Clinton e Wall Street: 24 anos de enriquecimento mútuo
Os
bancos lucraram centenas de milhares de milhões de dólares em práticas
que anteriormente eram proibidas, mas que a administração Clinton
conseguiu legalizar. Artigo de Richard W. Behan, do CounterPunch. 3 de
Março, 2016 - 14:57h
Nos
últimos vinte e quatro anos, os Clinton estão envolvidos numa relação
conjugal com Wall Street, de imenso benefício financeiro para ambas as
partes. Eles receberam $68,72 milhões dos bancos de Nova York em
contribuições de campanha e outros $8,85 milhões em honorários de
palestras. Em contrapartida, os bancos lucraram centenas de milhares de
milhões de dólares em práticas que anteriormente eram proibidas, mas que
a administração Clinton conseguiu legalizar. A extraordinária ambição
das carreiras de Bill e Hillary Clinton desafiam qualquer tentativa de
descrição. Eles passaram boa parte das suas vidas adultas solicitando
dinheiro dos outros para seu próprio benefício. Um artigo de 2014 na
revista Time dizia: "Poucos na história americana foram beneficiados com
tantos recursos de tantas maneiras distintas durante tanto tempo(...).
Os Clinton receberam pelo menos $1,4 mil milhões em contribuições..."A
Time não cavou a fundo. Uma investigação mais exaustivamente detalhada
no Washington Post, apenas um ano depois, duplicou essa estimativa para
$3 mil milhões.
Essa
ambição impiedosa, que colocou Bill Clinton na Casa Branca duas vezes e
que enviou Hillary Clinton duas vezes ao Senado, precipita-se mais uma
vez sobre a presidência americana. Ela também fez dos Clinton um dos
casais mais ricos do país. Hillary
Clinton detém um património líquido de $45 milhões de dólares; Bill
Clinton detém $80 milhões. Se medido pela riqueza da família, isso
coloca o casal no top 1% dos EUA. Como os Clinton reconfiguraram o Partido Democrata
Os Clinton reconfiguraram o Partido Democrata a seu gosto,antes
defensor dos trabalhadores, agora mero cãozinho de Wall Street e das
grandes corporações. Inteligentemente, os Clinton ainda apelam ao seu
eleitorado tradicional; mas, para servir a sua nova clientela, o partido
abandonou os estratos menos favorecidos da sociedade americana,
especialmente as comunidades negras.Bill Clinton teve grande importância
no Democratic Leadership Council (Conselho da Liderança Democrata) e se
tornou o primeiro presidente eleito em seus moldes.
Depois
de uma vitória esmagadora dos republicanos em 1984, alguns líderes
democratas propuseram uma viragem ao centro, isto é, uma postura mais
conservadora para o partido. Seria uma política menos ameaçadora para
interesses empresariais e poderia inclusive atrair apoio financeiro das
corporações. O Conselho da Liderança Democrata nasceu para promover essa
nova visão dentro do partido e gradualmente conquistou influência, até
que a presidência de Bill Clinton tornou o centrismo conservador dos
democratas uma postura quase definitiva. Como governador do Arkansas,
Bill Clinton presidiu ao Conselho da Liderança Democrata de 1990 a 1991,
cortejando empresas americanas que mais tarde lhe serviriam muitíssimo
bem. Amparado por $11,17 milhões em contribuições de campanha de Wall
Street, Clinton tornou-se o primeiro presidente do DLC em 1993. Hillary
Clinton estava ao seu lado como ministra de facto, embora sem-pasta.
