Jacques R. Pauwels
[Este artigo é publicado em 2 partes; hoje, publica-se a primeira]
A guerra contra a União Soviética era o que Hitler queria desde o início. Já tinha deixado isso bem claro nas páginas de Mein Kampf, escrito em meados da década de 1920. Como um historiador alemão, Rolf-Dieter Müller, demonstrou de forma convincente num estudo bem documentado, era uma guerra contra a União Soviética, e não contra a Polónia, França ou Grã-Bretanha, que Hitler planeava desencadear em 1939.
22 de junho de 2021
Há oitenta anos, em 22 de junho de 1941: Hitler lançou a Operação Barbarossa, o ataque contra a União Soviética.
A guerra contra a União Soviética era o que Hitler queria desde o início. Já tinha deixado isso bem claro nas páginas de Mein Kampf, escrito em meados da década de 1920. Como um historiador alemão, Rolf-Dieter Müller, demonstrou de forma convincente num estudo bem documentado, era uma guerra contra a União Soviética, e não contra a Polónia, França ou Grã-Bretanha, que Hitler planeava desencadear em 1939. Em 11 de agosto daquele ano, Hitler explicou a Carl J. Burckhardt, um representante da Liga das Nações, que “tudo o que ele empreendeu foi dirigido contra a Rússia”, e que “se o Ocidente [isto é, os franceses e os britânicos] é muito estúpido e muito cego para compreender isso, ele seria forçado a chegar a um entendimento com os russos, virar e derrotar o Ocidente, e então voltar com todas as suas forças para desferir um golpe contra a União Soviética”. Foi, de facto, isso que aconteceu. O Ocidente acabou por se revelar “muito estúpido e cego”, como Hitler o via, para lhe dar “mão livre” no leste e, então, fez um acordo com Moscovo – o famoso “Pacto Hitler-Stalin” – e, em seguida, desencadeou a guerra contra a Polónia, a França e a Grã-Bretanha.
Mas o objetivo final manteve-se o mesmo: atacar e destruir a União Soviética tão depressa quanto possível. Hitler e os comandantes do exército alemão estavam convencidos de que tinham aprendido uma lição importante com a Primeira Guerra Mundial. Em 1918, na fase final da Primeira Guerra Mundial, a guerra móvel foi retomada após anos de impasse nas trincheiras. Foi quando os Aliados, cujo acesso ilimitado aos recursos coloniais, incluindo o petróleo, lhes permitiram construir e usar milhares de tanques, camiões e aviões e, assim, “navegar para a vitória numa onda de petróleo”, como disse um dos seus chefes. A Alemanha, por outro lado, tinha sido impedida, por um bloqueio da Marinha Real, de importar essas matérias-primas vitais e não tinha abastecido o seu exército com equipamentos e armas modernas semelhantes e, portanto, foi derrotada.
Hitler e os seus generais sabiam que seria impossível vencer uma nova guerra moderna sem equipamento motorizado, mas a Alemanha tinha uma indústria altamente desenvolvida, capaz de produzir um grande número de tanques, aviões e camiões para transportar a infantaria. Mas lutar e vencer uma nova guerra moderna também exigiria armazenar suficientes matérias-primas estratégicas, especialmente petróleo e borracha, que faltavam na Alemanha. Decidiu-se enfrentar esse problema crucial de duas maneiras. Primeiro, importando muito petróleo e borracha, criando enormes estoques para uso sempre que os cães de guerra fossem soltos e outras importações provavelmente seriam evitadas por um novo bloqueio britânico. A maior parte disso veio do maior exportador mundial de petróleo na época, os Estados Unidos.
Em segundo lugar, decidiu-se começar a produzir petróleo sintético e borracha a partir do carvão, matéria-prima abundantemente disponível na Alemanha. Estes preparativos deveriam permitir à Alemanha vencer a guerra que se aproximava. Ainda era considerado vital manter a guerra o mais curta possível, uma vez que os estoques de combustível provavelmente diminuiriam rapidamente, o potencial para importações em tempo de guerra (de países amigos como a Roménia) era limitado e não podia esperar que a borracha sintética e o petróleo estivessem disponíveis em quantidades suficientes. Para ganhar uma nova edição da “Grande Guerra”, a Alemanha teria de vencê-la depressa, muito depressa.
Foi assim que nasceu o conceito de Blitzkrieg, ou seja, a ideia da guerra (Krieg) rápida como um raio (Blitz). A abordagem Blitzkrieg exigia ataques sincronizados por ondas de tanques e aviões para perfurar as linhas defensivas do inimigo, atrás das quais se esperava que as suas tropas estivessem concentradas; penetração profunda em território hostil; movimento rápido de unidades de infantaria, não a pé ou de comboio, como na Grande Guerra, mas em camiões; e as pontas de lança alemãs balançando para trás para cercar e liquidar exércitos inimigos inteiros em gigantescas “batalhas de cerco”. Blitzkrieg significava guerra motorizada, fazendo uso total do grande número de tanques, camiões e aviões produzidos pela indústria alemã, mas também queimando quantidades gigantescas de petróleo e borracha importados e armazenados.
