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A demonização faz parte da construção de um quadro apocalíptico, que descreve Estaline como um 'tirano vermelho' e o carrasco de Katyn. Na verdade, tudo isso serve à propaganda antissoviética, denegrindo a URSS e aprofundando a russofobia moderna.
Aymeric Monville, filósofo francês, diretor da editora Les éditions Delga em Paris, editor-chefe adjunto da revista La Pensée, em entrevista ao correspondente do Pravda na Europa Ocidental, Andrei Dultsev, sobre os problemas de perceção do legado teórico histórico de JV Estaline na historiografia da Europa Ocidental.
Andrei Dultsev [AD]: Você acaba de publicar um livro sobre Estaline, And For a Few More Canards: Counter-inquiry on Staline and the Soviet Union.[E por mais Falsidades: Contra-inquérito sobre Estaline e a União Soviética (NT)] Na sua opinião,qual é o problema da perceção de Estaline que existe no Ocidente hoje?
Aymeric Monville [AM]: No Ocidente, a análise histórica, se é que se pode chamar assim, baseia-se na comparação entre Hitler e Estaline, necessária sobretudo para justificar a democracia ocidental. A visão da Segunda Guerra Mundial baseia-se no facto de que um conluio objetivo entre o capitalismo ocidental e o nazismo, que são de facto os dois lados da mesma formação económica em diferentes estágios de desenvolvimento político, está a ser empurrado para segundo plano, e o termo 'totalitarismo, ele próprio mal fundamentado, é usado como propaganda e ferramenta ideológica para mostrar que a Alemanha nazi e o “estalinismo” são as principais ameaças à sociedade de valores ocidentais'.
Com meu livro, quero devolver ao espaço público a visão marxista das coisas. Ou seja, a conspiração entre as democracias ocidentais e o nazismo, cuja perceção sofreu no Ocidente sob a influência do feroz anticomunismo do pós-guerra, e que também se implantou na França que é o elo mais fraco da estrutura política do Ocidente.
Afinal, a França é o país da Comuna, um país de um movimento operário muito forte, um país onde (juntamente com a Itália) havia o Partido Comunista mais poderoso fora da comunidade socialista. Portanto, é interessante analisar aqui o desenvolvimento da visão da URSS e da era de Estaline.
O Livro Negro do Comunismo, que nos foi imposto, recebeu críticas internacionais extremamente negativas da comunidade científica, devido à sua tolice intelectual. Mas foi na França que este livro foi escrito para começar a mudar a forma como as coisas são vistas na comunidade científica.
Quando nos países da América Latina há um golpe de Estado e a chegada ao poder de uma junta militar, as universidades são cercadas por tanques e os professores são mortos. Mas na França os marxistas são tolerados até nas universidades. Aqui há uma tradição revolucionária diferente, que há algum tempo foi mais uma vez confirmada pelo exemplo do movimento dos 'coletes amarelos'; portanto, os intelectuais estão a travar uma luta feroz, tentando mudar as mentes por 'métodos suaves', a partir de dentro.
Essa batalha intelectual pelas mentes está a ser travada pelo método infantil de demonizar um fenómeno tão comum como o ‘culto da personalidade'; e, a julgar pelo resultado, esse método até agora tem sido eficaz na deformação das consciências.
A demonização faz parte da construção de um quadro apocalíptico, que descreve Estaline como um 'tirano vermelho' e o carrasco de Katyn. Na verdade, tudo isso serve à propaganda antissoviética, denegrindo a URSS e aprofundando a russofobia moderna. É aqui que a atitude amigável do povo francês para com o povo soviético, a sua gratidão, é um nó na garganta dos anticomunistas de todos os matizes, porque, como disse uma vez Maurice Thorez, “a França nunca entrará em guerra contra o URSS.” Esta declaração de Thorez está principalmente associada aos sacrifícios feitos pelo povo soviético no altar da vitória da luta pela libertação da Europa do fascismo.
