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sexta-feira, 28 de março de 2025

Maquiavel e Marx

I-

Não existe um princípio único pelo qual possamos avaliar o bem e o mal. As diversas culturas e mrespetivas moralidades não são peças de um puzle que esperam serem coerentemente reunidas e a unidade restabelecida.

II. 

Os valores cristãos (humildade, obediência, resignação, esperança) foram sempre inconciliáveis com os atos prosseguidos pelos homens políticos, pelas estratégias militares, com o seu sucesso. Pelo contrário, aqueles que os seguiram foram esmagados ou mal sucedidos.

III.

A felicidade individual nada tem a ver com o sucesso político, social, de países e classes sociais (ou das suas vanguardas). São mesmo incompatíveis. Não se deve sequer a uma escolha (quem sofrer o dilema da escolha está condenado ao fracasso e à infelicidade permanente), mas atividades e fins diferentes, senão mesmo opostos (em certas situações recorre-se à manha, à força. ao supremo sacrifício de tirar a vida , a sua vida, para que outros vivam as suas vidas). 

IV,

A História, ou melhor : as diversas histórias de cada povo, conjugadas ou não em grandes impérios sob leis comuns, nunca perseguir ideais ; se o fez, foi mal sucedida ; e nunca perseguir os valores cristãos, nem eem nada se assemelham as políticas reais e factuais dos Estados que já existiram ou existem. O longo período da Idade Média, governada direta ou indiretamente, pela Igreja de Roma, demonstram-no. As Igrejas Reformadas (Luteranismo, Anglicanismo, etc.) rapidamente se converteram em ideologias políticas dos respetivos Estados com ambições imperialistas. Estes nunca se preocuparam com o incumprimento em relação com os ideais cristãos que juravam a todo o momento.

V,

   Deste modo o cristianismo, nos seus valores universais, no seu dogma de um homem que se deixou crucificar pelo bem comum, no que foi um completo fracasso para a vida pessoal dele, foi não só um erro monumental do ocidente, como principalmente, algo perfeitamente dispensável para os Estados nas suas lutas.

VI. Julgo que foi mais ou menos isto que Maquiavel quis dizer e que Marx renovou reformulando a descoberta por outros de que a História é a história da luta de classes. 

VII. Maquiavel e Marx não queriam o mal e o mau ; nãp elogiavam os massacres e os tiranos. Sabiam simplesmente que os seres humanos têm dentro si o bom e o mau, e os santos não servem para nada como chefes políticos. Não existem grandes diferenças entre a ausência (e o desprezo) de utopias entre os dois . O comunismo como utopia de uma paraíso na Terra não é o comunismo de Marx. Certamente que Maquiavel viveu muito tempo antes das revoluções técnicas e sociais. Contudo, o seu "O Príncipe" continua a perturbar-nos e a não ser compreendido. 

        Nozes Pires, Março 2025

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