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sábado, 31 de julho de 2010
Utopia
A que se deve o sucesso estrondoso do filme «Avatar»? Não só aos efeitos técnicos, nem às técnicas que fazem de um filme uma história bem contada, nem à publicidade. Deve-se a tudo isso, mas, sobretudo, à utopia que transmite, à história que vai ao encontro da utopia que o público transporta no seu íntimo, no seu desejo, na sua imaginação. A utopia de uma ilha Bem Aventurada, de um paraíso terrestre preservado alhures, num continente perdido ou num planeta longínquo. Uma utopia tão antiga como o homem quando inventou as cidades e a civilização. Uma utopia da natureza reencontrada, de uma unidade primogénita. O filme, engenhosamente, soube tocar nessa corda, nessa memória, nesse arquétipo. Dessa utopia nos falava Platão quando contrastava a Atlândida, caída em desgraça por culpa sua, com a República; nos falava Tomás More na sua ilha da Utopia, Diderot no seu «Suplemento à Viagem de Bougainville» nas ilhas dos mares do Sul, Cabet na sua «Icária», William Morris no seu sonho «News from nowhere», e muitos mais. Todos falam do mesmo. Em livros, em cinema, na pintura, na música. Até na filosofia. A natuerza humanizada, a humanidade naturalizada.
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