Em 1939 e 1940, a Blitzkrieg fez funcionar devidamente a sua magia, pois a combinação de excelente equipamento e combustível abundante permitiu que a Wehrmacht e a Luftwaffe subjugassem as defesas polacas, holandesas, belgas e francesas em questão de semanas; Blitzkriege, “guerras ultrarrápidas”, eram invariavelmente seguidas por Blitzsiege, “vitórias ultrarrápidas”. No verão de 1940, a Alemanha parecia invencível e predestinada a governar o continente europeu indefinidamente. Quanto à Grã-Bretanha, o alto comando alemão nunca foi solicitado para preparar planos para invadir aquele país. Porquê?
Hitler sempre desejou uma guerra continental contra os soviéticos e contava com líderes políticos britânicos como Chamberlain, conhecido por ser demasiadamente antissoviético para assistir apenas do lado de fora, dando a sua concordância. A infame política de “apaziguamento”, de Londres, confirmou essa expectativa, até que Chamberlain, sob pressão da opinião pública, se sentiu compelido a ficar ao lado da Polónia no seu conflito com Hitler contra Gdansk. Nestas circunstâncias, Hitler decidiu adiar a sua planeada guerra oriental para que pudesse resolver as coisas primeiro com a Polónia e as potências ocidentais. Foi por isso que propôs um acordo aos soviéticos, cujas ofertas para estabelecer uma frente comum anti-Hitler foram repetidamente rejeitadas por Londres e Paris. O famoso “Pacto”, que concluíram com Hitler em agosto de 1939, ofereceu-lhes espaço e tempo extras para se prepararem para um ataque nazi que sabiam ser meramente adiado para uma data posterior.
A Grã-Bretanha foi para a guerra, mas com muita relutância. Após a conquista da Polónia e da França (e a evacuação do exército britânico de Dunquerque), Hitler tinha motivos para acreditar que os decisores em Londres “veriam a luz”, sairiam da guerra e permitiriam que ele governasse o continente europeu para que pudesse finalmente marchar para o leste e esmagar a União Soviética, enquanto deixaria a Grã-Bretanha manter o seu Império ultramarino. Em Londres, entretanto, os apaziguadores antissoviéticos (e filofascistas) foram substituídos por Churchill, que, embora também muito antissoviético, não estava disposto a deixar Hitler controlar a Europa; o novo primeiro-ministro temia que, após uma vitória contra a União Soviética, Hitler se sentisse atraído – e muito preparado – para se voltar contra a Grã-Bretanha. A Grã-Bretanha, portanto, recusou-se a ser “razoável”, como Hitler a via, mas não tinha esperança de vencer a guerra sozinha e tinha de temer que o ditador alemão pudesse em breve voltar a sua atenção para Gibraltar, Egito e/ou outras joias da coroa do Império Britânico. Os triunfos do Reich foram suficientemente espetaculares, mas esgotaram as suas provisões de combustível, enquanto não encontravam novas fontes de matérias-primas estratégicas, a não ser alguns pequenos poços de petróleo na Polónia.
Nos termos do Pacto de 1939, entretanto, a Alemanha foi abastecida com petróleo pela União Soviética. Mas quanto? Muito, de acordo com a visão convencional antissoviética ou antirrussa; tanto, de acordo com uma versão, que foi uma pré-condição para a derrota da França na primavera de 1940. Apesar dessas afirmações, de acordo com o minucioso relatório de Brock Millman, apenas 4% de todas as importações de petróleo alemãs na época tiveram origem na União Soviética. A realidade é que, em 1940 e 1941, a Alemanha dependia principalmente do petróleo importado de dois países. Primeiro, a Roménia, originalmente neutra, mas um aliado formal de Hitler a partir de novembro de 1940. E, segundo, os ainda neutros EUA, cujos barões do petróleo exportaram enormes quantidades de “ouro negro”, principalmente através de outros países neutros, como a Espanha de Franco; e continuariam a fazê-lo até os Estados Unidos entrarem na guerra, em dezembro de 1941, após o ataque japonês a Pearl Harbour. As entregas soviéticas de petróleo eram, é claro, úteis para o Reich, mas o mais preocupante para Hitler era o facto de a Alemanha ter de retribuir, fornecendo produtos industriais de alta qualidade e tecnologia militar de ponta, que era usada pelos soviéticos para modernizar o seu exército e melhorar as suas defesas contra um ataque nazi que eles esperavam mais cedo ou mais tarde. Apesar do seu alto nível de mecanização, o exército alemão ainda usava mais de 700.000 cavalos e animais de tração para batalhões de reconhecimento e artilharia. Barbarossa provou ser extremamente brutal tanto para os animais como para os humanos.
