Uma História Radical do Mundo, de Neil Faulkner, Lisboa, Editora 70, 2013/2018, «O livro definitivo para aqueles que procuram uma história do mundo escrita a partir das bases». apregoa a editora na capa. Neil Faulkner é um arqueólogo, historiador, escritor, conferencista, radialista e activista político britânico.».
Esta obra está em linha com outras oriundas, melhor ou pior, da prestigiosa historiografia britânica de matriz marxista.
Não é evidentemente "definitiva". Primeiro, porque as ciências sociais e do Homem estão sempre a evoluir (vejam-se os capítulos interessantes sobre o Paleo e Neolítico) e há, nelas, fortes controvérsias no que respeita aos períodos mais antigos da espécie humana e das sociedades humanas (por exemplo: nada sabemos das razões porque determinados grupos enveredaram pela agricultura e outros a ela se recusaram muito embora a conhecessem (caso dos aborígenes da Austrália); segundo, há nesta obra páginas vazias sobre acontecimentos determinantes do século vinte e fundamentais para um autor que refere Marx amiúde, e refiro o curso da história da URSS e países do Leste, assim como da China, cujas análises são não só pobres (face à larga documentação de que dispomos hoje em dia) como são enviesadas pelo preconceito contra esses países após o desaparecimento de Lenine; ou seja. a perspectiva trotskista está por demais evidente, o que conduz o leitor a uma identificação das explicações da lavra de Trotsky (até ao seu assassinato ainda por explicar) com aperspectiva liberal 8anticomunista, antimarxista) de Hannah Arendt...
Contudo, o pior não está aí. Encontra-se na análise da Revolução Portuguesa: análise canhestra, completa e abertamente copiada da análise vendida pelos esquerdistas (sem comas) lusos, os nossos ex trotskistas...Quando, na realidade, a verdade não cabe aí.
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