A NATO será derrotada nesta guerra que iniciou contra a Rússia nos anos de 2014 servindo-se da Ucrânia. Esta guerra já estava no bojo da sua geoestratégia desde que foi cercando a Rússia com bases militares e outras provocações ; desde que a Rússia lhes fugiu do controlo. Em termos militares já foi derrotada com a constituição de províncias da Federação russa a leste da Ucrânia. A cidade de Kherson será recuperada pelos exércitos russos, nem que seja através do inverso de reedição de Estalinegrado, ou seja, é um ponto de honra. A necessidade de defesa de uma nova fronteira prolongará os confrontos militares durante anos. Porém, à NATO-UE-Ucrânia não restará outra saída senão negociações, porque a Rússia, dado o seu poderio militar e o apoio patriótico, não será derrotada nem aceitará sê-lo.
As consequências desta geoestratégia imperialista serão destruidoras - já estão a sê-lo - para a Europa ocidental. Os povos trabalhadores sofrem e vão sofrer mais.
A solução para conter as explosões populares e a baixa da taxa de lucro será a radicalização autoritária do grande capital, da grande burguesia neoliberal, a formação de fortes partidos de extrema-direita e movimentos de rua neofascistas.
O pior pode vir a acontecer se somarmos as alterações climáticas provocadas pelo homem.
Contudo, existe uma contratendência a este estado pessimista ou muito perigoso : os sucessos da China governada pelo maior Partido Comunista de todos os tempos, uma nova ordem económico (industrial, comercial,financeira) política no vasto continente asiático, somando-se os sucessos militares da Rússia e a ascensão dos BRICS.
Assistimos a novas formas de lutas de classes, a uma nova Guerra Fria em condições diferentes da anterior, a um Estado capitalista na Rússia que cumprirá um surpreendente pacto de "amizade eterna" com um Partido Comunista (Chinês), à enorme influência positiva do "socialismo chinês" (ou de um novo "Estado Social sem dominação das oligarquias capitalistas) sobre Estados e governos de insuspeitados -por ora - países do mundo (algo parecido com a influência da URSS).
Já o escrevi: não existem previsivelmente, objetivamente, condições para revoluções socialistas (naquela versão de economias sem capitalismo e sem mercado), e tal projeto imediato é uma pura utopia. Uma utopia divisonista e aventureira. Não faltará muito para esta utopia surgir como oportunismo de esquerda.
As revoluções realistas são neste período de tempo que se irá longamente prolongar poderão nem esse nome ostentar : serão governos apoiados em maiorias populares reivindicativas e armadas que darão consistência democrática a profundas reformas de pendor social (ou social).
Não se deve copiar formas de governo que se desenvolveram sob condições histórias particulares, e refiro a China e estão a obter enormes sucessos. Contudo, devemos aprender.
Nenhum país pode dar ao seu povo uma vida boa com uma economia isolada das trocas comerciais e financeiras globais. A breve prazo não necessitará de se submeter ao imperialismo financeiro dos EUA e às suas regras de "livre comércio", isto é, ao império das transnacionais, pois terá suporte numa nova ordem mundial que emergiu na Ásia. É uma boa notícia : por mais versões e atribulações que o programa do socialismo sofra, ele poderá subsistir.
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