Quando o representante da Federação Russa não foi convidado para a celebração do 8 de maio na França do ano passado, a memória da façanha soviética, a memória dos 27 milhões de vítimas do povo soviético neste massacre desencadeado pela Alemanha hitlerista, foi enxovallhada pela primeira vez. A demonização de Estaline certamente contribui para o acirramento dessa histeria. Isso reflete-se nos resultados das sondagens de opinião: enquanto, no final da guerra, a maioria dos franceses estava convencida de que foi a União Soviética que desempenhou um papel decisivo na derrota do nazismo, hoje a situação é oposta – a maioria das pessoas acredita que os Estados Unidos venceram a guerra.
Isto é, antes de tudo, uma consequência da influência de Hollywood. Os filmes americanos levaram a população daqui a acreditar que foram os Estados Unidos que vieram libertar a França, quando na verdade vieram impor a Operação Overlord, que visava tornar a França vassala dos Estados Unidos. Devemos a nossa relativa independência ao forte Partido Comunista, que participou ativamente na luta contra a ocupação fascista alemã.
Deve-se notar também que foi o general de Gaulle (poucas pessoas mencionam este facto, pois geralmente falam apenas sobre os seus méritos) quem ordenou a destruição da capela do Forte Mont-Valérien, perto de Paris, onde muitos combatentes da Resistência foram fuzilados [as paredes foram demolidas, a cripta foi preservada -AD]. Nas paredes da capela, os combatentes da Resistência escreveram antes da sua execução: “Viva Estaline!” Para o general de Gaulle, isso foi uma pedra no sapato, porque se tornou óbvio que o papel dos comunistas no movimento de resistência era esmagador e os vestígios dessa memória precisavam de ser apagados.
AD: Embora nos municípios onde os comunistas permaneceram no poder nos anos do pós-guerra, tanto as praças como as avenidas com o nome “Estalinegrado” foram preservadas…
AM: Sem dúvida, o relatório de Khrushchev no XX Congresso do PCUS influenciou o Partido Comunista Francês.No entanto, o PCF continuou a ser um partido que não reconheceu imediatamente as partes do relatório que pareciam simplesmente insanas (por exemplo, que a URSS, supostamente, não estava pronta para a guerra).,Os comunistas franceses recusaram-se a renunciar a Estaline. Mas, no final, o revisionismo venceu e hoje é muito forte. Para os verdadeiros comunistas, a questão não foi resolvida.
Vou citar como exemplo uma colaboração com o maravilhoso escritor Domenico Losurdo, que é muito importante para mim. Traduzi as obras de Losurdo do italiano para o francês e facilitei a tradução dos seus livros para outras línguas europeias, e foi aí que me deparei com a censura. Enquanto Losurdo criticava o liberalismo, ele foi publicado, inclusive em editoras inglesas. A crítica ao liberalismo é perfeitamente permitida.
Mas, assim que ele saiu em defesa do socialismo real, e até mesmo d China, os britânicos deixaram de publicá-lo. Isto é censura. Nem é mesmo uma questão da personalidade do autor, mas o facto de um determinado tema ser rejeitado – o pensamento de Lenine e uma clara orientação para o socialismo como modelo social. As pessoas de esquerda referem-se a todos os tipos de estereótipos trotskistas – “burocracia partidária” etc. – mas simplesmente não falam sobre a construção do socialismo real.
AD: Como membro do Comité Honecker para os Assuntos dos Presos Políticos – os líderes da antiga República Democrática Alemã que foram perseguidos na República Federal da Alemanha (RFA) após o colapso do Muro – você acha que esta batalha contra Estaline, que está a ser travada pelos que se fazem passar por pessoas de esquerda europeias (Verdes, Social-Democratas, canal ARTE), é uma continuação do revisionismo histórico para rever os resultados da Segunda Guerra Mundial, iniciado por historiadores e políticos da RFA?
AM: O melhor exemplo disso é o documentário do canal ARTE sobre Katyn, , onde historiadores europeus de autoridade confiam com toda a seriedade nos documentos transferidos para a Polónia por Yeltsin, nos quais, em 1940, em vez de VKP(b) [Vsesoyuznaya kommunisticheskaya Partiya Bolshevikov – Partido Comunista de toda a União (bolchevique) (NT)]1 estava escrito “PCUS” [Partido Comunista da União Soviética(NT)] , o que testemunha a mais grosseira falsificação histórica. O mesmo é o caso do complexo memorial de Mednoye, onde 6.000 polacos baleados foram supostamente enterrados, mas cujos corpos nunca foram encontrados. Infelizmente, apenas os historiadores estão cientes dessas inconsistências.