Outra dor de cabeça para Hitler foi o facto de os termos do seu pacto com os soviéticos possibilitarem que estes ocupassem o leste da Polónia, antigo território russo anexado pela Polónia durante a Guerra Civil Russa. Isso aconteceu em 17 de setembro de 1939, quando o governo polaco fugiu para a Roménia neutra, abandonando o país e transformando-o em uma “terra nullius” [lat.: terra de ninguém]. O movimento soviético estava, portanto, de acordo com o direito internacional; como Churchill reconheceu, não foi um ato de guerra, não transformou a União Soviética em aliada da Alemanha nazi, mas permitiu que ela permanecesse neutra e, por esse motivo, não desencadeou uma declaração de guerra das potências ocidentais, aliadas da Polónia.
Finalmente, se o Exército Vermelho não tivesse ocupado a Polónia oriental, os alemães tê-lo-iam feito. Esta situação incomodou Hitler. A fronteira soviética e as defesas do país tinham-se deslocado algumas centenas de quilómetros para oeste, proporcionando ao Exército Vermelho a vantagem defensiva do que se chama “glacis” no jargão militar, um “espaço para respirar” territorial; inversamente, para os militares alemães, a marcha planeada para Moscovo tinha-se tornado muito mais longa. O ditador alemão tinha um problema: os soviéticos tinham conquistado um espaço valioso, o tempo estava a seu favor e as suas defesas tornavam-se mais fortes a cada dia. Após a derrota da França, Hitler sentiu que não poderia esperar muito mais antes de empreender a missão que acreditava lhe ter sido confiada pela providência, ou seja, a aniquilação da “Rússia governada pelos judeus”. Ele tinha querido atacar a União Soviética em 1939, mas voltou-se contra as potências ocidentais, como disse o historiador alemão Rolf-Dieter Müller, “para desfrutar de segurança na retaguarda, quando finalmente estivesse pronto para acertar as contas com a União Soviética”. Müller conclui que, em 1940, nada tinha mudado no que dizia respeito a Hitler: “O verdadeiro inimigo era o que estava no leste”. Já no outono daquele ano, após uma tentativa fracassada de fazer Churchill tornar-se “sensato”, através de bombardeamentos e uma ameaça de invasão, instruiu os seus generais para esquecer a Albion [antigo nome de Inglaterra] e planear uma grande “Guerra Oriental” (Ostkrieg) na primavera de 1941. Uma ordem formal para esse efeito foi emitida em 18 de dezembro de 1940.
O projeto recebeu o nome de código “Operação Barbarossa” (Unternehmen Barbarossa), em homenagem a um famoso imperador e cruzado alemão. A escolha do nome refletia a visão de Hitler sobre o conflito que se aproximava: seria uma espécie de guerra santa contra a variedade soviética de comunismo, desprezada como um estratagema judaico destinado a derrubar a superioridade natural da raça “ariana”. Essa era a essência do Judeo-Bolchevismo, uma teoria adotada não apenas por Hitler, mas também por incontáveis líderes políticos, económicos e intelectuais influentes na Alemanha e em todo o mundo ocidental. Um deles era Henry Ford, dono da fábrica cuja filial alemã estava a produzir grande parte do equipamento usado pelas forças armadas alemãs na época, acumulando enormes lucros no processo.
Hitler sentiu que poderia voltar os olhos para o leste sem se preocupar muito com os britânicos, que ainda estavam a lamber as suas feridas depois de uma fuga à moda de Houdini [1] de Dunquerque. Por duas razões ele estava confiante de que as contas deles poderiam esperar para ser acertadas até a conclusão do seu projeto primordial, o Ostkrieg. Em primeiro lugar, esse empreendimento seria mais uma guerra relâmpago, que não duraria mais do que dois meses – voltaremos a este assunto muito em breve. Em segundo lugar, ao contrário das vitórias alemãs anteriores, um triunfo contra a União Soviética garantia à Alemanha o fornecimento dos recursos virtualmente ilimitados daquele enorme país, incluindo o trigo ucraniano, para fornecer comida abundante à população alemã; minerais como carvão, a partir do qual óleo sintético e borracha poderiam ser produzidos; e – por último, mas certamente não menos importante – os ricos campos de petróleo do Cáucaso, onde os consumidores de gás, Panzers [2] e Stukas [3], seriam capazes de encher os seus tanques até a borda a qualquer momento. Fortalecido com esses ativos, seria uma sinecura para Hitler negociar com a Grã-Bretanha.
A derrota da União Soviética teria de facto fornecido uma “solução final” para a situação difícil da Alemanha, sendo uma superpotência industrial desprovida de posses territoriais para fornecer matéria-prima estratégica. Possuir um enorme “território complementar” no leste, semelhante ao “Oeste Selvagem” da América e à colónia indiana da Grã-Bretanha, certamente transformaria a Alemanha numa verdadeira potência mundial, invulnerável dentro de uma “fortaleza” europeia que se estendia do Atlântico aos Urais. O Reich possuiria recursos ilimitados e, portanto, seria capaz de vencer até mesmo guerras longas e prolongadas contra qualquer antagonista – incluindo os Estados Unidos – numa das futuras “guerras dos continentes” conjuradas na imaginação febril de Hitler. Hitler e os seus generais estavam confiantes de que a sua Blitzkrieg planeada contra a União Soviética teria o mesmo sucesso das suas guerras-relâmpago anteriores contra a Polónia e a França. Eles consideravam a União Soviética um “gigante com pés de barro”, cujo exército, presumivelmente decapitado pelas purgas de Estaline no final dos anos 1930, “não passava de uma piada”, como o próprio Hitler disse certa vez. Para travar e vencer as batalhas decisivas, eles efetuariam uma campanha de seis a oito semanas, possivelmente seguida por algumas operações de limpeza, durante as quais os remanescentes do exército soviético “seriam perseguidos por todo o país como um bando de cossacos derrotados”.
