O último homem vivo que julgou genocidas nazis faz alerta preocupante
Último procurador vivo
de Nuremberga faz alerta preocupante sobre a guerra: "Acha que o homem
que largou a bomba nuclear em Hiroshima era cruel?"
Benjamin
Ferencz, agora com 97 anos, é o último procurador vivo dos processos de
Nuremberga, que levaram a julgamento altos dignitários do regime nazi.
Ferencz foi o procurador-chefe dos Estados Unidos nestes processos, que
ocorreram entre novembro de 1945 e outubro de 1946. Tinha apenas 27 anos
no seu primeiro julgamento em tribunal.
Nos
julgamentos de Nuremberga, a função de Ferencz era encontrar e levar a
tribunal os membros dos chamados ‘Einsatzgruppen’ ou ‘grupos de
intervenção’, unidades militarizadas da polícia do Terceiro Reich
encarregadas de exterminar os indesejáveis do regime (fossem judeus,
ciganos ou comunistas), que estivessem fora dos campos de concentração.
Foram responsáveis pela morte de mais de um milhão de pessoas.
Este ano marca o 70.º aniversário do caso e, numa entrevista à
CBS,
refletindo sobre situações de tensão política atuais, Ferencz recordou a
sua experiência com autores de genocídio para fazer um alerta sobre a
guerra.
De acordo com o advogado americano de origem húngara, os
soldados nazis que cometeram atrocidades não eram “cruéis” mas sim
“seres humanos inteligentes e patriotas” e que a guerra pode transformar
qualquer pessoa.
“Acha
que o homem que largou a bomba nuclear em Hiroshima era cruel?”,
questionou. “Eu vou dizer-lhe algo muito profundo, que eu aprendi após
muitos anos. A guerra torna pessoas decentes em assassinos. Todas as
guerras e todas as pessoas decentes”, terminou.
in
Notícias ao Minuto
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