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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Na Espanha as Forças Armadas, as Polícias e a Igreja católica conservam simpatias fascistas

Forças Armadas fascistas mais Governo permissivo igual a Estado nazi

Antonio Maira*    31.Ago.18    Outros autores
Tanto a figura de Franco como o seu cadáver continuam a projectar uma negra sombra sobre Espanha. Altas patentes militares fascistas permanecem no comando, e manifestam a sua fervorosa admiração pelo “generalíssimo” genocida e traidor. Militares honrados e democratas que condenam tal posição são objecto de processos por parte do governo do PSOE.
Alguns meios de comunicação (1) acabam de tornar publica a possibilidade de que o Ministério da Defesa aplique sanções a alguns dos militares no activo que subscreveram um Manifesto antifranquista, contra a Declaração de exaltação do general fascista e genocida Francisco Franco; e do próprio fascismo que mais de 200 oficiais fizeram.
- O primeiro dado significativo é que os militares que vão a ser castigados com sanções, que podem ir desde uma detenção, à suspensão de emprego ou inclusivamente à expulsão do Exército, são um subtenente, um cabo e um agente da Guarda Civil. A eles une-se o cabo Marco Antonio Santos, a quem a Defesa abriu um inquérito por ter realizado uma “declaração política”, aderindo ao Manifesto “crítico” - na realidade mais que crítico: demolidor, documentado e argumentado - contra os oficiais que há uns dias elogiaram Franco.
- O segundo é que ao mesmo tempo em que se produz este facto, a Senhora Ministra Margarita Robles, ou seja: o presidente do Governo, se esqueceram de sancionar os mais de trezentos militares de alta patente que anunciam publicamente o seu apoio à figura do genocida general Franco que assassinou ou exilou mais de um milhão de espanhóis.
Todos eles eram “vermelhos”, todos eles fiéis ou simplesmente votantes da Frente Popular, que lhes assegurava um mínimo de justiça, de reparação e de igualdade para si e para os seus filhos. Alguns eram simplesmente ateus, porque o “Generalíssimo” foi apoiado, unanimemente, pela Hierarquia Eclesiástica que aplaudiu os assassínios, indicando com frequência as pessoas - homens e mulheres - que deveriam ser fuzilados. Muitos deles mulheres, filhas, esposas de jornaleiros maltratados, ou de operários explorados até ao limite; algumas eram militantes sociais ou, simplesmente, votantes de uma esquerda que lhes tinha reconhecido a sua realidade de pessoas e de cidadãs.
A matança que realizou o bárbaro general, de quem esses 300 almirantes, generais e coronéis, são descendentes políticos confessos e aduladores sem limites, prolongou-se durante 40 anos até à morte do general delinquente, assassino e genocida. A Transição, depois, permitiu o seu controlo quase absoluto dos escalões e a sua permanência como núcleo de comando das Forças Armadas e das Forças de Segurança do Estado.
- A ministra Robles, com legalismos que na vida real são simples cumplicidade cobarde com o fascismo (que ela, como todos, vê vir a cavalo do PP e de Ciudadanos), realiza uma fraude democrática e uma afronta ao povo que apenas tem precedentes na vigência da Alemanha nazi ou da Espanha franquista.
O resultado real dessa fórmula perversa actual é que 200 fascistas e golpistas de alta patente - alguns deles com precedentes no golpe do 23F - continuam realmente dirigindo os quarteis; enquanto militares honrados e patriotas do povo, quatro agora, talvez dezenas dentro de uns dias, são expulsos, sancionados ou detidos.
O povo não esquecerá esta traição, ministra Robles, e os militares que servem o seu povo, o povo trabalhador, também não.
Nota:
1 http://www.eldiario.es/sociedad/Ejercito-memoria_historica-Franco-militares-franquismo_0_806669848.html

* Antonio Maira é Capitão-de-fragata da Armada, subscritor do Manifesto contra a apologia do genocida Francisco Franco, traidor ao seu povo e ao Governo legítimo da II República.
Texto completo em: https://www.lahaine.org/fuerzas-armadas-fascistas-mas-gobierno
Fonte:https://www.lahaine.org/est_espanol.php/fuerzas-armadas-fascistas-mas-gobierno

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