De qualquer forma, Hitler sentia-se extremamente confiante e, na véspera do ataque, “imaginou-se à beira do maior triunfo de sua vida”. Em Washington e Londres, os especialistas militares também acreditavam que a União Soviética não seria capaz de oferecer resistência significativa ao rolo compressor nazi, cujas façanhas militares de 1939-1940 lhe renderam a reputação de invencibilidade. Os serviços secretos britânicos estavam convencidos de que a União Soviética seria “liquidada dentro de oito a dez semanas”, e o chefe do Estado-Maior Imperial afirmou que a Wehrmacht cortaria o Exército Vermelho “como uma faca em manteiga no verão” e que as forças soviéticas seriam cercadas “como gado”. De acordo com a opinião de especialistas em Washington, Hitler “esmagaria a Rússia [sic] como um ovo”.
A operação Barbarossa teve início em 22 de junho de 1941, nas primeiras horas da madrugada. A fronteira da União Soviética foi cruzada pela “maior força de invasão na história da guerra” (Wikipedia), consistindo em três milhões de soldados alemães e quase 700.000 soldados com que os aliados da Alemanha nazi tinham contribuído, equipados com 600 000 veículos motorizados, 3 648 tanques, mais de 2 700 aviões e pouco mais de 7 000 peças de artilharia. No início, tudo saiu conforme o planeado. Foram abertos enormes buracos nas defesas soviéticas, foram rapidamente obtidos ganhos territoriais impressionantes e centenas de milhares de soldados do Exército Vermelho foram mortos, feridos ou feitos prisioneiros, numa série de espetaculares “batalhas de cerco”. O caminho para Moscovo parecia estar aberto. Nos primeiros dias da guerra, a Luftwaffe [a Força aérea] não teve problemas para destruir centenas de aeronaves soviéticas no solo, capturadas no ataque-surpresa.
Sobre as fases iniciais da Operação Barbarossa, alguns mitos tenazes precisam de ser dissipados. Em primeiro lugar, não é verdade que o ataque alemão pretendia evitar uma ofensiva planeada pelos próprios soviéticos. Essa noção foi originalmente propagada pelo regime nazi, reciclada pós-1945 para fins de propaganda antissoviética e revivida de vez em quando, agora que a Guerra Fria acabou, afinal de contas. Uma historiadora alemã, Bianka Pietrow-Ennker, demoliu de forma convincente esta “tese de uma guerra preventiva” (Präventivkriegsthese). Um ataque à Alemanha teria sido suicida para os soviéticos, já que certamente provocaria uma declaração de guerra do Japão, aliado da Alemanha, forçando o Exército Vermelho a lutar contra poderosos inimigos em duas frentes. Em segundo lugar, não é verdade que os líderes soviéticos, geralmente referidos como “Estaline”, não esperavam um ataque alemão. Eles esperavam-no e estavam a preparar-se freneticamente para isso, mas não sabiam para quando e sempre esperaram que o ataque viria mais tarde que cedo, já que os preparativos para um ataque a desencadear nunca estão totalmente concluídos. Foram recebidos sinais de que a cortina se levantaria quando isso acontecesse, ou seja, em 22 de junho; no entanto, sinais semelhantes tinham chegado antes, mas provaram ser falsos; não havia razão para pensar que desta vez era diferente, e sentiu-se ser necessário não provocar Hitler com movimentos de tropas ao longo da fronteira, já que no verão de 1914 a mobilização apressada do exército russo em circunstâncias tensas semelhantes havia desencadeado uma declaração de guerra da Alemanha.
Nos meses e especialmente nas semanas anteriores a junho de 1941, a máquina de propaganda de Goebbels e o serviço secreto nazi trabalharam muito, e com sucesso, para confundir Moscovo com sinais conflituantes preocupantes, principalmente a ideia de que a concentração das suas tropas ao longo da fronteira soviética era impossível de dissimular, pretendiam enganar os britânicos, contra os quais uma grande operação estava a ser planeada. Por outro lado, os britânicos estavam a trabalhar afincadamente para provocar um conflito entre a Alemanha e a União Soviética, pois isso seria, obviamente, do seu interesse. Nestas circunstâncias, tentar induzir Moscovo a dar um passo em falso que pudesse desencadear hostilidades fazia parte dessa estratégia de engano, que merece um estudo aprofundado. Em qualquer caso, os líderes soviéticos sabiam que o ataque estava a chegar e preparavam-se para ele, mas acharam impossível interpretar corretamente um caleidoscópio de sinais e foram tragicamente enganados ao recusarem-se a acreditar que o ataque alemão era iminente até as bombas começaram a chover sobre eles, nas primeiras horas de 22 de junho.
