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terça-feira, 14 de abril de 2020

Friedrich-Engels e a Ciência Contemporânea (livro).pdf Muniz G . Ferreira


Friedrich Engels – Wikipédia, a enciclopédia livre
Edufba 2007
Mauro Castelo Branco de Moura
Muniz Ferreira
Ricardo Moreno
(Orgs.)
Biblioteca Central Reitor Macêdo Costa - UFBA
F911


Apresentação
Augusto C. Buonicore*
I
A iniciativa do Grupo de Pesquisa Marx no Século XXI (FCH/UFBA)
e do Instituto Maurício Grabóis, de realizar um seminário sobre Engels e
a ciência contemporânea é algo para se comemorar. Tratou-se de uma
justa homenagem aos 110 anos, comemorados no ano passado, de uma
das personalidades que mais contribuíram para o desenvolvimento das
ciências humanas e a construção de um programa alternativo ao
capitalismo. Um homem que, como poucos, soube articular a teoria à
prática transformadora.
A homenagem também não deixa de ter certo sabor de vingança
– uma caprichosa vingança da história. Desde o início do século XX,
desenvolveu-se, no campo da intelectualidade de esquerda, uma forte
corrente que buscou minimizar – ou mesmo desqualificar – as contribuições
de Engels ao processo de formação do marxismo.
O conflito ganhou novos contornos com a publicação dos
Manuscritos econômico-filosóficos (1932) de Marx e de Dialética da
natureza (1939), de Engels. O primeiro havia sido escrito em 1844; o
segundo, na década de 1870. Estes trabalhos, redigidos em períodos e
sob perspectivas tão diferentes, passaram a ser considerados provas
definitivas da existência de uma profunda diferença entre Engels e Marx;
Engels considerado mecanicista, positivista e economicista; Marx, dialético
e antidogmático.
Entre outras coisas, Engels passou a ser acusado de ter criado
os pressupostos teóricos e políticos do reformismo social-democrata e
do stalinismo. Os alvos centrais dos críticos foram os seus textos
filosóficos, nos quais ele buscava provar a existência de um movimento
dialético também da natureza. Uns o acusaram de tentar naturalizar a
história humana; outros, contraditoriamente, de buscar humanizar a
natureza.
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Apresentação
Houve, assim, uma verdadeira subversão da opinião amplamente
hegemônica no interior do movimento socialista até as primeiras décadas
do século XX, quer na vertente social-democrata quer na comunista. Num
artigo fúnebre, escrito em 1895, Lênin escreveu: “Desde o dia em que o
destino juntou Karl Marx e Friedrich Engels, a obra a que os dois
consagraram toda a vida converteu-se numa obra comum”. E concluiu,
“o proletariado pode dizer que a sua ciência foi criada por dois sábios,
dois lutadores, cuja amizade ultrapassa tudo o que de mais comovente
oferecem as lendas dos antigos”.
Os críticos muitas vezes se utilizam da própria modéstia de Engels
para atacá-lo. Buscam, assim, demonstrar que ele era, em todos os
aspectos, pensador bastante inferior a Marx. Pior: alguém que contribuiu
para descaracterizar a obra genial do amigo.
Em 1884 – ainda sob o impacto da morte de Marx –, Engels
escreveu: “Durante toda a minha vida tenho feito aquilo para que fui
talhado: ser um segundo violino – e creio que me tenho saído muito
bem nesta função. Eu sou feliz por ter tido um maravilhoso primeiro
violino: Marx.” Numa das notas ao Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia
clássica alemã, seguiu no mesmo tom: “Não posso negar que antes e
durante a minha colaboração de quarenta anos com Marx tive certa
participação independente, tanto na fundação quanto na elaboração
da teoria (...) A contribuição que dei (...) poderia ter sido trazida por
Marx mesmo sem mim. Ao contrário, o que Marx fez eu não estaria em
condições de fazer. Marx estava mais acima, via mais longe, tinha uma
visão mais ampla e mais rápida que todos nós. Marx era um gênio; nós
no máximo, tínhamos talento”. Engels via-se, no máximo, como um bom
segundo violino. Mas, na sinfonia que eles elaboraram, o segundo violino
era imprescindível.
Assim, contrariando grande parte dos intelectuais marxistas
ocidentais, devo afirmar que não existiria o que hoje conhecemos como
marxismo, sem a contribuição teórica e prática daquele “segundo violino”.
Marx e Engels, desde que se conheceram, estabeleceram certa
divisão de trabalho intelectual – procedimento bastante incomum
entre pensadores de tal porte. Na juventude, produziram
conjuntamente A Sagrada Família, A ideologia alemã e O Manifesto
do Partido Comunista. Não é sem razão que suas obras têm sido, na
maioria das vezes, editadas em comum.
