Metafísica e ontologia
Marx e Engels substituíram a velha metafísica pela ontologia. Não regrediram para trás de Kant, mas substituíram a metafísica de Kant por uma ontologia materialista. Kant “salvou” a velha metafísica nos seus objetivos principais: imortalidade da alma e livre arbítrio, Deus moral e criador. Diz-se que Kant “matou” a metafísica e doou à Filosofia o papel de reflexão, não de ciência. Porém, implantou a sua verdade, tal como sempre fizeram os dogmáticos que ele criticou.
A ontologia materialista não se distingue da ciência positiva. Cientifica-se. Une-se às ciências particulares. O materialismo ou é científico ou é mero idealismo encapotado. Kantismo envergonhado. Com Marx morre a Filosofia (contemplativa, reflexiva, apriorística, formalista, meramente fenoménica) para renascer de novo.
Era mais ou menos isto que Engels quis dizer nos manuscritos de “Dialética da natureza”. O que une todos saberes é a história. A dialética da história concreta, demonstrável. A natureza possui a(s) sua(s) história(s). A história do universo (deste onde estamos) é a nossa história. A história social humana (ou terrestre) é a continuação da história da natureza : uma forma entre outras.
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