Um terceiro mito diz respeito à purga de um número considerável de comandantes do Exército Vermelho, incluindo o marechal Mikhail Tukhachevsky. Nos chamados “julgamentos-fantoche” de 1937, esses homens foram presumivelmente acusados falsamente de atividades de traição, torturados para que confessassem e executados ou presos, livrando assim Estaline de rivais em potência, mas também eliminando inúmeros oficiais de alto escalão capazes e experientes; essa “decapitação” do Exército Vermelho, supostamente, ajuda a explicar o seu fraco desempenho nas fases iniciais da Barbarossa. Embora esta perda, sem dúvida, tenha tido um preço, em última análise, uma consideração mais importante é o facto de que agora era certo que existia um “bloco de oposicionistas” heterogéneo dentro da União Soviética e que Tukhachevsky e os outros réus de facto pertenciam a esse bloco e estavam profundamente envolvidos nas suas atividades traidoras, inclusive em contatos com agentes alemães e japoneses. O seu objetivo final era sabotar os esforços defensivos soviéticos quando a Alemanha e/ou o Japão atacassem, e os traidores seriam recompensados com a permissão de chegar ao poder no que restaria da União Soviética ou de um estado-sucessor russo.
Joseph Davies, o embaixador dos Estados Unidos na União Soviética na época dos julgamentos, acreditava que o acusado era culpado. Por outras palavras, Tukhachevsky e companhia teriam feito o que uma conspiração de generais e políticos franceses com simpatias fascistas orquestrou na primavera de 1940: deliberadamente optaram pela derrota às mãos de um “inimigo externo”, a Alemanha nazi, para poder derrotar o “inimigo interno”, no caso da França, os socialistas, comunistas e outras forças de esquerda que antes tinham formado o governo da “Frente Popular”. A derrota da França possibilitou que esses “Tukhachevskies” franceses instalassem um regime fascista sob o comando do marechal Pétain, como a historiadora francesa Annie Lacroix-Riz demonstrou de maneira convincente em dois dos seus estudos. A existência e colaboração de tal “quinta coluna” ajuda a explicar a vitória inesperadamente fácil da Alemanha nazi sobre a França e, inversamente, o que na própria França é referido como a “estranha derrota” do país em 1940. Se a “quinta coluna” de Tukhachevsky na União Soviética não tivesse sido eliminada, o Exército Vermelho, sem dúvida, teria feito muito pior em junho de 1941 do que realmente fez, e provavelmente teria experimentado uma “estranha derrota”, semelhante à do exército francês um ano antes.
Nos dias e semanas a seguir a 22 de junho, o exército alemão avançou rapidamente em três direções principais, a saber, Leninegrado, no norte, Kiev, no sul e Moscovo, no centro, aparentemente confirmando a reputação de invencibilidade que havia adquirido em 1939 e 1940. Logo ficou evidente, entretanto, que a Blitzkrieg no leste não seria tão fácil como se esperava. Enfrentando a máquina militar mais poderosa do mundo, o Exército Vermelho estava previsivelmente a ser fortemente atingido, mas, como o ministro da propaganda, Joseph Goebbels, confidenciou no seu diário, já em 2 de julho, também opôs uma forte resistência e recuperou com muita força, em várias ocasiões. O general Franz Halder, em muitos aspetos o “padrinho” do plano de ataque da Operação Barbarossa, reconheceu que a resistência soviética era muito mais forte do que qualquer coisa que os alemães tivessem enfrentado na Europa Ocidental. Os relatórios da Wehrmacht citaram resistência “dura”, “árdua” e até “selvagem”, causando pesadas perdas em homens e equipamentos do lado alemão. Mais frequentemente do que o esperado, as forças soviéticas conseguiram lançar contra-ataques que envolveram pesadas perdas, mas retardaram o avanço alemão. Algumas unidades soviéticas esconderam-se nos vastos Pântanos de Pripet [4] e noutros lugares, organizaram uma guerra de guerrilha mortal (para a qual foram feitos preparativos completos durante o tempo ganho com o Pacto de 1939) e ameaçaram as longas e vulneráveis linhas de comunicação alemãs.
