A URSS colapsou por causa de vários factores estruturais e conjunturais, isso todos os sabemos já. O que por vezes depreciamos, ou ignoramos, é de acrescentar à lista as intervenções exteriores (financiadas e promovidas nomeadamente pela CIA e por organizações de fachada democrática) que foram minando as gerações de russos dos anos setenta e oitenta, particularmente dirigidas aos académicos. Formou-se, assim. uma camada de académicos (economistas sobretudo) completamente pró ocidentais e pró-capitalistas , com ligações com universidades norte-americanas de prestígio. As teorias neo-liberais entre os economistas fizeram o seu caminho lenta mas solidamente, e diretores de grandes cooperativas em dificuldades encontraram aí uma oportunidade para alcançar os seus sonhos pessoais de privatizações. Já fora assim na Checoslováquia nos anos sessenta (O chefe-de-fila Alexander Dubček o confessaria nas suas memórias ) sob o disfarce da democratização. E mais claramente ainda na Polónia , até pelo seu pluralismo partidário, onde a influência da igreja católica e do respetivo Papa foi determinante. Este país acabaria por sair da influência da URSS e liquidar as estruturas socialistas mais cedo ou mais tarde, de resto. Era inevitável.
Os inimigos e os ingénuos (ignorantes também) silenciam ou subestimam, uns e outros respetivamente, esta realidade : cada país não é uma bolha fechada no contexto internacional.
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