« (...) A ironia aqui é que – seja um Hegel como filósofo, ou um Bertolt Brecht como escritor de teatro, ou um George Carlin como comediante – é preciso esse nível de brilhantismo para captar. A estrutura política mais autoritária existe dentro de qualquer empresa capitalista. O diretor-geral diz a todos os outros o que fazer. E as pessoas a quem ele dá ordens, os empregados, não têm qualquer poder sobre ele. Eles não votam nele. Não aprovam nada do que ele faz. Se ele não gostar deles, são despedidos. Oh, meu Deus. Considerar outras sociedades autoritárias quando esta é a nossa realidade cinco dos sete dias da semana para a grande maioria, requer uma disciplina ideológica extraordinária, porque é difícil ser tão cego numa área que se pode chamar a outra área nomes maus que se aplicam a nós.
Isto é um extremo e não creio que estas culturas o consigam sustentar durante muito tempo. E se eu estiver certo, então é mais uma razão para aqueles que dirigem os Estados Unidos estarem muito, muito preocupados com a sua situação.
MICHAEL HUDSON: Bem, então a questão é: o que é que vamos fazer em relação a isso? Qual é que vai ser o resultado? Quando os ingleses atacaram os nativos americanos, não tiveram oportunidade de criar uma alternativa. Tudo o que podiam fazer era recuar cada vez mais para oeste, até serem empurrados para reservas, ou aquilo a que os nazis chamavam campos de concentração.
Bem, os presidentes dos EUA, Biden e Donald Trump, tentaram repetidamente expressar o seu grande medo de que outros países fizessem o que os nativos americanos e os palestinos não puderam fazer, que criassem uma alternativa. E é por isso que designaram a China como o inimigo existencial da América e, para preparar o terreno para a conquistar, disseram: “bem, para isso é necessário enfraquecer a Rússia e o Irão, porque são os dois grandes aliados militares da China e os fornecedores de petróleo da energia de que necessita”. (...)
Excertos da entrevista a
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