Um reputado economista norte-americano esteve em Lisboa e deu uma entrevista à revista Visão. Chama-se James K. Galbraith e é filho do famoso economista John Kenneth Galbraith, discípulo de Keynes ( o inspirador do New Deal, depois do colapso de 1929) e, portanto, adversário das teorias monetaristas da chamada "Escola de Chicago" que têm guiado os rumos da economia norte-americana e europeia, para não dizer mundial, ou seja, o neo-liberalismo, doutrina do estado mínimo e do mercado livre. Disse coisas como estas: Durante os próximos 25 a 30 anos os consumidores não voltarão a puxar pela economia, «alimentados» pelo crédito; que os activos do sector financeiro estão insuflados; que o capitalismo vai sempre longe demais, é a sua natureza, o capitalismo na sua forma pura já tinha colapsado em 1929; o esforço de regressar ao capitalismo pré-1929 (sem um sector público forte), desregulamentado e sem supervisão, conduziu muito rapidamente à repetição do desastre de 1929, e que os governos não aprenderam nada com esta crise. A ganância tornou-se crime. Na Europa, a Alemanha tem uma balança claramente supervitária, o que significa que o resto da Zona Euro terá uma balança deficitária, na mesma proporção. se os alemães querem ter superavit, terão de suportar as dívidas dos outros. Se não o fizerem vai acabar-se a prosperidade alemã e a prosperidade da Europa, os alemães não conseguem admitir que não devem impor condições ao resto da Europa e isso é intolerável.
Assim falou um economista que nem sequer é social-democrata, quanto mais socialista. Não disse menos do que a Esquerda eurpeia tem andado a dizer. Defende o investimento público e o papel motor do estado e outros estímulos ao crescimento, sem o que as medidas de austeridade provocarão um desastre.
A Comissão Europeia não é discípula de Keynes nem de Galbraith, é ultra-liberal. Quem manda é o governo alemão. Quem obedece é o auto-intitulado Partido Socialista do eng. Sócrates. Socialista??
1 comentário:
Também li a entrevista, que muito me agradou. aliás, espero citá-la nos blogues .
Um abraço.
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