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sexta-feira, 7 de abril de 2023

Para quando Michael Hudson em português?

 

O colapso da antiguidade, novo livro de Michael Hudson

– A Grécia e Roma como ponto de viragem oligárquico da civilização

'O colapso da antiguidade', capa.

The Collapse of Antiquity, faz sequência a ...and Forgive Them Their Debts (...e perdoai-lhes as suas dívidas). Trata-se da última parte de uma trilogia sobre a história da dívida. Descreve como a dinâmica da dívida remunerada levou à ascensão de oligarquias rentistas na Grécia e Roma clássicas. Isto causou polarização económica, austeridade generalizada, revoltas, guerras e, por fim, o colapso de Roma em servidão e feudalismo. Esse colapso legou à subsequente civilização ocidental uma filosofia jurídica pró-credor, o que levou às oligarquias credoras de hoje.

Ao contar esta história, O colapso da antiguidade revela os paralelos sinistros entre o mundo romano em colapso e as atuais economias ocidentais sobrecarregadas de dívidas.

Menções

"Nesta obra monumental, Michael Hudson derruba aquilo que a maioria de nós aprendeu sobre Atenas e Esparta, Grécia e Roma, César e Cícero, de facto sobre reis e repúblicas. Ele expõe as raízes da servidão (peonage) da dívida moderna e das crises na ganância e violência dos oligarcas-credores da antiguidade, embutidas nas suas leis, que acabaram por destruir as civilizações da antiguidade clássica".
James K. Galbraith, autor de Welcome to the Poisoned Chalice: The Destruction of Greece and the Future of Europe (Bem-vindo ao cálice envenenado: A destruição da Grécia e o futuro da Europa).

"Neste livro fascinante, Hudson explora a ascensão das oligarquias rentistas predadoras da Grécia e Roma clássicas. Ele argumenta de forma fascinante e persuasiva que a armadilha da dívida levou à destruição do campesinato, dos estados e, em última análise, mesmo destas civilizações".
Martin Wolf, comentador económico principal do Financial Times.

"Michael Hudson é um economista clássico da velha escola do século XIX que põe os factos à frente da teoria. Ler o seu novo livro, O Colapso da Antiguidade, é aprender porquê e como se chegou a um mundo em que o dinheiro é dono do povo, não das pessoas que possuem o dinheiro. A clareza do pensamento de Hudson é como a água num deserto, a sua lição de história, portanto, uma história triste que é uma alegria de ler".
Lewis Lapham, editor do Lapham's Quarterly.

Âmbito

O colapso da antiguidade é vasto na sua cobertura:

  • a transmissão da dívida remunerada do Antigo Próximo Oriente para o mundo mediterrânico, mas sem a "válvula de segurança" dos cancelamentos reais periódicos da dívida, os Clean Slate (Perdão de Dívida), para restabelecer o equilíbrio económico e evitar o surgimento de oligarquias credoras;
  • o surgimento de oligarquias credoras e fundiárias na Grécia e Roma clássicas;
  • as crises e revoltas da dívida da antiguidade clássica, e a supressão, assassinato e fracasso final dos reformadores;
  • o papel desempenhado pela ganância, luxúria monetária (dependência da riqueza) e arrogância, tal como analisado por Sócrates, Platão, Aristóteles e outros escritores antigos;
  • o colapso do "Final dos Tempos" de Roma em servidão e legado oligárquico pró-credor que continua a moldar o Ocidente;
  • a transformação do cristianismo, ao tornar-se a religião estatal de Roma, apoiando a oligarquia, abandonando os apelos originais e revolucionários dos primeiros cristãos para o cancelamento da dívida e mudando o significado do Pai Nosso e do "pecado", de um enfoque na esfera económica para a esfera pessoal do egoísmo individual;
  • como a ideologia pró-credor distorce as recentes interpretações económicas da antiguidade, mostrando uma simpatia crescente para com as políticas oligárquicas de Roma.

Contracapa

O colapso de Roma foi o precursor das crises da dívida, da polarização económica e da austeridade causadas pelas oligarquias ocidentais subsequentes. As leis a favor dos credores do Ocidente e a ideologia herdada de Roma tornam inevitáveis repetidas crises de dívida, transferindo o controlo da propriedade e do governo para as oligarquias financeiras.

A grande transição da antiguidade clássica para o mundo moderno residiu na substituição da realeza não por democracias mas por oligarquias com uma filosofia jurídica pró-credora. Essa filosofia permite que os credores possam retirar riqueza, e por conseguinte, poder político, para as suas próprias mãos, sem ter em conta o restabelecimento do equilíbrio económico e da viabilidade a longo prazo, como ocorreu no Antigo Oriente Próximo através de Perdões de Dívida.

O legado de Roma à subsequente civilização ocidental é, portanto, a estrutura das oligarquias credoras e não a democracia no sentido de estruturas e políticas sociais que promovem a prosperidade generalizada.

22/Março/2023

Acerca da história da dívida ver também:
  • Debt: The First 5.000 years, do antropólogo David Graeber
  • O original encontra-se em michael-hudson.com/2023/03/the-collapse-of-antiquity-release/

    Esta nota encontra-se em resistir.info

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