Aquele era o "Novo Partido Democrata", disse o presidente Clinton. E ele
logo demonstraria o quão longe para a direita ele direcionaria sua
agenda. Alegando que "a era do grande governo acabou", o presidente
Clinton prometeu "acabar com o Estado de bem-estar social como o
conhecemos". E assim ele fez, mediante assinatura do Personal
Responsibility and Work Opportunity Reconciliation Act. A lei prejudicou
severamente as famílias de baixo rendimento, sobretudo as comunidades
negras. Clinton também se orgulhou do Violent Crime Control and Law
Enforcement Act, que vertiginosamente culminou no encarceramento em
massa contemporâneo e gerou o atual complexo prisional privado com fins
lucrativos. Mais uma vez, uma lei que impactou profundamente sobre as
comunidades negras e latinas. Era a hora, então, de favorecer a América
corporativa. O presidente Clinton promoveu vigorosamente o "livre
comércio", assinando o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA)
e apoiando fortemente a Organização Mundial do Comércio. Esse “livre
comércio" foi extremamente benéfico para as grandes corporações
americanas. Entre as exportações do país, durante os anos Clinton,
incluem-se os postos de trabalho industrial de 9,2 milhões de
trabalhadores americanos. A desregulação que abriu a porta aos especuladores
O amplo favorecimento a Wall Street veio em seguida. Em janeiro de
1995, Clinton nomeou Robert Rubin, o copresidente da Goldman-Sachs, como
seu secretário do Tesouro. Rubin trabalhou arduamente em duas leis de
estupendo valor para os bancos de Nova York, mas o primeiro mandato do
presidente Clinton terminou antes que pudessem ser promulgadas. Diante
da necessidade de garantir a reeleição de Clinton, Wall Street quase
triplicou seus investimentos de campanha, de $11,17 milhões em 1992 para
$28,37 milhões em 1996. Prosseguindo com sua pasta, o secretário Rubin
triunfou com a aprovação da Lei de Modernização dos Serviços Financeiros
de 1999 [Gramm–Leach–Bliley Act], que revogou a legislação de
Glass-Steagall (1933). Agora era mais uma vez legal que as instituições
financeiras combinassem bancos comerciais, bancos de investimento e
seguradoras; em essência, permitiu a utilização dos fundos dos
depositantes para negociações do próprio banco no mercado de
ações. O
Presidente Clinton assinou a Commodity Futures Modernization Act. Esta
lei acabou com a regulamentação sobre os derivados, libertando Wall
Street para fabricar títulos indexados em hipotecas e vendê-los sem
restrições. Esses derivados complexos iriam alimentar a fraude do
"subprime" que explodiria em breve.
Um ano mais tarde, o Presidente Clinton assinou a Commodity Futures
Modernization Act. Esta lei acabou com a regulamentação sobre os
derivados, libertando Wall Street para fabricar títulos indexados em
hipotecas e vendê-los sem restrições. Esses derivados complexos iriam
alimentar a fraude do "subprime" que explodiria em breve. Enquanto isso,
no Departamento de Justiça de Clinton, um vice-procurador-geral nomeado
Eric Holder, em 1999, escreveu um memorando intitulado Bringing
Criminal Charges Against Corporations ["Entrando com ações penais contra
corporações”]. Essa tornou-se a Doutrina Holder, que depois da crise
financeira de 2008 seria de valor incalculável para os bancos de Wall
Street. Ao deixar a Administração, Holder entrou na Covington Burling, o
maior escritório de advocacia em Washington, DC. Entre
os seus clientes, estavam Morgan Stanley, Citigroup, JP Morgan Chase,
UBS, Bank of New York Mellon, Deutsche Bank, Wells Fargo e o Bank of
America. Fora da Casa Branca: palestras milionárias e cheques para Hillary
A gratidão de Wall Street rapidamente encontrou sua expressão. Quando
os Clinton deixaram a Casa Branca, eles compraram uma residência de 7
cómodos perto do Embassy Row em Washington, com uma hipoteca no valor de
$1,995 milhões. Deve ter sido um protótipo de "subprime", porque os
Clintons "(...)não apenas estavam falidos, mas tinham uma grande
dívida", como o Sr.Clinton recordou mais tarde. Robert Rubin, no
entanto, tinha saído do Departamento do Tesouro e entrado para o
Citigroup, onde os quase $2 milhões em crédito foram rapidamente
concedidos. Dezasseis
dias depois de deixar a Casa Branca, Bill Clinton fez uma palestra para
um das empresas de Wall Street, Morgan Stanley, em que recebeu $125 mil
dólares. Esse foi apenas o primeiro de muitos discursos que proferiu
aos bancos de Wall Street nos anos seguintes. Até maio de 2015, o Sr.
Clinton tinha recebido $1,69 milhão da UBS, $1,55 milhão da Goldman
Sachs, $1,075 milhão do Bank of America, $770 mil do Deutsche Bank e
$700 mil do Citigroup. No total, $5.91 milhões.
