Portugal
1ª hipótese : o PS de A. Costa quis o chumbo ao seu OE2022 para que o PR dissolvesse a AR e o PS alcançasse a maioria absoluta nas eleições legislativas. Por isso encerrou as reuniões com o BE e o PCP (ou empurrou-os para a recusa).
2ª hipótese: o BE e o PCP recusaram (ou colocaram propostas que sabiam inaceitáveis) continuar as negociações por que entenderam que os apoios (diretos ou indiretos) ao PS dos OE de 20 e 21 só lhes trouxeram perdas muito graves nas eleições legislativas e autárquicas (o "voto útil" no PS como sinal de agradecimento ao governo pelas "conquistas sociais ). Não desejavam a dissolução da AR e as eleições, mas não se mostraram surpreendidos por aí além (o PR já tinha avisado, ou seja, ameaçado).
Ambas as hipóteses são reais e conciliáveis?
Na minha opinião, sim. Ambas aconteceram.
O que os trabalhadores (e incluo a chamada "classe média-baixa") ganharam com a chamada "geringonça" sucedeu realmente no 1º OE deste governo (sobretudo travando a troika dos reaccionários). A seguir foram "migalhas" que até os governos de direita distribuem quando lhes convém. Entretanto, o PS consolidou a mais terrível arma do patronato: a precarização da força de trabalho, com a qual se tornam muito mais difíceis as lutas dos trabalhadores e dos sindicatos.
A Esquerda perdeu. Uma importante vitória (com uma táctica excepcional na noite eleitoral de 2015) transformou-se em derrota.
Havia que mudar de táctica. E já vem tarde.
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