Translate

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

 

Nova tradução comentada do Ludwig Feuerbach de Engels 71
Nova tradução
comentada do
Ludwig Feuerbach
de Engels
PEDRO LEÃO DA COSTA NETO*
Ludwig Feuerbach e a saída da filosofia alemã clássica1 pertence às obras
fundamentais do marxismo”, assim caracterizam esta obra de Engels os redatores
da Marx Engels Werke (1962, p.579). Foi publicada em 1886 no Die Neue Zeit e,
em 1888, numa edição revista, na forma de separata, pela editora J. H. W. Dietz, de
Stuttgart. Rapidamente tornou-se uma obra de referência, encontrando tradutores
autorizados: em 1892, Georgi Plekhanov a traduziu para o russo, acrescentando
uma Apresentação e 11 notas, seguidas de dois anexos da autoria de Karl Marx:
as Teses sobre Feuerbach e “O materialismo francês do século XVIII” (capítulo
de A Sagrada Família) (Plekhanov, s.d.). Por sua vez, em 1894, Laura Lafargue
publicou uma tradução para o francês com o título Ludwig Feuerbach et la fin de
la philosophie classique allemande.
A importância desse escrito de Engels deve-se, antes de tudo, ao fato de ser, ao
mesmo tempo, um texto privilegiado de exposição da “visão de mundo de Marx”
(expressão do próprio Engels) e o objeto principal das críticas dirigidas contra
seu pensamento. Eleonora Fiorani, aluna de Ludovico Geymonat (um do mais
* Doutor em Filosofia pela Universidade de Varsóvia, Polônia. Professor do Curso de História e do
Programa de Pós em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná (PPGEd-UTP). E-mail: pedro.costa@
utp.br; zhores@terra.com.br
1 Mantemos, ao longo deste comentário, o título da obra sugerido por José Barata-Moura, tradutor da
edição aqui analisada, no lugar do conhecido título Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica
alemã. Exporemos abaixo as razões que levaram Barata-Moura a essa opção.
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 71Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 71 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:44
72 Crítica Marxista, n.51, p.71-77, 2020.
respeitados historiadores italianos da filosofia do século passado), observa em
um de seus escritos dedicados a Engels:
Obra escrita após a morte de Marx, o Feuerbach, ainda mais que o Anti-Dühring,
é considerado o texto engelsiano por excelência, e é em certo sentido o texto que
ainda mais que os outros apareceu como inaceitável, seja porque nesse são tratados
alguns temas filosóficos fundamentais, seja porque constitui uma análise comple-
ta, mesmo que sintética, dos problemas fundamentais do materialismo histórico
e dialético. Texto mais diretamente “filosófico”, o Feuerbach, ainda mais que a
própria Dialética, se encontra no centro da recusa da problemática engelsiana.
(Fiorani, 1977, p.126)
Ela conclui a argumentação em uma nota de pé de página:
É significativo que a polêmica antiengelsiana se concentre sobre o L. Feuerbach,
ainda mais que sobre a Dialética da natureza ou sobre o Anti-Dühring, não obstante
todos estes textos serem explicitamente especificamente voltados à fundação do
materialismo dialético. O Anti-Dühring, efetivamente, foi escrito durante a vida de
Marx e com a sua colaboração, portanto resulta injustificável, salvo a considerar
incoerente o próprio Marx, fundar neste texto uma diferença entre Marx e Engels.
A Dialética, por sua vez, foi na maioria das vezes liquidada acriticamente, enquanto
se procurou no Feuerbach, texto diretamente atinente à problemática filosófica e
escrito após a morte de Marx, o caráter metafísico do materialismo dialético, que
estaria na base da incompreensão engelsiana de Marx. Obviamente o Marx que
Engels teria traído é aquele visto em chave kantiana, historicista etc., enfim filosó-
fica, característica dos “marxistas críticos” hodiernos. (Fiorani, 1977, p.126-127)
Quais seriam estas questões eminentemente filosóficas tratadas no Ludwig
Feuerbach?