Se pesquisarmos o conjunto dos textos destes dois intelectuais
socialistas – que iniciaram sua colaboração em 1844 –, não encontraremos
nenhuma prova da existência de diferenças significativas de opinião sobre
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Augusto C. Buonicore
qualquer dos temas centrais tratados por eles; e sabemos, por exemplo,
o quanto Marx era exigente – e mesmo intransigente – no campo da
“luta de idéias”. Marx não era homem de fazer concessões políticas ou
teóricas.
Foi Engels, em 1887, que elucidou a questão desta divisão
intelectual de trabalho: “Em conseqüência da divisão de trabalho existente
(...) tocou-me a tarefa de apresentar nossos pontos de vista na imprensa
periódica, portanto especialmente na luta contra as opiniões adversas;
de modo que sobrasse tempo a Marx para a elaboração de sua obra
maior”.
Foi dentro deste espírito que Engels escreveu Anti-Duhring (1877),
Do socialismo utópico ao científico (1880), As origens da família, da
propriedade privada e do Estado (1884), Ludwig Feuerbach e o fim da
filosofia clássica alemã (1886) e os manuscritos que, depois da sua morte,
dariam origem à Dialética da natureza, escritos na década de 1870. Mesmo
estes textos, muito criticados pela maioria dos “marxistas ocidentais”,
tiveram o dedo, ou melhor, a contribuição intelectual, do velho Marx.
Engels, no Prefácio à segunda edição de Anti-Duhring, deu conta
da parte que coube a Marx: “Tendo sido criada por Marx (...) a concepção
exposta neste livro, não conviria que eu publicasse à revelia do meu amigo.
Li-lhe o manuscrito inteiro antes da impressão; e o décimo capítulo da
parte segunda, consagrada à economia (...) foi escrito por Marx.
Infelizmente, eu tive de resumir por motivos extrínsecos. Era, aliás, hábito
nosso ajudarmo-nos mutuamente na especialização de cada um”. Eis uma
prova testemunhal do crime cometido por Marx contra sua própria teoria.
Mas a bête noir dos marxistas anti-engelsianos é Dialética da
natureza. Os manuscritos que deram origem a esta obra se inseriam
no combate teórico que se travava na segunda metade do século XIX.
Para cumprir esta missão, delegada pela social-democracia, Engels
passou oito anos estudando ciências naturais. No entanto, o trabalho
não pôde ser concluído e somente em 1925 viria a público. Nascido
como resposta ao materialismo vulgar – mecanicista – do século XIX,
seria recebido como prova tardia de um suposto viés positivista e
naturalista do autor.
Mesmo aqui, onde pensavam ‘pegar’ apenas Engels, acabaram,
indiretamente, atingindo o próprio Marx, pois este foi um leitor privilegiado
dos manuscritos e, inclusive, fez comentários positivos às margens daquele
trabalho. Os biógrafos afirmam que ocorreu uma discussão intensa entre
os dois amigos na segunda metade de década de 1870 e Marx dizia
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Apresentação
estar ansioso para ver a obra publicada. Se erros positivistas existem
neste trabalho, Marx, no mínimo, compartilhou amplamente deles.
Dentro do esquema teórico (materialista e dialético) elaborado
por Engels e Marx, eles estavam certos ao pensar a dialética como uma
lei geral do desenvolvimento tanto da natureza quanto da sociedade.
Estavam corretos também ao reafirmar que a história humana é um
prolongamento da história natural. Os homens fazem parte da natureza
e a ela não são estranhos. Toda ciência moderna comprova isso.
Se Marx não se dedicou a escrever sobre a dialética da natureza
foi porque, na divisão de trabalho, esta tarefa coube a Engels. O silêncio
sobre o tema não significa que Marx não o considerasse importante.
Existe, inclusive, uma significativa correspondência sobre o assunto,
publicada sob o título Cartas sobre las ciencias de la naturaleza y las
matemáticas
Podemos dizer que esta parceria profícua continuou bem depois
da morte de Marx. Foi Engels que publicou os livros II e III de O Capital,
decifrando os verdadeiros garranchos deixados por Marx e dando a eles
certa organização. Esse fato levou alguns estudiosos, corretamente, a
questionar a ausência do nome de Engels naquela monumental obra da
economia política contemporânea. Escreveu Lênin: “editando os tomos
II e III de O Capital, Engels ergueu ao genial amigo um grandioso
monumento no qual, involuntariamente, tinha gravado também o seu
próprio nome em letras indeléveis. Estes dois tomos de O Capital são,
com efeito, obra de ambos, de Marx e Engels”.
