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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O último homem vivo que julgou genocidas nazis faz alerta preocupante

Último procurador vivo de Nuremberga faz alerta preocupante sobre a guerra: "Acha que o homem que largou a bomba nuclear em Hiroshima era cruel?"

O último homem vivo que julgou genocidas nazis faz alerta preocupante
  Benjamin Ferencz 

Benjamin Ferencz, agora com 97 anos, é o último procurador vivo dos processos de Nuremberga, que levaram a julgamento altos dignitários do regime nazi. Ferencz foi o procurador-chefe dos Estados Unidos nestes processos, que ocorreram entre novembro de 1945 e outubro de 1946. Tinha apenas 27 anos no seu primeiro julgamento em tribunal.
Nos julgamentos de Nuremberga, a função de Ferencz era encontrar e levar a tribunal os membros dos chamados ‘Einsatzgruppen’ ou ‘grupos de intervenção’, unidades militarizadas da polícia do Terceiro Reich encarregadas de exterminar os indesejáveis do regime (fossem judeus, ciganos ou comunistas), que estivessem fora dos campos de concentração. Foram responsáveis pela morte de mais de um milhão de pessoas.
Este ano marca o 70.º aniversário do caso e, numa entrevista à CBS, refletindo sobre situações de tensão política atuais, Ferencz recordou a sua experiência com autores de genocídio para fazer um alerta sobre a guerra.
De acordo com o advogado americano de origem húngara, os soldados nazis que cometeram atrocidades não eram “cruéis” mas sim “seres humanos inteligentes e patriotas” e que a guerra pode transformar qualquer pessoa.
“Acha que o homem que largou a bomba nuclear em Hiroshima era cruel?”, questionou. “Eu vou dizer-lhe algo muito profundo, que eu aprendi após muitos anos. A guerra torna pessoas decentes em assassinos. Todas as guerras e todas as pessoas decentes”, terminou.
in Notícias ao Minuto

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