Primeiramente, Engels retorna a questões teóricas discutidas 40 anos antes,
em um momento histórico e cultural totalmente diverso, o das lutas filosóficas que
antecederam à Revolução de 1848, ou seja, ao período de dissolução do sistema
de Hegel e aos debates no interior da esquerda hegeliana. Em sua “Nota prévia”
à edição de 1888, após citar o “Prefácio a Para a Crítica da Economia Política”,
Engels observa:
Desde então, passaram mais de quarenta anos e Marx morreu sem que nenhum de
nós tivesse tido oportunidade de voltar ao assunto.2 Sobre nossa relação com Hegel,
pronunciamo-nos em várias passagens dispersas, contudo, em parte alguma, num
2 Isto é, à maneira de ver ideológica da filosofia alemã.
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 72Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 72 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:44Nova tradução comentada do Ludwig Feuerbach de Engels 73
encadeamento abarcante. A Feuerbach – que, contudo sob muitos aspectos, forma
um elo intermédio entre a filosofia de Hegel e nossa concepção – nunca tornamos
a voltar. (Engels, 2019, p.130)
E acrescenta algumas linhas abaixo:
Nestas circunstâncias, pareceu-me cada vez mais requerida uma exposição curta,
concatenada, da nossa relação com a filosofia de Hegel: da nossa saída, assim como
da nossa separação dela. E igualmente me apareceu como uma dívida de honra não
saldada um reconhecimento pleno da influência que Feuerbach – antes de todos
os outros filósofos pós-hegelianos – teve sobre nós, durante o nosso período de
tempestade e ímpeto. Agarrei, portanto, de bom grado a oportunidade, quando
a redação da Neue Zeit me pediu uma recensão crítica do livro de Starcke sobre
Feuerbach. (Engels, 2019, p.133)
Em segundo lugar, foi tratado um conjunto de questões que ocupam um lugar
de relevância no interior do marxismo e suscitam inúmeros debates e polêmicas: a)
a relação com a filosofia de Hegel, sobretudo a interpretação da passagem “Tudo
o que é efetivamente real é racional, e tudo o que é racional é efetivamente real”;
b) a relação entre sistema e método (capítulo I); c) a crítica e a valorização do en-
tendimento na Enciclopédia (capítulo IV); d) a relação entre o ser e o pensar como
“questão suprema da filosofia toda” e a correspondente divisão entre materialistas
e idealistas, juntamente com a questão da possibilidade de um conhecimento do
mundo e do ceticismo e agnosticismo (capítulo II); e) a questão do fim da filosofia
e da relação entre filosofia e ciência (capítulo I); f) a análise da ciência da natureza e
da ciência da história, da verdade relativa (capítulo IV); g) a crítica às limitações da
filosofia de Feuerbach (e do materialismo mecânico) (capítulo II); h) e em particular,
as limitações da sua filosofia da religião e da ética (capítulo III). Por fim, o capítulo
IV oferece, ainda, uma das exposições mais sistemáticas, até então construídas, da
concepção materialista da história.
É natural, portanto, que toda tradução meditada desta obra mereça uma atenção
particular dos investigadores da obra de Marx e Engels.
A tradução de José Barata-Moura
Nos últimos anos apareceram algumas reedições ou novas traduções das obras
filosóficas de Engels. Em 2009, Giovanni Sgrò publicou uma tradução (Engels,
2009) pela editora Città del Sole de Nápoles, seguida de um livro, Ludwig Feuer-
bach e il punto d’approdo della filosofia classica tedesca (Sgrò, 2017), no qual
“se propõe reconstruir alguns nós teóricos fundamentais da obra filosófica do
‘último’ Engels (1873-1895)”; em 2016 apareceu a reedição do volume XXV da
Marx Engels Opere Complete com o Anti-Dühring e a Diallettica della Natura,
acompanhado de uma nova apresentação de Fabio Minazzi (Marx; Engels, 2016,
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 73Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 73 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:4474 Crítica Marxista, n.51, p.71-77, 2020.
p.XIX-LI) (aluno de Ludovico Geymonat e Mario Dal Pra). Em 2015, a Boitempo
publicou uma tradução de Nélio Schneider do Anti-Dühring, acompanhada de
uma apresentação de José Paulo Netto (Engels, 2015, p.9-28).3
Entretanto, a tradução de Ludwig Feuerbach e a saída da filosofia alemã
clássica pelo reconhecido filósofo comunista português se destaca pela extensão
e riqueza das notas e comentários de que vem acompanhada. José Barata-Moura é
também um importante editor e tradutor das obras de Karl Marx e Friedrich Engels.