Descobriu-se também que o Exército Vermelho estava muito mais bem equipado do que o esperado. Os generais alemães ficaram “maravilhados”, escreve um historiador alemão, com a qualidade das armas soviéticas, como o lançador de foguetes Katyusha (conhecido como “Órgão de Estaline”) e o tanque T-34. Hitler ficou furioso porque os seus serviços secretos não sabiam da existência de algumas dessas armas. A maior causa de preocupação, no que dizia respeito aos alemães, era o facto de que a maior parte do Exército Vermelho conseguia retirar-se em relativamente boa ordem e evitou a destruição numa enorme batalha de cerco, na espécie de repetição de Canas [5] ou Sedan [6] com que Hitler e os seus generais tinham sonhado. Os comandantes do Exército Vermelho parecem ter observado e analisado cuidadosamente os sucessos da blitzkrieg alemã de 1939 e 1940 e ter aprendido lições úteis. Devem ter notado que, em maio de 1940, os franceses tinham concentrado o grosso das suas forças, quer na fronteira, atrás da Linha Maginot [7], quer na Bélgica, tornando assim possível à máquina de guerra alemã cercá-los. Os soviéticos deixaram algumas tropas na fronteira, é claro, e essas tropas previsivelmente sofreram grandes perdas durante as fases iniciais da Barbarossa. Mas – ao contrário do que afirmam alguns historiadores – a maior parte do Exército Vermelho foi retida na retaguarda, evitando a armadilha. Foi esta “defesa em profundidade” – facilitada pela aquisição em 1939 de uma “glacis”, um “espaço para respirar” territorial, nomeadamente a “Polónia Oriental” – que frustrou a ambição alemã de destruir o Exército Vermelho na sua totalidade. Como o marechal Zhukov escreveria nas suas memórias, “a União Soviética teria sido esmagada se tivéssemos organizado todas as nossas forças na fronteira”.
Já em meados de julho, quando a guerra de Hitler no leste começou a perder as suas qualidades de Blitz, muitos alemães, militares e civis, de baixa e alta patente, perderam a crença numa vitória rápida. O almirante Wilhelm Canaris, chefe do serviço secreto da Wehrmacht, o Abwehr, confidenciou, em 17 de julho, a um colega na frente, o general von Bock, que não via “nada senão preto”. Na frente doméstica, muitos civis alemães também começaram a sentir que a guerra no leste não estava a ir bem. Em Dresden, Victor Klemperer, um linguista judeu que mantinha um diário, escreveu em 13 de julho que “nós [os alemães] sofremos perdas imensas, subestimámos os russos”.
Na mesma altura, o próprio Hitler abandonou o seu sonho de uma vitória rápida e fácil e reduziu as suas expectativas; agora manifestava a esperança de que as suas tropas pudessem chegar ao Volga em outubro e capturar os campos de petróleo do Cáucaso, mais ou menos um mês depois. No final de agosto, num momento em que a Barbarossa deveria estar a perder o fôlego, um memorando do Alto Comando da Wehrmacht (Oberkommando der Wehrmacht, OKW) reconheceu que talvez já não fosse possível vencer a guerra em 1941.
Um grande problema era o facto de que, quando a operação Barbarossa começou, em 22 de junho, o estoque de pneus, peças de reposição e, principalmente, combustível era suficiente para apenas cerca de dois meses. Isso foi considerado suficiente porque se esperava que, entre seis a oito semanas, a União Soviética estaria de joelhos e os seus recursos ilimitados – produtos industriais e agrícolas, bem como matérias-primas – estariam então disponíveis para o Reich. Mas, no final de agosto, as pontas de lança alemãs não estavam em nenhum lugar perto das regiões distantes da União Soviética onde o petróleo, o mais precioso de todos os indispensáveis da guerra moderna, se encontrava. Se os tanques conseguiram continuar a rolar, embora cada vez mais devagar, nas aparentemente intermináveis extensões russas e ucranianas, foi em grande parte por meio de combustível e borracha importados, via Espanha e França ocupada, dos Estados Unidos.
As chamas do otimismo acenderam-se novamente em setembro, quando as tropas alemãs obtiveram grande sucesso ao capturar Kiev e, mais ao norte, avançaram na direção de Moscovo. Hitler acreditava, ou pelo menos fingia acreditar, que o fim estava próximo para os soviéticos. Num discurso público no Palácio dos Desportos de Berlim, em 3 de outubro, declarou que a guerra oriental estava virtualmente terminada. A Wehrmacht recebeu ordens de dar o golpe de misericórdia lançando a Operação Tufão (Unternehmen Taifun), uma ofensiva com o objetivo de tomar Moscovo. No entanto, as hipóteses de sucesso pareciam cada vez menores, à medida que os soviéticos se ocupavam em trazer unidades de reserva do Extremo Oriente. (Eles foram informados pelo seu mestre espião em Tóquio, Richard Sorge, que os japoneses, cujo exército estava estacionado no norte da China, já não estavam a considerar atacar as vulneráveis fronteiras soviéticas na área de Vladivostok.) Para piorar as coisas, os alemães já não gozavam de superioridade no ar, especialmente sobre Moscovo. Além disso, suprimentos suficientes de munições e comida não podiam ser trazidos da retaguarda para a frente, uma vez que as longas linhas de abastecimentos eram severamente atacadas pela atividade de guerrilha. Finalmente, estava a ficar frio na União Soviética, embora provavelmente não mais frio do que o normal naquela época do ano. O alto comando alemão, confiante de que sua Blitzkrieg oriental terminaria até ao final do verão, falhou em fornecer às tropas o equipamento necessário para lutar na chuva, lama, neve e temperaturas geladas de um outono e inverno russos.
