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sábado, 8 de janeiro de 2011

As regras

Karl Marx assinalou em diversos períodos em diversos escritos (desde os Manuscritos de 1844 até a O Capital, passando pelo Manifesto) a violação sistemática das regras pela Burguesia: as regras de uma moral consuetudinária e as próprias regras inventadas por essa classe. Demonstrou que a Burguesia inventara regras antes da sua ascenção ao poder (por exemplo, no Iluminismo antes da Revolução Francesa) que depois não cumpriu; regras universais que a grande Revolução jacobina de 1842 defendeu a ferro e fogo ( por exemplo, a Constituição e a Declaração Universal) que, a seguir, durante o Directório e a contra-revolução, não mais aplicou na prática; regras estabelecidas durante os regimes liberais (do constitucionalismo monárquico ou republicano) que não respeitou. Precisamente por essa razão se ergueram doutrinas anti-liberais que prosseguiam o ideário de fazer cumprir na prática o que era apenas abstracto (em geral: Igualdade, Liberdade, Fraternidade). Muito mais tarde o célebre economista Keynes propôs soluções para a recuperação capitalista, que estabelecia regras para um bom funcionamento do sistema (aplicadas, por exemplo, na Grande Depressão de 1929- o New Deal-). Com a introdução do neo-liberalismo (Escola de Chicago, anti-keynesiana) não só as regras se modificaram como o próprio mercado, entregue a si próprio, se desregulou (sendo este facto uma das consequências desastrosas que estamos todos vivendo).
De uma maneira geral se pode dizer que a Burguesia é cínica e hipócrita, inclusivamente na prática dos comportamentos morais (prega uma coisa e faz outra).
Exemplo: a corrupção é ilegal e imoral; todavia, é uma prática geral e comum (subornar é uma das regras usuais na concorrência); outro exemplo: o contrabando de armas, que, quantas vezes, é perfeitamente legal e visível.
Os regimes políticos actuais das democracias burguesas sustentam-se e perduram através do eleitoralismo, clientelismo, nepotismo e muita corrupção.
O caso da compra e venda de acções por parte do candidato Cavaco Silva enquadra-se neste desenho traçado a lápis grosso.

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