Participou como co-organizador da edição portuguesa das Obras Escolhidas de
Marx e Engels editada em conjunto pelo Editorial Avante e pelas Edições Progresso
no início dos anos 1980; foi igualmente um dos editores e tradutores da edição
portuguesa de O capital, publicada entre 1990 e 2017 (ele traduziu integralmente
os Livros II e III). No início de 2020 foi publicada a sua tradução do Anti-Dühring.
A presente tradução, resultado de um longo e meditado trabalho, é a segun-
da produzida por Barata-Moura. Ele publicou a primeira em 1982, sob o título
Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia alemã clássica, no Tomo III da referida
edição portuguesa das Obras Escolhidas de Marx e Engels. Como ele indica na
“Introdução”, trabalhou na elaboração dessa nova tradução de 1985 a 2018.
O livro reúne quatro partes: a introdução “Em torno do Ludwig Feuerbach
de Engels” (Engels, 2019, p.7-135); a nova tradução do livro, acompanhada das
notas do tradutor (ibid., p.137-375), seguida de um anexo de Engels: “Um frag-
mento para o Ludwig Feuerbach” (ibid., p.377-391) e, por fim, “Notas finais do
tradutor” (ibid., p.393-478).
“Em torno do Ludwig Feuerbach de Engels” divide-se em 5 parágrafos. Os
três primeiros reconstroem as condições históricas do período, em particular, a
situação da social-democracia alemã. No § 1, “Anos de intenso labor” (ibid., p.7-
19), são descritos os imensos e variados trabalhos desenvolvidos por Engels após
a morte de Marx: organizar a biblioteca, o arquivo e o espólio literário de Marx;
centralizar os contatos e a correspondência com o movimento operário e socialista
internacionais, até então divididos com Marx; publicar e reeditar as obras de Marx
com a elaboração de prefácios e notas; organizar para publicação os Livros II e III
de O capital etc. Todo este trabalho levou Engels a interromper os seus próprios
estudos sobre a dialética. Entretanto, encontrou ainda tempo para publicar A origem
da família da propriedade privada e do Estado (1884), escrever e reelaborar os
textos para reedição de suas próprias obras, assim como inúmeros artigos.
3 É importante, igualmente, citar a tradução francesa em dois volumes pela Grande édition Marx et
Engels-GEME, dos escritos da juventude de Engels do período que antecede o “acertar as contas
com a nossa consciência filosófica anterior”. Além dos textos reunidos, ela traz uma introdução a
cada volume e anexos nos quais são reproduzidos um rico material referente a pensadores e mili-
tantes do período: Écrits de Jeunesse 1, 1839-1842 (Engels, 2015); Écrits de Jeunesse 2, Manchester,
1842-1844 (Engels, 2018).
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 74Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 74 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:44Nova tradução comentada do Ludwig Feuerbach de Engels 75
No “§ 2, A teoria: terreno de trabalho e luta” (ibid., p.19-29), destaca-se a
importância que “o trabalho teórico assume na produção engelsiana deste contur-
bado ciclo” (ibid., p.20) e sua contribuição para uma melhor intervenção prática
e quotidiana. O § 3, “Contradições na social-democracia alemã” (ibid., p.29-62),
descreve a necessidade de não dissociar a luta política da luta ideológica, de en-
frentar as mais diferentes formas de “confusionismo”, tanto no mundo intelectual
alemão como no interior da social-democracia (Dühring, socialistas de cátedra,
socialismo de Estado, socialismo jurídico, a filantropia e o renascimento do
“socialismo verdadeiro” ou “socialismo alemão” de influência feuerbachiana).