Os Clinton deram conta dos pagamentos da hipoteca. Dezasseis dias
depois de deixar a Casa Branca, Bill Clinton fez uma palestra para um
das empresas de Wall Street, Morgan Stanley, em que recebeu $125 mil
dólares. Esse foi apenas o primeiro de muitos discursos que proferiu aos
bancos de Wall Street nos anos seguintes. Até maio de 2015, o Sr.
Clinton tinha recebido $1,69 milhão da UBS, $1,55 milhão da Goldman
Sachs, $1,075 milhão do Bank of America, $770 mil do Deutsche Bank e
$700 mil do Citigroup. No total, $5.91 milhões. Mas Hillary Clinton
ainda embarcaria em sua própria carreira política. Ao deixar a Casa
Branca, os Clintons não ocuparam sua casa em Washington de imediato. Ao
invés disso, mudaram-se para uma casa de 5 quartos em Chappaqua, Nova
York, no valor de $1,7 milhões de dólares. Porquê Nova York? Os últimos
seis ex-presidentes tinham regressado aos seus estados de origem,
tranquilamente fora do olhar público. Mas Hillary Clinton queria
concorrer ao Senado, e de Nova York, não do Arkansas. Será que a
simpatia de Wall Street ainda esperava mais dos Clintons? Certamente que
sim. Os bancos de Wall Street subscreveram a ambição senatorial da Sra.
Clinton, contribuindo com $2,13 milhões para sua campanha. Entre os
agradáveis bancos estavam Citigroup, Goldman Sachs, UBS, JP Morgan
Chase, CIBC e Credit Suisse. Com o novo século, desenrolava-se o esquema
das hipotecas subprime habilitado pelas leis de "modernização" do
Clinton e inflava uma bolha épica nos preços dos imóveis. Em 2008, a
bolha estourou. Os valores de propriedade caíram, seguidos pela economia
americana. $13 biliões em riqueza das famílias americanas
desapareceram. Nove milhões de trabalhadores perderam seus empregos.
Cinco milhões de famílias foram expulsas de suas casas. Isto é o que
“Novo Partido Democrata” de Bill Clinton acarretou. Os trabalhadores
como um todo foram prejudicados, com destaque para as comunidades
negras. Muitos bancos de Nova York enfrentaram insolvência, com
carteiras inchadas de títulos indexados em hipotecas quase sem valor -
os chamados "ativos problemáticos". No entanto, os bancos tinham um
campeão. O presidente George Bush, seguindo a linha de Bill Clinton,
também nomeou um CEO da Goldman Sachs como seu secretário do Tesouro.
Henry Paulson não perdeu tempo em obrigar os contribuintes
norte-americanos a cobrir as perdas dos bancos nova-iorquinos - a sua
própria perda enquanto Goldman Sachs e a do restante dos vigaristas. A
Lei de Estabilização Económica de Emergência de 2008 - o "Troubled Asset
Relief Program" [ou “programa de apoio aos ativos depreciados”] - foi
promulgada a 1 de outubro pelo presidente Bush. A lei destinou $700 mil
milhões para que Paulson comprasse títulos depreciados dos bancos. A
senadora Clinton votou a favor do projeto de lei, dizendo a uma emissora
de rádio de Nova York no dia seguinte: "Eu acho que os bancos de Nova
York (...)provavelmente são os maiores vencedores nesta situação(...)".
