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sábado, 13 de outubro de 2012



                                                                   (Coluna de opinião do Semanário Expresso)                                  Nicolau Santos

 Senhor Primeiro-ministro,
depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!…O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto.Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Marco Aurélio


César Marco Aurélio Antonino Augusto (em latim Caesar Marcus Aurelius Antoninus Augustus), conhecido como Marco Aurélio (26 de abril de 12117 de março de 180), foi imperador romano desde 161 até sua morte. Nascido Marco Ânio Catílio Severo (Marcus Annius Catilius Severus), tomou o nome de Marco Ânio Vero (Marcus Annius Verus) pelo casamento. Ao ser designado imperador, mudou o nome para Marco Aurélio Antonino, acrescentando-lhe os títulos de imperador, césar e augusto. Aurelius significa "dourado", e a referência a Antoninus deve-se ao facto de ter sido adoptado pelo imperador Antonino Pio.
Seu reinado foi marcado por guerras na parte oriental do Império Romano contra os partas, e na fronteira norte, contra os germanos. Foi o último dos cinco bons imperadores, e é lembrado como um governante bem-sucedido e culto; dedicou-se à filosofia, especialmente à corrente filosófica do estoicismo, e escreveu uma obra que até hoje é lida, Meditações.
in Wikipédia
Ficheiro:MarcAurèle.jpg

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


Igreja. Concordata permite pagamento de IMI
JORNAL i
A Conferência Episcopal portuguesa tem poderes para decidir pagar este imposto sobre o seu património, que é imenso. Mas até agora não o fez
A conferência episcopal portuguesa pode exercer o direito de incluir a Igreja Católica no sistema de percepção de receitas fiscais previsto no direito português. Ou seja, pode decidir que o seu imenso património, que juntamente com o do Estado totaliza 60% dos imóveis e terras em Portugal, seja taxado em sede de contribuição autárquica IMI.
Esta possibilidade está prevista na revisão da Concordata, negociada entre o Estado e a Igreja Católica portuguesa durante a vigência do governo de Durão Barroso. No artigo 27 está escrito que “A Conferência Episcopal Portuguesa pode exercer o direito de incluir a Igreja Católica no sistema de percepção de receitas fiscais previsto no direito português”. E que “a inclusão da Igreja Católica no sistema referido no número anterior pode ser objecto de acordo entre os competentes órgãos da República e as autoridades eclesiásticas competentes. Contactada a Conferência Episcopal sobre esta hipótese, sobretudo numa altura em que os 40% dos proprietários portugueses que são obrigados a pagar este imposto estão a sofrer agravamentos brutais, o padre Manuel Morujão disse ao i não ter detalhes suficientes para responder a esta questão, remetendo-nos para o padre Álvaro Bizarro, que tem em mãos esta pasta no Patriarcado português. Apesar de diversos contactos por escrito e telefónicos não nos foi possível obter nenhuma resposta.
Maiores proprietários A par do Estado, a Igreja Católica tem um património em Portugal avaliado em milhões de euros, sendo uma parte significativa não rentabilizada.
Fora os locais de culto, onde é de esperar que haja múltiplas vozes a defender que não se deve aplicar o imposto, existem milhares de outros imóveis e terras que também não são tributados, nem mesmo quando são vendidos.
A Santa Sé, a Conferência Episcopal Portuguesa, as dioceses e demais jurisdições eclesiásticas também estão isentas de imposto do selo e de todos os impostos que incidam sobre aquisições onerosas de bens imóveis para fins religiosos, quaisquer aquisições a título gratuito de bens para fins religiosos e actos de instituição de fundações, estabelece também a nova Concordata.
Trata-se de um património que todos os anos é reforçado através de doações de pessoas em fim de vida e que dão como contrapartida as suas casas em troca de entrarem, por exemplo, num dos muitos lares geridos pela Igreja.
Contudo, um dos mais graves problemas que envolvem estes prédios e terrenos é precisamente a sua degradação, embora a Conferência Episcopal e a Santa Sé tenham meios para os recuperar.
Segundo contou uma fonte ao i , a Santa Casa da Misericórdia, que também goza de algumas isenções, chamou recentemente um avaliador para calcular o preço de uma série de prédios para serem vendidos. Contudo, o objectivo era adquirir outros para alojamento de pessoas ligadas à Igreja, em vez de recuperar os imóveis degradados.
O i também não conseguiu apurar qual a estratégia de gestão de todo estes activos. Se vão ser lançados no mercado de arrendamento como forma de baixar os preços, se têm estado a ser utilizados para acolher famílias sem recursos ou se mais cedo ou mais tarde entrarão no mercado de compra e venda, pondo igualmente a fasquia de aquisição para os portugueses num patamar mais baixo.
Margarida Bon de Sousa , (publicado em 6 Out 2012)