Mas, muito pior do que essas disputas históricas, o filme não reconhece as fronteiras reais da Polónia moderna. É errado dizer que Estaline “invadiu a Polónia depois do pacto germano-soviético”. Estas foram as terras bielorrussas e ucranianas capturadas pelos polacos após a Guerra Civil na Rússia. O problema das fronteiras da Polónia é importante para os alemães. Isto significa que, para os alemães, a Polónia deveria ser empurrada para o leste, para que a Alemanha pudesse reivindicar o território da atual Polónia ocidental, o que abriria as portas para o novo Drang nach Osten [Dirigir para o Leste].
Pode-se, é claro, argumentar que os políticos atuais não conhecem a história e não estão interessados nela, mas acho que isso às vezes é um truque, porque entre eles há aqueles que a conhecem muito bem. Acho que os políticos responsáveis sabiam o que estavam a fazer em 22 de junho de 2021, quando a Europa anunciou sanções contra a Bielorrússia.
Considerando o financiamento descarado dos movimentos nazis na Ucrânia, pode-se afirmar com segurança que há planos para um novo 'quarto Reich'. Portanto, a solidariedade com os comunistas alemães é urgentemente necessária.Vemos até que ponto o Partido Comunista Alemão (DKP) é perseguido, e o mesmo se aplica a Junge Welt, que para mim, como o Pravda, é o padrão do pensamento marxista hoje. Mas Junge Welt na Alemanha está realmente sob ameaça de extinção.
No ano passado, até a Associação das Vítimas do Regime Nazi foi atacada na Alemanha sob o pretexto de “extremismo”. Sem dúvida, a nossa criação do Comité Honecker na França foi simbólica, porque foi esse comunista que as autoridades da Alemanha Ocidental prenderam no início dos anos 1990 na mesma prisão de Moabit em que os nazis o encarceraram nos anos 1930. A justiça da Alemanha Ocidental sabia perfeitamente o que estava a fazer. Devemos defender os comunistas em todos os lugares, em todo o mundo, diante da repressão anticomunista.
AD: Um dos livros que saiu recentemente na sua editora é um livro dos historiadores italianos Daniele Burgio, Massimo Leoni e Roberto Sidoli sobre o conluio de Trotsky com os nazis, a partir de documentos até então desconhecidos do segundo 'julgamento de Moscovo' (contra Pyatakov e Radek).
AM: Este livro me parece absolutamente necessário, porque fala do segundo "julgamento de Moscovo”, em janeiro de 1937, e fornece provas irrefutáveis da colaboração de Trotsky e do centro trotskista na URSS com os nazis. Insisto na palavra “irrefutável”, já que o relatório de Khrushchev põe em dúvida todo este período.
Sem dúvida, o período de purgas do partido teve os seus pontos escuros, mas é necessário distinguir entre as atividades do Comissário do Povo Yezhov, do 'Yezhovismo' e os julgamentos de Moscou. O problema é que o “yezhovismo”, e mais tarde o próprio relatório de Khrushchev no XX Congresso, difamou os “julgamentos de Moscovo”: este termo tornou-se na Europa sinónimo de julgamento falsificado.
Através desta publicação, quero demonstrar que o segundo “julgamento de Moscovo”, em particular, foi justificado. Isso é confirmado pelo estado das fontes do caso, que não pode ser negado; este é o problema dos arquivos de Trotsky, a inconsistência dos seus textos daquele período, as suas declarações perante a Comissão Dewey. O livro compila cuidadosamente os lapsos de Trotsky, as cartas até então desconhecidas que foram encontradas nos arquivos e que provam, por exemplo, que ele estava em contacto com Radek, embora ambos negassem isso.
O principal assunto da investigação dos historiadores foi o voo secreto de Yuri Pyatakov para contactar Trotsky em Oslo, em dezembro de 1935. Temos todas as evidências de que as autoridades norueguesas mentiram ao desmenti-lo. Para se encontrar com Trotsky, Pyatakov aproveitou uma missão oficial: em dezembro de 1935, ele voou para Berlim por instruções do Partido para procurar fornecedores de bens industriais (depois de os nazis chegarem ao poder, as relações económicas entre a URSS e Alemanha que, no final da década de 1920, eram mais do que intensas, assim permaneceram por algum tempo). Então, de Berlim, Pyatakov voou para Oslo para ver Trotsky para um encontro de um dia, o que não poderia ser feito sem a cumplicidade das autoridades alemãs, que lhe deram um visto.