Paulson começou a comprar ativos problemáticos imediatamente e a
observação da senadora Clinton mostrou-se correta. Um painel de
supervisão do Congresso mais tarde descobriu que Paulson estava a
superfaturar o pagamento aos bancos: o Tesouro, por exemplo, comprou um
pacote de "ativos problemáticos" por $254 mil milhões, cujo valor de
mercado era de $176 mil milhões; o Tesouro pagou ao Citigroup $25 mil
milhões por títulos no valor de $15,5 mil milhões. E assim se deram
tantos outros casos. Um partidário dos democratas poderia dizer: "O que
mais você esperava da administração de Bush?" A administração Obama repetiu influência de Wall Street
Mas a campanha presidencial de 2008 já estava em andamento. A lista dos
candidatos democratas incluíam Hillary Clinton e Barack Obama. Wall
Street ficou impressionada com ambos os candidatos. A Goldman Sachs
contribuiu com $1.035 milhão para a campanha de Obama; a JP Morgan
Chase, com $847,855 mil; o Citigroup, com $755.057 mil; o UBS, com
$534.166 mil; e a Morgan Stanley, com $528.182 mil. Foram $3,7 milhões
de dólares no total. Mas Wall Street estava mais impressionada com a
senhora Clinton: os bancos ofereceram-lhe $14,6 milhões. Barack Obama
tomou posse como outro "Novo Democrata", infundido pelo legado da
presidência de Bill Clinton. Os $3,7 milhões de Wall Street não seriam
esquecidos. Nunca foi debatida na campanha do Obama (ou na de Hillary),
no entanto, a transformação do partido democrata que Bill Clinton
engendrou. Os bancos de Wall Street, que despejaram cerca de $18,3
milhões nas campanhas presidenciais, seriam recompensados pela
Administração Obama de uma forma verdadeiramente espetacular, e
naturalmente o eleitorado histórico das famílias trabalhadoras dos EUA e
as suas comunidades negras seriam largamente ignorados. E, assim, o
eleitorado tradicional votou no Obama, com um entusiasmo sem precedentes
no caso das comunidades negras. Os
dois postos mais importantes do gabinete, para os interesses de Wall
Street, foram o Tesouro e a Justiça. O presidente Obama indicou os
ex-nomeados Clinton: Timothy Geithner para chefiar o Departamento do
Tesouro e o Eric Holder para a procuradoria-geral. Assim, a continuidade
do favoritismo para Wall Street estava assegurada.
Timothy Geithner foi uma exigência de Wall Street, então presidente do
Federal Reserve Bank of New York no momento da sua nomeação. Eric Holder
veio direto do Covington Burling, escritório de advocacia dos gigantes
de Wall Street. Hillary Clinton tornou-se Secretária de Estado. O
investimento da Wall Street nela tampouco seria desperdiçado. Agora era a
vez do Geithner de administrar o programa de apoio aos ativos
depreciados. Ele não foi menos eficaz do que o Paulson em regar Wall
Street com dinheiro dos contribuintes. Neil Barofsky, um promotor
federal, foi nomeado Inspetor Geral Especial do programa. O seu trabalho
consistia em auditar a execução da lei, a fim de inibir fraudes, e em
garantir a responsabilidade dos bancos. Sendo repetidamente frustrado
pelo secretário Geithner, Barofsky finalmente renunciou em desgosto e
escreveu uma exposição intitulada “Bailout: An Inside Account of How
Washington Abandoned Main Street While Rescuing Wall Street” [“Resgate
Financeiro: um relato interno sobre como Washington privilegiou Wall
Street”]. A contracapa do livro diz o seguinte: “Barofsky revela como,
ao servir os interesses dos bancos, o secretário Geithner(...)
compactuou com executivos de Wall Street para projetar programas que
canalizassem vastos recursos do contribuinte para suas empresas,
permitindo que jogassem com os mercados e fizessem enormes quantidades
de dinheiro, com quase nenhuma responsabilidade, (...)enquanto
repetidamente burlavam os esforços de Barofsky para instituir as
proteções necessárias contra fraude”. Salvar os bancos e absolver os responsáveis pela fraude nos mercados
Enquanto Geithner distorcia o programa para beneficiar os bancos, o
Departamento de Justiça protegia os seus executivos de qualquer tipo de
sanção, fossem multas ou encarceramento. Não há dúvida de que os bancos
de Nova York agiram criminosamente, mas o procurador-geral apenas
reafirmou a diretiva que ele havia escrito oito anos atrás, na
administração Clinton. A Doutrina Holder levou o Departamento de Justiça
a considerar "consequências colaterais" em seus processos. Se essas
consequências fossem suficientemente graves, acusações criminais
deveriam ser rejeitadas em favor de outras remediações. O departamento
de Holder escolheu, portanto, negociar com cada banco uma sanção
financeira, em vez de avançar com um processo penal. Os acordos não
exigiam admissão de culpa ou continuidade da acusação. E a documentação
da conduta ilegal foi permanentemente lacrada. As sanções foram pagos
com fundos das empresas. (A multa da Goldman Sachs foi de $550 milhões,
que poderiam ser recuperados tranquilamente em cerca de três semanas de
negócios). Nenhum executivo foi preso, nenhum registo pessoal de
comportamento doloso foi estabelecido, nenhuma sanção pessoal foi
cobrada, nenhum salário foi reduzido, nenhum bónus foi negado. Em abril
de 2015, após autorizar todas as ilegalidades de Wall Street, Holder
deixou a administração de Obama e voltou para o Covington Burling. Hoje
os bancos são maiores e mais poderosos do que
nunca. Algumas
semanas após a tomada de posse, a secretária de Estado Clinton foi
chamada à Suíça pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do país. Eles
discutiram uma ação movida pela Receita Federal americana contra o UBS, o
gigante internacional bancário suíço (com 761 unidades nos EUA). De
volta a Washington, a secretária Hillary Clinton intercedeu. O impacto
da ação foi reduzido em 90%.
