Um lento entardecer
Pé ante pé,
Um quase desassossego,
Um lastro,
Um rastro,
E as lembranças num rosário,
Uma vontade de aconchego
Subitamente.
Será medo, melancolia?
Um desejo de outra vida?
A saudade que se sente
Quando a espera é despedida?
Outros tempos de partida,
Quando teus dentes mordiam
minha carne a arder.
Eram tempos em que nasciam
Futuros por fazer.
Deixa-me sobrar assim,
Como se fora de mim
Encontrasse alento
Sem mágoa e sem lamento,
Um fado português,
Para outro tempo.
Há partidas sem chegadas,
E derrotas sem lutar,
Quantas vezes eu disso sei.
Mas ninguém caminha sem andar.
.....Nozes Pires....29/06/2024
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quarta-feira, 3 de julho de 2024
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