A questão é, antes, por que razão Pyatakoy empreendeu tal ação, sabendo que estava sob a supervisão da embaixada soviética? Porque Trotsky o presenteou com o facto consumado de uma aliança com os nazis. E porque Pyatakov decidiu encontrar-se com Trotsky a qualquer custo e com tanto risco pois, do ponto de vista deles, havia a possibilidade de um golpe de estado na URSS.
AD: Você concorda que, por trás do ataque a Estaline, está um ataque ao antifascismo e às ideias do socialismo em geral?
AM: Além disso, em 1939, Trotsky assumiu uma posição de apoio à independência da Ucrânia, publicando quatro artigos nos quais ele a defendia apaixonadamente, apoiando os nacionalistas e sabendo muito bem que a Ucrânia era a chave para os alemães no Cáucaso e nas plataformas de petróleo de Baku. Esses fatos devem ser combinados com as posições dos trotskistas e esquerdistas ocidentais de hoje. Sendo anti-estalinistas e seguindo a linha de Trotsky, eles aliam-se aos sociais-democratas na defesa da União Europeia.
Tomemos, por exemplo, o julgamento de Dimitrov na Alemanha nazi. Face à absoluta ilegalidade e ao regime terrorista nazista, Dimitrov defendeu-se corajosamente e Goering não conseguiu provar nada contra ele. Então, por que razão Pyatakov e Radek, que tinham todos os meios de defesa em face da justiça democrática socialista, não fizeram o mesmo?
É claro que o período estalinista é controverso, mas, considerando-o, é preciso entender que Estaline foi um homem dotado da maior responsabilidade política pelo destino do mundo no século XX. Sim, Estaline é um homem de contrastes, que às vezes teve de fazer escolhas políticas difíceis. Mas é uma pena que os livros desse 'maravilhoso georgiano', como Lenine lhe chamava, não sejam publicados na Europa hoje.
AD: No seu livro A Few More Canard você também volta ao número real de processos repressivos na URSS, rejeitando o disparate sobre “centenas de milhões de assassinados”. Até que ponto o seu livro é capaz de fazer um avanço na mudança do equilíbrio de poder na batalha pela verdade histórica?
AM: Eu gosto de participar em debates usando a mais pequena oportunidade em qualquer plataforma. Mas, dada a estratégia do Ocidente contra a URSS e Estaline, tenho poucas esperanças. No caso de nosso novo livro, O voo de Piatakov, provamos aos nossos oponentes a exatidão histórica dos julgamentos de Moscou. Além disso, se você se familiarizar com os materiais desses julgamentos, verá que essa quantidade de evidências é impossível de falsificar.
No entanto, o que, de facto, há a provar? Se em dezembro de 1935 Trotsky se gabava de que Pyatakov tinha ido até ter com ele à Noruega, mais tarde Trotsky cometeu perjúrio perante a Comissão Dewey ao dizer que ele, enquanto estava na Noruega, caiu do esqui e não pôde encontrar-se com ninguém. Sim, houve uma queda, mas aconteceu dez dias depois, depois da visita de Pyatakov. Também comprovamos a inconsistência dos relatórios do aeroporto de Oslo, onde as palavras “nem um único avião estrangeiro chegou” foram proferidas. Mas Pyatakov veio de Berlim num avião norueguês.
Além disso, o diário de Trotsky, até 1935, foi publicado, mas as anotações dos seus últimos anos de vida nunca foram publicadas… Temos o prazer de divulgar todos esses factos. A nossa principal tarefa é restaurar a justiça histórica com uma abordagem aberta até mesmo aos não-marxistas. Acredito que, a longo prazo, venceremos.
AM: Ao mesmo tempo, os textos de Estaline são extremamente importantes e modernos: é preciso estudar as suas obras sobre linguística, sobre a questão nacional, sobre os problemas do socialismo na URSS. É necessário estudar Estaline precisamente como um teórico. Li com grande interesse o livro de Viktor Trushkov, Estaline como teórico, e tenho grande respeito pelo tremendo trabalho que ele fez.