Não deixa de ser irônico que o maior crítico do positivismo e do
economicismo no interior do movimento socialista seja, posteriormente,
acusado de ser seu principal introdutor e incentivador. Justo Engels, que
tinha plena consciência da possibilidade de uma deturpação economicista
do marxismo e, por isso mesmo, dedicou seus últimos anos de vida a
combater a idéia daqueles que acreditavam ser a sociedade um simples
reflexo mecânico da economia. Ele, que não se cansou de reforçar o
caráter complexo e mediatizado da determinação econômica e a
importância das outras esferas sociais, como a ideologia e a política.
Escreveu Engels: “A responsabilidade de que, às vezes, os jovens
dêem ao aspecto econômico um peso maior do que o devido, deve cair
parcialmente sobre Marx e sobre mim. Frente aos nossos adversários,
era preciso sublinhar o princípio essencial negado por eles, e então nem
sempre tínhamos o tempo, o lugar, nem a ocasião para fazer justiça aos
demais fatores que intervêm na ação recíproca.” Numa carta a Bloch,
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Augusto C. Buonicore
escrita em 1890, afirmou: “Segundo a concepção materialista da história,
o fator que em última instância determina a história é a produção e a
reprodução da vida material. Nem Marx nem eu nunca afirmamos mais do
que isto. Se alguém tergiversa dizendo que o fator econômico é o único
determinante, converterá aquela tese em uma frase vazia”.
Na sua obra mais polêmica, Dialética da natureza, Engels criticou
duramente os que advogavam uma “concepção naturalista da história”,
pois estes encaravam “o problema como se exclusivamente a natureza
atuasse sobre os homens e como se as condições naturais determinassem,
como um todo, o seu desenvolvimento histórico. Essa concepção unilateral
esquece que o homem também reage sobre a natureza, transformando-a
e criando para novas condições de existência”.
Em Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã escreveu:
“a história do desenvolvimento da sociedade difere substancialmente, em
um ponto, da história do desenvolvimento da natureza. Nesta (...), os
fatores que atuam uns sobre os outros e em cujo jogo mútuo se impõe a
lei geral, são todos agentes inconscientes e cegos (...) Ao contrário, na
história da sociedade, os agentes são todos homens dotados de
consciência, que atuam movidos pela reflexão ou a paixão, perseguindo
determinados fins; aqui, nada acontece sem uma intenção consciente,
sem um fim proposto.”
II
Segundo David Mclellan: “Engels explorou seu imenso talento nas
áreas mais variadas possíveis: foi lingüista de primeira categoria,
importante crítico militar, pelos menos igualou-se a Marx como historiador,
foi pioneiro da antropologia e reconhecido orientador de uma dúzia da
partidos marxistas então emergentes”. O livro que, agora, os leitores
têm em mãos procura dar conta dessas múltiplas dimensões da produção
teórica daquele importante intelectual e dirigente socialista.
Dois autores, sob ângulos diferentes, procuram analisar as
contribuições de Engels à história e sociologia do trabalho. Aldrin Castellucci
realça o valor do livro A situação da classe trabalhadora na Inglaterra –
desde a utilização de fontes até as teses originais ali defendidas. O livro
seria um dos primeiros estudos sobre a cidade industrial moderna e da
relação entre as questões ambientais e o capitalismo industrial em
expansão, especialmente as suas conseqüências para os trabalhadores
urbanos. Rebate, segundo a linha de Hobsbawn, os que buscaram suavizar
a situação dos operários ingleses na primeira metade do século XIX.
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Apresentação
Antônio Luigi Negro – armado da perspectiva thompsoniana –
apresenta as diferenças entre a visão desses dois autores sobre a
constituição da classe operária. Thompson recusou a idéia de que a classe
operária fosse o resultado natural da soma da energia do motor a vapor
e a indústria algodoeira e que ela tivesse uma missão histórica pré-
estabelecida. As conseqüências de tais esquemas teóricos seriam: a
subestimação de outros grupos de trabalhadores e a incompreensão do
processo de formação da classe trabalhadora em outros lugares, como o
Brasil.
Muniz Ferreira trata de uma das facetas menos conhecida da
produção teórica de Engels: suas contribuições no terreno da ciência da
guerra. Pouquíssimos sabem que, pelos seus conhecimentos sobre o
tema, Engels foi convidado a escrever verbetes e artigos para diversas
publicações especializadas nos EUA, Inglaterra e Alemanha. Engels
defendeu “a historicidade da ciência militar” e demonstrou “a influência
da dinâmica econômico-social sobre a organização e composição dos
exércitos, sobre os métodos de condução das operações militares e sobre
a contribuição aportada por cada exército ao desenvolvimento da arte
da guerra” e vinculou “o desenvolvimento da arte e da ciência da guerra
aos momentos de efervescência revolucionária”.
