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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Considerações políticas - 1

 

Uma afirmação controversa, porém convicta

 

A afirmação segundo a qual existe ma economia política imperialista representada por potências capitalistas agrupadas ao redor de uma única potência imperial, é absolutamente científica, porque comprovada pelos factos observáveis e por historiografias perfeitamente documentadas e conforme métodos consensuais. A potência imperial que se afirmou no planeta pouco antes do termo da Segunda Guerra Mundial, e conduziu nesse papel e com uma influência decisiva, os acontecimentos da história universal até à data, é os Estados Unidos da América. Contudo, e porque falamos em imperialismo, esta potência imperial, ou Império, é o vértice de uma Ordem Internacional, económica e política, na qual assumiram lugares e papéis intervenientes e constituintes países como a França, a Grã-Bretanha, a Alemanha, que foram senhores de grandes impérios coloniais, além de vários outros países que se uniram na Organização do Atlântico Norte (OTAN). No século vinte não conseguiram governar o mundo inteiro porque se erguera a leste uma super potência nuclear que travou tanto quanto pôde as agressões militares do imperialismo sobre antigas colónias e apoiou as muitas revoluções anti capitalistas, anti imperialistas e independentistas . Sem este quadro, dinâmico e contraditório, não há entendimento possível da história curta e da história de longa duração não apenas do Ocidente mas inclusivamente do Oriente. Os interesses económicos estiveram sempre na vanguarda das políticas dos países imperialistas , nomeadamente do Império Norte-americano, ora disfarçando-se sob motivações culturais e religiosas, ora convertendo os interesses culturais em mercadorias. Os produtos culturais (no sentido restrito  de artes e diversões) juntamente com as Universidades - todo os sistemas educativos e centros de investigação e publicitação - exerceram um papel de dominação sobre as mentes dos povos do mundo, muitas vezes não menor que o papel desempenhado pelas armas e pelo dólar, instrumento financeiro que selou o domínio imperial.

  Se o século vinte, pós- Segunda Guerra Mundial, foi marcado pelo processo dinâmico contraditório, antagonista, entre as economias capitalista e não capitalista, sob o predomínio de um lado da URSS e, do outro, dos EUA, o século vinte e um está a desenvolver-se sob o processo igualmente contraditório, embora não necessariamente em modelos económicos antagónicos, pelo qual se verifica o declínio relativo do imperialismo (EUA e Europa, ou seja, OTAN e UE ) e a emergência de um grupo de potências económicas, particularmente as duas que se equiparam ou eventualmente superam as potências imperialistas em armamento convencional e nuclear : a Rússia e a China. Estas alianças auto designadas BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e outras mais) estão compondo uma nova Ordem Internacional com finalidades defensivas relativamente ao Império e sob o prisma de acordos comerciais de interesses económicos equilibradamente recíprocos. Com os intercâmbios económicos virão intercâmbios culturais cada vez mais profundos e intensos, que virão a romper a dominação culturais dos EUA em particular.

   As potências imperialistas são-nos porque não podem tentar ser de outra modo, apenas a força as travará e eventualmente o peso de interesses económicos vantajosos. O imperialismo é consequência do desenvolvimento da economia capitalista, na sequência da exploração da força de trabalho humana sob as formas da escravatura e do trabalho forçado em troca de um salário (trabalho produtivo do qual os capitalistas se apropriam dos bens produzidos pelo trabalhador cujo valor excede o valor monetário dos salários ; podemos dizer : se apropriam do tempo de trabalho excedente). dos impérios coloniais do século dezanove, da forma-mercadoria universalizada e da ascensão do capital financeiro.

  Diante destes factos e das suas consequências que mancharam de tragédias dois ou mais séculos de história e pelas quais coremos todos os risco de sofrer duas tragédias definitivas : ambientais e nucleares, qual a saída, qual a alternativa?

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