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segunda-feira, 10 de julho de 2017

A filosofia de Merleau-Ponty

O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty exercitou em sua teoria reflexões sobre a fenomenologia, movimento filosófico segundo o qual, assim que algo se revela frente à consciência humana, o Homem inicialmente o observa e o percebe em completa conformidade com sua forma, do ponto de vista da sua capacidade perceptiva. Na conclusão deste processo, a matéria externa é inserida em seu campo consciencial, convertendo-se, assim, em um fenômeno.
Maurice nasceu na cidade de Rochefor-sur-Mer no dia 14 de março de 1908, realizou seus estudos na École Normale Supérieure de Paris e graduou-se em filosofia. Em 1945 ele passou a dar aulas na Universidade de Lyon e, a partir de 1949, atuou na Universidade de Paris I.
Sua obra foi profundamente inspirada pelos trabalhos do matemático e filósofo alemão, considerado o pai da fenomenologia, Edmund Husserl, apesar de negar sua doutrina do conhecimento intencional, preferindo basear sua construção teórica na maneira de se portar do corpo e na captação de impressões dos sentidos. Ele acreditava no organismo como uma configuração integral a ser explorada, o que possibilitaria aos estudiosos entenderem o que se passa depois que ele é submetido a inúmeros estímulos.
Para o filósofo, o Homem é o núcleo dos debates sobre o conhecer, que é criado e percebido em seu corpo. No exame minucioso da percepção, Merleau-Ponty converte o processo fenomenológico em uma modalidade existencial, resumindo no ‘logos’ a estrutura do mundo. Segundo sua concepção, a filosofia permite um novo aprendizado do olhar sobre o universo que o envolve, um retorno ao âmago do objeto.
O filósofo tem ciência de que as teorias convencionais sobre a percepção e a psicologia deixam de explicar em que instante a consciência é integrada no mundo. Com esses limites, é impossível perceber a sensação em sua pureza; assim, ela é sempre implantada em um espaço, no qual é naturalmente analisada.
A base do conhecimento está, portanto, na capacidade de perceber o que nos cerca, o que implica também o processo de dar significado ao que foi captado pelos sentidos, para que se possam realizar as necessárias conexões entre os objetos perceptíveis, o que torna possível vê-los como um todo.
Segundo o filósofo, a esfera humana é uma espécie de ‘intermundo’, o qual pode ser explicado como o contexto histórico, a simbologia, ou a verdade a ser construída, algo que acena com a possibilidade de uma significação das coisas, apesar de todos os paradoxos existenciais; nesse campo o Homem depositaria todas as suas expectativas. Neste ‘intermundo’ cada ser é visto pelo outro como uma fração de mundo, a interação entre as consciências e a ligação dialética entre o proprietário e o escravo.
As obras mais significativas de Merleau-Ponty são as de natureza psicológica, entre elas A Estrutura do Comportamento, de 1942, e Fenomenologia da Percepção, de 1945. Na sua fase mais política ele elaborou uma série de ensaios de teor marxista na publicação Humanismo e Terror, de 1947, uma apologia do comunismo soviético de fins da década de 40. Em 1955 ele passa por uma modificação na sua visão sobre este regime, no ensaio As Aventuras da Dialética, de 1955, no qual o marxismo é visto como apenas mais um método para se alcançar a verdade.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maurice_Merleau-Ponty
http://educacao.uol.com.br/biografias/maurice-merleau-ponty.jhtm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Husserl
Arquivado em: Biografias, Filosofia
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