Quartim de Moraes realça a atualidade do pensamento engelsiano
– e materialista – sobre a origem da linguagem e da consciência. No seu
artigo, combate as concepções idealistas que buscam sublimar a
consciência e separá-la da natureza e da matéria. A consciência, no
entanto, não seria anterior à linguagem. Ao contrário, sustenta o autor,
a linguagem seria mais antiga que a consciência, pois se constituiria
enquanto sua condição social. No artigo, reforça a justeza do materialismo
filosófico que afirma que “o homem é um produto da história natural”.
Isto, continua Quartim, “não significa reduzir a história da humanidade
às chamada leis naturais. O próprio Engels diversas vezes rebateu essas
idéias que buscavam ‘naturalizar’ as relações sociais”.
A interpretação engelsiana sobre a religião é feita por Elizete da
Silva. Corretamente ela afirma que, para Engels, os fenômenos religiosos
só poderiam ser plenamente entendidos na sua relação com as lutas de
classes. Foi dentro desta perspectiva que, por exemplo, Engels buscou
compreender as guerras camponesas na Alemanha e constatou que Lutero
e Münzer, ambos protestantes, “partiam de lugares sociais distintos” e
“representavam dois partidos de classes divergentes”. O primeiro
representava a burguesia ascendente; o segundo, as massas
camponesas. Os conflitos de classes, muitas vezes, se disfarçavam sob a
máscara dos conflitos entre religiões.
13
Augusto C. Buonicore
O jornalista José Carlos Ruy, seguindo na mesma trilha, concentra
suas atenções sobre o livro As guerras camponesas na Alemanha. Ruy
destaca três aspectos desta obra: 1º, a importância do trabalho de
generalização e interpretação dos dados empíricos; 2º, encarar a luta
política e religiosa como aspectos da luta de classes; 3º, a subordinação
da atividade intelectual do historiador às necessidades da luta política
do seu tempo – no caso aos interesses das classes populares. A própria
análise das guerras camponesas XV e XVI só poderia ser plenamente
entendida à luz do processo revolucionário por que se passava na
Alemanha em meados do século XIX
A polêmica relação de Engels com a etnologia evolucionista foi
abordada por Maria Rosário de Carvalho. Segundo ela, os dois amigos
ficaram entusiasmados com as descobertas de Morgan. Marx chegou
mesmo a afirmar que o antropólogo norte-americano, por outras vias,
estaria chegando ao materialismo-histórico. Talvez, argumenta a autora,
porque Morgan tenha sido “o primeiro que, com conhecimento de causa,
introduziu uma ordem precisa na pré-história da humanidade, e o fez à
luz do pressuposto de que todas as grandes épocas de progresso da
humanidade coincidem, de modo mais ou menos direto, com as épocas
em que se ampliam as fontes de subsistência”.
Renildo Souza e Mauro Castelo Branco de Moura, em dois
interessantes artigos, abordam as contribuições de Engels à Economia
Política. Renildo destaca o pioneirismo de Engels que, aos 24 anos, lançou
Esboço da crítica da economia política. Nesse trabalho, além de acentuada
crítica moral ao capitalismo, Engels “deteve-se na análise das categorias
econômicas clássicas, aportando formulações embrionárias importantes
para o marxismo”. Entre as antecipações contidas ali estariam: a
descoberta da tendência de a livre concorrência transformar-se em
monopólio; a tendência do capitalismo à instabilidade e ao desequilíbrio,
fruto da anarquia imperante na produção.
Mauro Castelo Branco de Moura também destaca o papel de Engels
na conversão de Marx ao estudo da economia política e introduz uma
outra faceta: a de “decano dos comentaristas e divulgadores” de O Capital.
Nos artigos escritos logo após o lançamento desta obra, Engels alertava
para a centralidade que adquiria ali a categoria de “exploração da força
de trabalho” e concluía pela necessidade de a ação revolucionária dos
trabalhadores superar aquela exploração.
Segundo Naomar Almeida coube a Engels a tarefa de sistematizar
as bases filosóficas, epistemológicas e científicas da dialética materialista.
Tarefa esta que lhe permitiu antecipar elementos centrais da teoria da
complexidade, paradigma vanguardista da ciência contemporânea, que
só seria popularizada na segunda metade do século XX.
Por fim, Olival Freire trata da influência do materialismo dialético nas
ciências da natureza, especialmente na antiga União Soviética. Os últimos
anos, segundo o autor, “têm permitido uma avaliação mais multilateral da
fortuna do pensamento de Engels nas ciências da natureza no século XX”.
A conclusão que se poderia extrair é que “o pensamento de Engels, e o
marxismo em geral, foi, em um número de casos, um quadro de pensamento
que se revelou inspirador para o desenvolvimento das ciências”.
Notas
* Augusto C. Buonicore é historiador, mestre em ciência política e
pesquisador do Cemarx/Unicamp. É secretário-geral do Instituto Maurício
Grabóis (IMG) e membro do conselho editorial das revistas Princípios,
Debate Sindical e Crítica Marxista.

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