Nos anos seguintes, o UBS pagou a Bill Clinton $1,5 milhão pelas suas
palestras. Hillary Clinton recebeu $225 mil por um discurso. Também nos
anos subsequentes, o UBS contribuiu com $540 mil para a Fundação
Clinton. Hillary em campanha: nova oportunidade para Wall Street
A secretária Clinton renunciou no final do primeiro mandato do
presidente Obama, provavelmente para preparar terreno e levantar
recursos para sua campanha presidencial. Desde
então, ela recebeu $2,9 milhões em palestras para Goldman Sachs, Bank
of America/ Merrill Lynch, Morgan Stanley, Deutsche Bank, Ameriprise,
Apollo Management Holdings, CIBC, Fidelity Investments, Golden Tree
Asset Management e UBS. Hillary
Clinton anunciou a sua candidatura presidencial em 12 de abril de 2015.
Até 30 de Setembro, os bancos de Wall Street haviam contribuído para
sua campanha com um total de $6,42 milhões. Durante os 24 anos das
últimas três administrações de Washington, Wall Street floresceu
enquanto vandalizava a economia americana, os contribuintes e a justiça.
Com um secretário do Tesouro de Wall Street, a administração Clinton
aprovou leis que permitiam aos bancos que lançassem foguetes
financeiros. A administração Bush, também com um secretário do Tesouro
de Wall Street, cobriu as perdas com dinheiro dos contribuintes quando
esses foguetes caíram por terra. A administração de Obama, novamente com
um secretário do Tesouro de Wall Street (e também com um
procurador-geral de Wall Street) concedeu grandes favores financeiros
para os bancos e absolveu suas condutas criminosas.
Durante
todos esses anos, os Clinton se beneficiaram imensamente com as
contribuições políticas de Wall Street: $11,17 milhões para a campanha
de Bill de 1992; $28,37 milhões para a sua reeleição em 1996; $2,13
milhões para o financiamento de Hillary (Senado, 2000); $6,02 milhões
para sua reeleição em 2006; e $14,61 milhões para a sua primeira
campanha presidencial. Sem contar os $8,85 milhões pagos pela indústria
financeira em palestras.
A interação íntima da ambição e da cobiça entre os Clinton e Wall
Street continuou por quase um quarto de século. É uma história de mau
gosto, ignorada ou banalizada pelos Clinton, que anseiam por obscurecer
esse debate. Mas agora, com uma nova infusão dos bancos de Nova York no
valor de de $6,42 milhões (por enquanto), Hillary Clinton está a
concorrer à presidência mais uma vez. Em 13 de julho de
2015, ela disse o seguinte: "O nosso sistema bancário ainda é demasiado
complexo e arriscado. (...)Embora as instituições tenham pagado pesadas
multas, (...) muitas vezes os responsáveis saíram impunes ou embolsaram
os ganhos. Isso é errado e, na minha administração, isso vai mudar”.
Aparentemente, Hillary Clinton espera que acreditemos
nela. Artigo publicado no portal Counterpunch. Tradução por Allan Brum para o portal Carta Maior. Termos relacionados Presidenciais americanas 2016, Notícias internacional
Sem comentários:
Enviar um comentário