No § 4, “Ocasião e pretexto” (ibid., p.62-96), expõe-se o aceite de Engels ao
convite do Die Neue Zeit para elaborar uma resenha sobre o livro do dinamarquês
Carl Nicolai Starcke, Ludwig Feuerbach, publicado em 1885. Ela se originou de
uma tese de doutorado defendida na Universidade de Copenhaguen em 1883, sob
orientação do feuerbachiano finlandês Andreas Wilhelm Bolin, que era amigo
de Feuerbach. Barata-Moura observa sobre as condições que levaram Engels a
elaborar este trabalho:
O recrudescimento das tendências “intelectuais” pequeno-burguesas no seio do
Partido, na Alemanha, e do pensamento socialista europeu “culto”, em geral, tor-
nava urgente que se procedesse a um conjunto de clarificações filosóficas quanto
à fundamentação do socialismo. (ibid., p.86)
Na última parte, “§ 5. Sobre o conteúdo e a tradução do título completo do
Ludwig Feuerbach” (ibid., p.97-125), encontra-se a justificativa do novo título para
a tradução. Para Barata-Moura, a opção de traduzir Ausgang por saída e não por fim
não é apenas uma questão linguística, mas antes de tudo uma questão teórica (ibid.,
p.101-102; 117), de “importância axial”, na medida em que oferece uma chave do
movimento descrito na obra (ibid., p.97). Após uma referência aos diferentes títulos
de traduções, Barata-Moura observa que talvez se possa atribuir a Laura Lafargue
a escolha de traduzir Ausgang por fim e lembra que num artigo sobre a correspon-
dência do velho Engels, Thomas Kuczynski já indicara o equívoco desta escolha
(ibid., p.117). Em uma nota de pé de página, Kuczynski sugere Ludwig Feuerbach
et l’issue de la philosophie classique allemande e acrescenta: “a tradução usual do
título (... e o fim da filosofia...) é enganosa” (Kuczynski, 1997, p.338). Para o filósofo
português, “Todo este livro de Engels, de certa maneira, pode ser entendido como
a explicação retrospectiva deste caminho materialista dialéctico que consumou a
saída para além do idealismo alemão clássico” (Engels, 2019, p.117). Portanto, a
questão principal não seria tanto o fim da filosofia clássica alemã, mas sim a de
uma saída (ibid., p.104, p.115).
A parte mais original do livro, entretanto, é constituída pelas 455 notas de
Barata-Moura ao escrito de Engels, que nos oferecem um vasto material consti-
tuído fundamentalmente de citações das mais distintas origens. Antes de tudo, as
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 75Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 75 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:4476 Crítica Marxista, n.51, p.71-77, 2020.
mais variadas refêrencias às obras de Marx e Engels, tanto dos anos anteriores
a 1848, como das temáticas em questão; de igual importância são as inúmeras
citações da obra de Hegel (e da filosofia alemã) e dos pensadores envolvidos nos
debates em torno da filosofia hegeliana (Savigny, Trendelenburg), de sua escola
(Michelet, Rosenkranz, Heinrich Leo), do poeta Heine, entre outros. Relevantes,
igualmente, são as referências à esquerda hegeliana e ao debate no seu interior:
Strauss, Bauer, Stirner e, em particular, Ludwig Feuerbach. Outros importantes
personagens presentes são os socialistas verdadeiros Hess e Karl Grün (editor
das obras de Feuerbach). Aparecem igualmente referências aos diferentes in-
térpretes e comentadores marxistas. Esta parte vem acompanhada da tradução
de “Um fragmento para Ludwig Feuerbach”, que é um manuscrito da primeira
versão do texto.
Nas dez “Notas finais” (enumeradas de A a J), Barata-Moura traz esclarecimen-
tos e informações complementares. Na Nota A, “O árduo trabalho do pensamento”,
procura esclarecer a gênese desta expressão a partir de Hegel, nos anos da crítica
a Bruno Bauer e de A ideologia alemã. A Nota B, “Referências complementares”,
dividida em três partes, refere-se (1) ao “Anarquismo ‘ordeiro’ de inspiração prou-
dhoniana”, onde são reproduzidas citações de Proudhon e seus vagos ecos em Stir-
ner; (2) à discussão dos conceitos de “sublevação” e “revolução” em Stirner; e (3)
à relação Stirner e Bakunine. A Nota C reproduz diferentes fragmentos dos jovens
hegelianos; Barata-Moura procura sublinhar que a inflexão “materialista” deles não
se reduz a razões teóricas internas, mas expressa igualmente uma “radicalização dos
seus posicionamentos”. A Nota D trata das críticas de Hegel à “incognoscibilidade”
da “coisa em si” kantiana. A Nota E, “Hegel e um materialismo às avessas”, se
ocupa das observações de Engels desenvolvidas nos manuscritos da Dialética da
natureza sobre a presença de “relevantes elementos materialistas em Hegel”; a nota
é seguida de um “Aditamento referente à prioridade dos sentidos na intelecção”, que
reproduz passagens da história da filosofia sobre a presença deste tema ao longo da
tradição filosófica. A Nota F reproduz a crítica de Feuerbach ao caráter teológico
da filosofia de Hegel, que consistiria na transformação de conceitos teológicos em
conceitos filosóficos. A Nota G, “O movimento progressivo da história segundo
diferentes perspectivas reinantes na França do século XVIII”, trata da questão do
materialismo, do ateísmo e da concepção do desenvolvimento da história no ilu-
minismo. A Nota H, “Referências a Josef Dietzgen”, nos traz informações sobre
este filósofo autodidata, a influência recebida de Feuerbach e de suas relações
com Marx: a correspondência entre eles, sua resenha sobre O capital e sua carac-
terização da teoria de Marx como “materialismo dialético”. A Nota I destaca, em
particular, passagens de Hegel nas quais ele aborda a dialética do verdadeiro e do
falso tanto no plano do conhecimento como no político-institucional. Por fim a
Nota J, “Valorização crítica do entendimento por parte de Hegel”, está voltada,
em grande parte, ao parágrafo 80 da Enciclopédia.
