Fraude ou revolução: porque a direita não ganha mais na Venezuela?
« Primeiro ponto: os aspectos internos da oposição que se dividem em dois agrupamentos. O primeiro, a direita tradicional organizada pela AD e o COPEI. Essas siglas são representantes da chamada “Quarta República”, a ordem liberal que existia antes da Revolução Bolivariana. São forças desacreditadas perante a população e sobrevivem elegendo alguns parlamentares e mantendo um ou outro governo estadual ou municipal. Uma espécie de “Centrão” local, porém com muito menos força do que seu equivalente brasileiro. Se tornou um ator ultrapassado e perdeu a interlocução preferencial com os Estados Unidos.
O outro agrupamento de oposição é a extrema direita. Pela demonização
costumaz da Venezuela na imprensa empresarial, pouca gente notou que
antes de Trump, Bolsonaro ou Milei, foi a direita venezuelana a primeira
a passar pelo processo de fascistização no continente. Mudando de
líderes a todo momento (Henrique Caprilles, Leopoldo López, Juan Guaidó,
Maria Corina Machado) e criando frágeis coligações que sobrevivem
apenas por um ciclo eleitoral, brigam entre si pelos dólares de
Washington no lucrativo negócio da “dissidência política”. Ao longo dos
anos sempre optaram pela abstenção eleitoral e investiram no golpe de
Estado: tentativas de fracionar as Forças Armadas, atos terroristas,
magnicídio e até clamor de invasão do próprio país pelos EUA foram
insistentemente realizados na última década. Sua defesa de “eleições
democráticas” é pura cortina de fumaça e a maior parte da população do
país assim a vê.» JACOBIN
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