Tomar Moscovo parecia um objetivo extremamente importante nas mentes de Hitler e dos seus generais. Acreditava-se, embora provavelmente erradamente, que a queda de sua capital iria “decapitar” a União Soviética e, assim, provocar o seu colapso. Também parecia importante evitar uma repetição do cenário do verão de 1914, quando o avanço aparentemente imparável da Alemanha na França tinha sido interrompido in extremis, na periferia oriental de Paris, durante a Batalha do Marne [8]. Este desastre – da perspetiva alemã – roubou à Alemanha uma vitória quase certa nas fases iniciais da I Grande Guerra e forçou-a a uma longa luta que, sem recursos suficientes e bloqueada pela marinha britânica, estava condenada a perder.
Desta vez, numa nova Grande Guerra travada contra um novo arqui-inimigo, não haveria nenhum novo “milagre do Marne”, ou seja, nenhuma hesitação fora da capital do inimigo. Era imperativo que a Alemanha não se encontrasse sem recursos e bloqueada num conflito longo e prolongado que estava condenada a perder. Ao contrário de Paris, Moscovo cairia, a história não se repetiria e a Alemanha acabaria por sair vitoriosa – ou assim se esperava no quartel-general de Hitler. A Wehrmacht continuou a avançar, embora muito lentamente e, em meados de novembro, algumas unidades viram-se nos arredores de Moscovo, provavelmente mesmo à vista das torres do Kremlin, mas as tropas estavam agora totalmente exaustas e sem abastecimentos. Os seus comandantes sabiam que era simplesmente impossível tomar a capital soviética, por mais próxima, como no mito do suplício de Tântalo [9], que a cidade pudesse estar, e que mesmo isso não lhes traria a vitória. Em 3 de dezembro, várias unidades abandonaram a ofensiva por iniciativa própria. Em poucos dias, porém, todo o exército alemão à frente de Moscovo foi simplesmente forçado à defensiva.
De facto, em 5 de dezembro, às três da manhã, em condições de frio e neve, o Exército Vermelho lançou repentinamente um contra-ataque importante e bem preparado. As linhas da Wehrmacht foram perfuradas em muitos lugares, e os alemães tiveram de recuar entre 100 a 280 quilómetros com grandes perdas de homens e equipamentos; foi apenas com grande dificuldade que um cerco catastrófico pôde ser evitado. Em 8 de dezembro, Hitler ordenou que o seu exército abandonasse a ofensiva e se movesse para posições defensivas. (Como a Wehrmacht realmente chegou aos subúrbios ocidentais de Moscovo no final de 1941, pode-se argumentar que eles quase certamente teriam tomado a cidade, e talvez vencido a guerra, se não fossem as concessões feitas por Hitler, no Pacto de 1939, que resultou na transferência da fronteira soviética, em centenas de quilómetros, para ocidente). Em qualquer caso, foi em frente a Moscovo, no início de dezembro de 1941, que a Blitzkrieg de Hitler contra a União Soviética foi interrompida. Assim terminou não a guerra, é claro, mas o tipo de guerra rápida que deveria ser a chave para a vitória alemã, o tipo de guerra que permitiria a Hitler realizar a sua grande ambição, a destruição da União Soviética. Mais importante, tal vitória também teria fornecido à Alemanha nazi petróleo e outros recursos suficientes para a tornar um gigante virtualmente invulnerável. Na nova “Batalha do Marne” (ver nota 8), a oeste de Moscovo, a Alemanha nazi sofreu a derrota que tornou a vitória impossível, não apenas a vitória contra a própria União Soviética, mas também a vitória contra a Grã-Bretanha e a vitória na guerra em geral. Deve-se notar que os Estados Unidos ainda não estavam envolvidos na guerra.
(Continua)
Este artigo apareceu originalmente no The Greanville Post.
Notas do tradutor
[1] Harry Houdini, (“O Grande Houdini”) nome artístico de Ehrich Weisz (Budapeste, 24 de março de 1874 — Detroit, 31 de outubro de 1926), foi um dos mais famosos escapologistas e ilusionistas da história.
[2] Panzer é uma abreviação de “Panzerkampfwagen”, um substantivo da língua alemã que se pode traduzir como “veículo blindado de combate” e que, na Inglaterra e nos Estados Unidos, é chamado de tanque. Tornou-se sinónimo dos tanques de batalha alemães durante os anos 1930 e 1940, e é geralmente designado pela sua abreviatura “PzKpfw”. Panzers foram usados em ambos os organismos terrestres que compunham as forças armadas alemãs na Segunda Guerra Mundial: a Waffen SS e a Wehrmacht.
[3] O Junkers Ju 87, popularmente conhecido como Stuka (do alemão Sturzkampfflugzeug, bombardeiro de mergulho, foi um bombardeiro utilizado pela força aérea alemã (Luftwaffe) e pela Regia Aeronautica Italiana durante a Segunda Guerra Mundial.