Em seu conjunto, a tradução de Barata-Moura nos oferece uma significativa
contribuição para o aprofundamento de diferentes questões polêmicas da tradi-
Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 76Miolo_Rev_Critica_Marxista-51_(GRAFICA).indd 76 04/11/2020 13:53:4404/11/2020 13:53:44Nova tradução comentada do Ludwig Feuerbach de Engels 77
ção marxista e contribui, igualmente, a voltar a uma velha e importante questão:
Feuerbach representou ou não uma passagem entre Hegel e Marx?
Referências bibliográficas
ENGELS, Friedrich. Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia alemã clássica. In: MARX,
Karl; ENGELS, Friedrich. Obras Escolhidas. t.3. Lisboa; Moscou: Editora Avante;
Edições Progresso, 1982.
_____. Ludwig Feuerbach e il punto d’approdo della Filosofia Classica tedesca. Napoles:
La Città del Sole, 2009.
_____. Écrits de Jeunesse 1, 1839-1842. Paris: Éditions Sociales, 2015.
_____. Écrits de Jeunesse 2, Manchester, 1842-1844. Paris: Éditions Sociales, 2018.
_____. Ludwig Feuerbach e a saída da filosofia alemã clássica. Lisboa: Editora Avante,
2019.
FIORANI, Eleonora. Friedrich Engels e il Materialismo Dialettico. 2.ed. Milão: Feltri-
nelli, 1977.
KUCZYNSKI, Thomas. L’actualité des Alterbriefs engelsienne à la lumière de la débacle
du “socialisme” réel. In: LABICA, Georges; DELBRACCIO, Mireille. Friedrich
Engels, savant et révolutionnaire. Paris: PUF Actuel Marx Confrontations, 1997,
p.333-340.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Marx Engels Opere Complete XXV. 2.ed. Nápoles:
La Città del Sole, 2016.
PLEKHANOV, Georgi. Avertissement et notes pour la traduction russe du livre d’Engels
Ludwig Feuerbach et la Fin de la Philosophie Classique Alemande. In: ______. Oeu-
vres Philosophiques. t.I. Moscou: Editions en Langues Etrangères, s.d., p.449-507.
SGRÒ, Giovanni. Ludwig Feuerbach e il punto d’approdo della filosofia classica tedesca.
Nápoles-Salerno: Orthotes, 2017.
Resumo
O presente comentário apresenta a tradução realizada pelo filósofo comunista
português José Barata-Moura da obra de Friedrich Engels Ludwig Feuerbach e a
saída da filosofia alemã clássica, procurando, em um primeiro momento, destacar
a importância do escrito e, em um segundo momento, destacar a importância do
trabalho realizado pelo tradutor.
Palavras-chave: Friedrich Engels, Karl Marx, Ludwig Feuerbach, marxismo,
José Barata-Moura.
Abstract
The present commentary presents the translation made by the Portuguese
communist philosopher José Barata-Moura of the work of Friedrich Engels Lud-
wig Feuerbach and the Exit of Classical German Philosophy, seeking, at first, to
highlight the importance of the text and, secondly the quality of the translation.
Keywords: Friedrich Engels, Karl Marx, Ludwig Feuerbach, marxism, José
Barata-Moura.

Sem comentários:

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.