Alemanha
1877-1962 --Prémio Nobel
MAUS TEMPOS
Agora nos calamos
E já não mais cantamos.
Nosso passo é pesado.
É a noite, o seu tempo é chegado.
Dá-me a tua mão.
Talvez que seja longo este caminho ainda.
E a neve cai, a neve!
O inverno em terra estranha nunca finda.
Onde está o tempo
em que uma luz, um lar por nós ardia?
Dá-me a tua mão.
Talvez que seja longo este caminho ainda.
NA NÉVOA
Como é estranho andar no nevoeiro!
Sozinha a pedra e a planta,
Uma ávore não vê a outra,
Solidão tanta.
Muitos amigos eu tinha
No tempo da vida viva;
Agora que a névoa cai,
De tudo a vista me priva.
Nada sabe quem não sabe
Como a treva nos separa
De tudo e todos, tão doce,
Inescapável, avara.
Como é estranho andar no nevoeiro!
A vida é solitude - não adianta.
Ninguém conhece um outro.
Solidão tanta.
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