[4] Um dos principais afluentes do rio Dnieper, que corre ao longo da Rússia em direção à Bielorrússia e a partir daí para a Ucrânia.
[5] A Batalha de Canas (Cannae), também conhecida no meio militar como a Batalha da Aniquilação, travada a 2 de agosto de 216 a.C., foi uma batalha decisiva da Segunda Guerra Púnica, em que o exército cartaginês, liderado por Aníbal, esmagou o exército romano liderado por Varrão.
[6] A Batalha de Sedan foi um conflito travado em 1 de setembro de 1870, próximo à cidade francesa de Sedan, durante a Guerra franco-prussiana.Um exército chefiado por Napoleão III e o general Mac-Mahon tentou libertar o general François Achille Bazaine, em Metz, mas acabou cercado pelos prussianos, em 31 de agosto, na batalha de Sedan, que decidiu o conflito. Em 1 de setembro, os franceses tentaram inutilmente romper o cerco e, em 2 de setembro, Napoleão, Mac-Mahon e 83.000 soldados renderam-se aos alemães. Resultou na captura do imperador Napoleão III, juntamente com o seu exército, e praticamente decidiu o conflito em favor do Reino da Prússia e seus aliados. Napoleão III, desacreditado aos olhos dos franceses, teve de abdicar.
[7] A Linha Maginot foi uma linha de fortificações e de defesa construída pela França ao longo das suas fronteiras com a Alemanha e a Itália, após a Primeira Guerra Mundial, mais precisamente entre 1930 e 1936. O complexo de defesa possuía várias vias subterrâneas, obstáculos, baterias blindadas escalonadas em profundidade, postos de observação com abóbadas blindadas e paióis de munições a grande profundidade.
[8] O Marne é um rio francês, com cerca de 525 km, e é um dos principais afluentes do rio Sena, junto do qual, na I Guerra Mundial, no fim de Agosto de 1914, toda a tropa da Tríplice Entente na Frente Ocidental foi forçada a recuar em direção à Paris. Ao mesmo tempo as duas principais forças alemãs continuavam avançando pela França com a intenção de capturar Paris e surpreender a retaguarda inimiga.
Foi então organizado um contra-ataque pelo chefe militar de Paris, Joseph Simon Gallieni, ao longo do rio Marne, para parar a ofensiva alemã. A batalha começou no dia 5 de Setembro quando a Sexta Infantaria Francesa, liderada pelo general Michel-Joseph Maunoury, encontrou a Primeira Infantaria Alemã. A ajuda britânica só veio em 9 de Setembro, o que obrigou ao recuo da Alemanha.
Este desfecho, no entanto, deve-se mais às falhas de execução no plano alemão, do que propriamente aos méritos dos defensores.
[9] Tântalo era um rei da Frígia e governava com despotismo e traição, inclusive contra o próprio filho. Condenado à região mais remota do Tártaro, o seu castigo consistia em sustentar uma grande pedra sobre a cabeça e, tomado por imensa sede e fome que não podia saciar, procurava amenizar colhendo algum dos frutos que brotavam acima de si, mas os frutos afastavam-se quando ele estava prestes a colhê-los.
[10] O termo refere-se ao surgimento de uma personagem, artefacto ou evento inesperado, artificial ou improvável, introduzido repentinamente numa trama ficcional com o objetivo de resolver uma situação ou simplificar um enredo. O uso de Deus ex machina surgiu no teatro na Grécia Antiga, no qual muitas peças terminavam com uma divindade surgindo metaforicamente no palco, após o ator correspondente ser descido por um guindaste até o local da encenação, para finalizar as histórias contadas até então.
[11] A Batalha das Ardenas (16 de dezembro de 1944 - 25 de janeiro de 1945) foi a grande contraofensiva alemã no oeste (die Ardennenoffensive), lançada no fim da Segunda Guerra Mundial, na floresta das Ardenas na Valónia, Bélgica, e também chegou à França e ao Luxemburgo na Frente Ocidental. A ofensiva alemã foi apoiada por várias pequenas operações. O objetivo da Alemanha com estas operações era dividir os Aliados americanos e britânicos ao meio, capturando a região da Antuérpia e a Bélgica, cercando e destruindo as forças Aliadas, tentando forçar os Aliados ocidentais a negociar um tratado de paz em separado com as potências do Eixo. Uma vez com seus objetivos conquistados, Hitler poderia focar todo seu poderio militar contra os Soviéticos no Leste.
[12] O Crepúsculo dos Deuses (em alemão: Götterdämmerung) é uma ópera do compositor alemão Richard Wagner, a quarta parte das quatro que compõem a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Composta entre 1869 e 1874, a sua estreia ocorreu no Bayreuth Festspielhaus, Bayreuth, em 17 de agosto de 1876, como parte da primeira apresentação completa da Saga do Anel.
Fonte: https://mltoday.com/operation-barbarossa-myths-and-realities/, publicado e acedido em 2021/07/05.
Tradução do inglês de TAM
Sem comentários:
Enviar um comentário