domingo, 7 de outubro de 2012

ARISTÓTELES

Aristóteles (em grego antigo: Ἀριστοτέλης, transl. Aristotélēs; Estagira, 384 a.C.Atenas, 322 a.C.) foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com 13 anos de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assume o trono e Aristóteles volta para Atenas, onde funda o Liceu (lyceum) em 335 a.C


Seu ponto de vista sobre as ciências físicas influenciou profundamente o cenário intelectual medieval, e esteve presente até o Renascimento - embora eventualmente tenha vindo a ser substituído pela física newtoniana. Nas ciências biológicas, a precisão de algumas de suas observações foi confirmada apenas no século XIX. Suas obras contêm o primeiro estudo formal conhecido da lógica, que foi incorporado posteriormente à lógica formal. Na metafísica, o aristotelismo teve uma influência profunda no pensamento filosófico e teológico nas tradições judaico-islâmicas durante a Idade Média, e continua a influenciar a teologia cristã, especialmente a ortodoxa oriental, e a tradição escolástica da Igreja Católica. Seu estudo da ética, embora sempre tenha continuado a ser influente, conquistou um interesse renovado com o advento moderno da ética da virtude. Todos os aspectos da filosofia de Aristóteles continuam a ser objeto de um ativo estudo acadêmico nos dias de hoje. Embora tenha escrito diversos tratados e diálogos num estilo elegante (Cícero descreveu seu estilo literário como "um rio de ouro"),[1] acredita-se que a maior parte de sua obra tenha sido perdida, e apenas um terço de seus trabalhos tenham sobrevivido.[2]
Apesar do alcance abrangente que as obras de Aristóteles gozaram tradicionalmente, os acadêmicos modernos questionam a autenticidade de uma parte considerável do corpus aristotélico.[3]
Foi chamado por Augusto Comte de "o príncipe eterno dos verdadeiros filósofos",[4] por Platão de "O Leitor" (pela avidez com que lia e por se ter cercado dos livros dos poetas, filósofos e homens da ciência contemporâneos e anteriores) e, pelos pensadores árabes, de o "preceptor da inteligência humana". Também era conhecido como O Estagirita, por sua terra natal, Estagira.



quarta-feira, 3 de outubro de 2012


Pelo Socialismo
Questões político-ideológicas com atualidade
http://www.pelosocialismo.net
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Publicado em “ODiario.info”, em 2012/09/18: http://www.odiario.info/?p=2617&print=1
Colocado em linha em: 2012/09/30
Os diálogos em Oslo

Novo cenário da confrontação política entre o povo colombiano e a oligarquia
Pável Blanco Cabrera*

