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segunda-feira, 14 de julho de 2025

 AS estratégias da impotência, desesperança e servidão voluntária

1. A cultura dirigida pelas classes sociais dominantes aperfeiçoou os meios de tal modo que apenas uma escassa minoria previu e preveniu no século passado. No cinema investiu tudo, com colossais lucros financeiros e ilimitada influência nas mentes dos espetadores de todo o planeta. Nas artes plásticas a CIA pagou a artistas ( loucos por dólares ou bêbados) para continuarem a produzir uma arte inócua, não social, nada subversiva. Sabemos hoje quem foram. Na literatura casos idênticos abundam na Guerra Fria e atualmente, sob a capa protetora da liberdade de expressão e de criação. As Fundações, Museus e curadorias e ONGS recebem subsídios à descarada. As Agências que elaboram e vendem as notícias, todas elas norte-americanas, britânicas e uma francesas, as mais poderosas (porque financiadas) estações de televisão de alcance planetário, fabricam noticiários como armas de propaganda e de difamação. Sabemos quais são os seus alvos prediletos. Conhecemos jornalistas que o praticam sem pudor. Nas ciências , sobretudo ciências sociais, que de científico pouco têm, expõem em revistas "acima de qualquer dúvida" teorias conservadoras, senão mesmo reacionárias e irracionalistas. Filósofos fazem disto o seu ofício. E sabemos quem são, ou foram.

2. As fábricas do medo, da inquietação, da angústia, trabalham sem descanso e não lhes falta mão de obra e capitais. Capciosamente destilam e instalam de manhã à noite. As vítimas, os alvos, "percecionam" e é isso que importa. O "parece" torna-se verdade, facto. Nem as "fontes" já valem a verdade porque elas mesmas fabricam fake news. Circula a tese catedrática de que a toda a verdade é relativa, toda ela é apenas uma questão de perspetiva. O chamado "culturalismo", aparentemente progressista, define-a : cada cultura possui a sua verdade e nada mais há a contradizer.
3. A moda do "identidarismo" ( ideologia tribalista que confunde direitos sociais conquistados com muita luta e a consolidar pois podem-se perder) tende a dissolver a existência conflitual das classes sociais, a sua natureza determinante na análise, e no combate, das desigualdades económico-sociais. A discriminação dos indivíduos de pele negra, das mulheres, ou dos homossexuais, sendo anterior ao moderno capitalismo, não é todo dele indissociável . Canta-se nos concertos ao vivo para as multidões em delírio o valor absoluto das identidades e esquece-se quantas vezes a máquina brutal do capitalismo que explora e discrimina a classe trabalhadora. O particular contra o universal. A parte contra a totalidade, a qual, dizem, é pura metafísica. Ora a verdade só se encontra no geral, no universal. Não se compreenderá jamais a discriminação e o racismo sem os considerar instrumentos de dominação de classe, lastros do capitalismo colonialista.
4. Goza-se com a Utopia. As utopias sociais que fornecem referências, horizontes, motivos para a ação coletiva, soluções possíveis, alternativas difíceis mas realistas e radicais pois são essas que resolverão os problemas de fundo que afligem os povos oprimidos e a sobrevivência da Humanidade. Em vez das utopias que querem que desprezemos (não sejas sonhador! Não sejas idealista! Isto é assim, sempre foi e assim será sempre!), produzem distopias, isto é futuros que são o prolongamento do presente, com mutantes, zombies e ataques alienígenas, que nos querem distrair da "estratégia planeada do caos e da guerra" para esmagar os insurgentes das ditaduras do Capital, , e convencer-nos que com futuros tão maus é melhor conservar este Presente. Na Guerra Fria do século passado a distopia mais eficaz e distribuída que os EUA e outras potências colonialistas fabricaram (a CIA) foram evidentemente contra o socialismo e o comunismo. Vendia-se nos filmes de Hollywood. Só não sabe isso quem é estúpido. Salvo as classes e os povos que não puderam estudar coisa nenhuma porque não os deixaram.

N. P.

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