Amo as horas sombrias do meu ser
em que os meus sentidos se aprofundam;
nelas encontrei, como em velhas cartas,
o meu dia a dia já vivido,
ultrapassado e vasto como numa lenda.
Elas me ensinam que possuo espaço
p´ra uma intemporal Segunda vida.
E por vezes sou como a árvore
que, madura e rumorosa, sobre uma campa
cumpre o sonho que a criança de outrora
(abraçada por suas cálidas raízes)
perdeu em tristezas e canções.
2 comentários:
J.A.
Há poemas que são como as cerejas... estão adormecidos dentro de nós e irrompem quando algo nos toca...
Esta é a saudade: viver no afeto
E não ter morada no tempo
Estes são os desejos: conversa silenciosa
Horas diárias com a eternidade.
Esta é a vida. Até que de um ontem
suba a mais solitária de todas as horas
Tão sorridente, diferente das irmãs
que se calam eternamente.
Um abraço
Belo poema
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