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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ao pé do mar






Vem sentar-te comigo ao pé do mar
Não receies os abismos
Velados por um abraço.
Senta-te com os pés na espuma
E que o dia faleça de cansaço.
Desenho para ti na areia húmida
Um absurdo, uma incógnita, um desvario.
E sobre um charco de sal e lembranças
Farei de mim uma metáfora, um navio.
Não se te prenda o olhar no que é,
Porque o que seja já passou.
Deixa que o teu olhar se erga no horizonte
E a água leve com ela a marca que ficou.
Digo-te: a vida é uma paródia que um louco escreveu:
De uma comédia fez-se um drama.
Sabe-se o prólogo, não se sabe o epílogo,
Não se sabe o autor, nem a trama.
O que nos sobra é quase tudo:
Um ser errante sempre a partir.


Por isso estou aqui sozinho ao pé do mar
Sem saber se hei-de ficar, se hei-de ir.









2 comentários:

Sara Gonçalves disse...

Está absolutamente maravilhoso, sentido e sincero.
Ainda bem que não se conhece o epílogo. A vida perderia o seu maior mistério. E, com essa perda, também o seu encanto se desvaneceria.

Adorei!

cid simoes disse...

Um belo poema. Parabéns!

Viagem à Polónia

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Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

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Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.