Mossul, no Iraque – uma das cidades sob o domínio do Estado Islâmico desde junho de 2014. Segundo a agência EFE, entretanto citada por vários órgãos de comunicação social, no vídeo é possível ouvir um dos terroristas a gritar: “O profeta Maomé ordenou que nos livrássemos das estátuas e das relíquias. Os seus companheiros fizeram o mesmo quando conquistaram cidades em seu nome”.
Depois de derrubarem as estátuas, os militantes do Estado Islâmico certificaram-se que (quase) nada restava das figuras. Além de as partirem com todo o tipo de ferramentas, usaram ainda martelos para transformarem em pó estátuas históricas. Algumas com quase três mil anos e que remontam à civilização assíria que habitou na antiga Mesopotâmia.
Este ataque foi mais um duro golpe para a herança (pouca) que resta dessa civilização, como recorda um dos editores do El País, Jorge Marrirrodriga, numa análise publicada naquele jornal. Das relíquias e memórias da cidade bíblica de Nínive, que sobreviveram ao fator tempo, mas também às sucessivas guerras, pilhagens e destruição, muitas encontram-se em sítios longínquos, como Londres. Outras estão no Museu de Mossul. Ou estavam, antes deste atentado.
Nas imagens do vídeo é possível ver dois terroristas a destruírem “duas estátuas majestosas, esculpidas em pedra pelas mãos humanas há milhares de anos”. As mesmas que “foram agora reduzidas a nada pelo trabalho de outras mãos que desprezam qualquer vida humana e de trabalho”, escreveu Marrirrodriga.
No entanto, esta não foi a primeira vez que o Estado Islâmico dirigiu ataques contra símbolos culturais de outras civilizações e religiões. No último fim de semana, por exemplo, a organização terrorista saqueou e destruiu a Biblioteca Municipal de Mossul, fundada em 1921. Foram incendiados 8 mil livros e manuscritos, alguns de 5.000 a.C.. Também um teatro e uma igreja não escaparam ao ódio dos extremistas.
Ataques à herança cultural dos inimigos são, infelizmente, comuns. O mais recente terá sido o da destruição das estátuas gigantes dos budas de Bamiyan, no Afeganistão, destruídas pelos talibãs em 2001, que estão agora a ser reconstruídas com apoio da UNESCO.
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