Na França, estamos longe disso, devemos estudar primeiro o papel histórico de Estaline, entender a organização do País dos Sovietes, a arquitetura do avanço económico dos primeiros planos quinquenais, o papel dos mecanismos de mercado na transição do capitalismo para o socialismo. Tudo isso faz parte da análise de que precisamos em França.
AD: Este ano, em França, o livro de Hitler Mein Kampf foi republicado, com comentários de historiadores, numa tiragem de 55.000 exemplares, o que é um recorde hoje. Ao mesmo tempo, ninguém publica as obras de Estaline, e Lenin e Marx são extremamente raros nas prateleiras…
AM: Nass Éditions Delga não publicamos os clássicos do marxismo-leninismo, este não é o nosso formato, mas vamos publicar, por exemplo, as transcrições dos “julgamentos de Moscovo” para expor a mentira no Ocidente de que foram falsificados. Muitas pessoas aqui têm uma opinião falsa de que, após o assassinato de Kirov, Estaline, como um tirano louco, bateu à porta de toda a gente. Isso é uma redonda mentira.
AD: Por que razão Estaline é o primeiro alvo dos anticomunistas de todos os matizes?
AM: Jean-Paul Sartre disse uma vez que, após os acontecimentos na Hungria em 1956, a burguesia deu um suspiro de alívio: encontrou algo para criticar por trás da Cortina de Ferro”. Até 1956, a burguesia estava constantemente sob ataque unilateral devido à injustiça da sociedade capitalista, à sua desordem interna, e em 1956 viram que um conflito dentro do bloco socialista estava em formação – e jogaram essa carta. Esta é toda a tragédia do XX Congresso.
Para a burguesia, após a guerra, Estaline tornou-se uma espécie de monólito que precisava de ser destruído a qualquer custo. Inventaram histórias dos horrores do Gulag para justificar os seus próprios crimes – enquanto o sistema penitenciário soviético, baseado na reeducação, e no qual havia bibliotecas, atividades independentes de prisioneiros e tratamento (o mesmo Solzhenitsyn foi curado de cancro), é incomparável com os campos de extermínio nazis, nos quais os abajures eram feitos com pele humana.
Da mesma forma, é errado chamar a Estaline o czar vermelho – ele nunca o foi, permaneceu até o fim dos seus dias um bolchevique, um leninista. Estaline é uma imagem coletiva do que os anticomunistas não podem aceitar. A experiência soviética, Estaline e, em certa medida, o sucesso da China de hoje, estão a causar dores de cabeça aos capitalistas. Para eles, esta é uma matriz incompreensível. Eles são incapazes de compreender as razões do milagre económico e militar da URSS estalinista. O ódio a Estaline dá-nos a nós, marxistas leninistas, a chave para perceber o ódio dos imperialistas por qualquer forma de organização social mais moderna que o capitalismo.
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Entrevista publicada em russo no Pravda nº 140 (31200) 21 a 22 de dezembro de 2021 e disponível online em https://tinyurl.com/2p9xhk6f.
Este artigo foi https://tinyurl.com/2p9xhk6fpublicado na revista Comunista (Britain) Spring 2022, com tradução para o inglês pelo editor do CR, usando recursos online. O livro de Aymeric Monville, Et pour quelques bobards de plus (And for a Few More Canards) foi publicado por les Éditions Delga em 2020 e 2021 [pbk, 106 pp. € 10+ p&p, ISBN: 978-2-37607-189-1 ]
1 Partido Comunista Bolchevique de toda a União é um partido fundado em novembro de 1991 liderado por Nina Andreyeva, uma professora universitária que ficou conhecida pela sua carta de 1988 "Não posso desistir de meus princípios". Opõe-se ao Partido Comunista da Federação Russa devido ao seu caráter "reformista" É também um crítico do regime de Vladimir Putin. Em 1995 houve uma cisão no partido com a formação de uma nova organização sob liderança de Alexander Lapin que tomaria a denominação VKP(b)
Fonte: https://mltoday.com/an-interview-with-aymeric-monville-on-Estaline/, publicado e accedido em 27.06.2022
Fonte da foto: https://www.ebiografia.com/stalin/
Tradução de TAM
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