As FARC-EP, um partido comunista em armas, não foram nem serão vencidas militarmente; e também não abandonarão as armas sem alcançar os objetivos que os conduziram à via guerrilheira. É um equívoco pensar que os diálogos de Oslo são os da desmobilização. Serão, isso sim, um novo cenário da confrontação, dos de baixo contra os de cima, das classes oprimidas contra os exploradores, de Bolívar contra Santander, das maiorias oprimidas em duro antagonismo com a minoria que é a classe dominante.
Concluído o encontro exploratório, o Governo de Colômbia e as FARC-EP anunciaram o início de uma Mesa de Conversações para procurar uma saída política para o conflito social e armado em que o povo colombiano se encontra envolvido desde há cinco décadas. Participarão também, como garantes, os governos de Cuba e Noruega, e os da Venezuela bolivariana e do Chile como acompanhantes.
Não é a primeira vez que esta tentativa é feita, e a insurgência sempre manifestou disposição para dialogar com o adversário, o qual em todas as ocasiões rompeu os compromissos. Uma das tentativas anteriores de saída política foi a Unión Patriótica, da qual candidatos presidenciais, parlamentares, eleitos municipais e milhares de militantes foram assassinados em crimes ordenados pelo Estado, executados por ele ou por grupos paramilitares. Foi uma campanha de extermínio político.
Os diálogos em San Vicente del Caguán mostraram aos colombianos e ao mundo que a guerrilha estava bem apetrechada de propostas para dar solução aos problemas sociais. Em cada mesa temática as FARC-EP demonstraram não apenas um conhecimento profundo de cada assunto nacional, mas também que dispunham de um exército de quadros preparados para a sua resolução, com estatura de estadistas. Recordamos, por exemplo, a proposta de substituição de culturas para combater o tráfico de drogas, considerando-o um problema social ao qual tem que se dar resposta desde a sua raiz. O governo de Pastrana empenhou-se em inventar pretextos que inviabilizaram essa oportunidade e reiniciou as operações militares.
2
O imperialismo apostou na derrota militar das FARC-EP através do Plano Colômbia, no qual se empenharam as administrações de Clinton e Bush.
Durante os dois mandatos de Álvaro Uribe viveu-se como nunca antes o terror contra a população. A mistura de Estado, paramilitarismo e narcotráfico resultou em anos dramáticos cujas terríveis feridas se prolongam até hoje: só com o caso dos falsos positivos contam-se já milhares de assassinados, milhares de pessoas que o exército assassinava, vestia com o uniforme das FARC, e apresentava à imprensa como baixas da insurgência; cinco milhões de deslocados no processo de expropriação de terras por via institucional a favor da oligarquia; empobrecimento da população, desvalorização do trabalho, privatizações e entrega da soberania nacional para favorecer os monopólios colombianos e de outras nacionalidades. Mais de 7000 presos políticos estão actualmente detidos nos cárceres do Estado.
As dimensões da guerra, com bases militares norte-americanas e o Comando Sul do exército dos EUA em plena acção, dão fundamento a que alguns especialistas e intelectuais afirmem que se vive um novo Vietnam.
O que acontece na Colômbia tem importância continental e mundial e não existe motivo que justifique ignorar esse tema. E, por maioria de razão, no que diz respeito às forças revolucionárias. Deixando de lado a algazarra dos porta-vozes dos monopólios, que derramaram tanta tinta caluniosa no sentido de criminalizar a insurgência e o direito de rebelião, o certo é que existem profundos debates sobre o conflito social e armado que envolve esse povo irmão. O Comandante Fidel Castro escreveu um livro sobre o tema e dedicou-lhe Reflexiones muito polémicas. Outros optaram por um silêncio injustificável. Muitos intelectuais tomaram abertamente partido pela guerrilha. Surgiram também da esquerda vozes falando da inviabilidade da luta armada e quase exigindo a rendição das FARC-EP e do ELN.
Mas os marquetalianos têm demonstrado com factos a viabilidade da rebelião, da luta armada, e da estratégia e táctica elaborada por Manuel Marulanda e Jacobo Arenas, seguindo Lénine: a combinação de todas as formas de luta. A força dos princípios, a justeza dos objectivos de luta, das reivindicações, do programa, permitido aos camaradas das FARC resistir. As operações de guerra contra Raúl Reyes, Jorge Briceño e Alfonso Cano, são a prova, por um lado, do aparato militar para aniquilar essa luta e, por outro lado, da grande vontade do povo para continuar a luta até vencer.
As FARC-EP, um partido comunista em armas, não foram nem serão vencidas militarmente; e também não abandonarão as armas sem alcançar os objetivos que os conduziram à via guerrilheira. O objetivo das FARC-EP é a conquista do poder e a construção de uma Colômbia nova.
É um equívoco pensar que os diálogos de Oslo são os da desmobilização. Serão, isso sim, um novo cenário da confrontação, dos de baixo contra os de cima, das classes oprimidas contra os exploradores, de Bolívar contra Santander, das maiorias oprimidas em duro antagonismo com a minoria que é a classe dominante. E haverá que esperar um debate de grosso calibre e rajadas de argumentos que a delegação das
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FARC-EP apresentará, como já fizeram prever as opiniões do comandante Jesús Santrich sobre o tema da terra.
A coluna fariana dirigida pelo comandante Iván Marquez transporta com grande firmeza, para esse encontro com os seus adversários de classe, a bandeira da paz com justiça. Veremos um exército do povo com elevado apetrechamento cultural, com domínio da história, compromisso com o povo trabalhador, solidariedade e internacionalismo. As FARC-EP chegam a esta nova batalha com grande dignidade e sendo portadores da esperança do seu povo. E com as FARC-EP vão as lutas do continente pela emancipação e o socialismo. Nessa delegação deve integrar-se sem demora o comandante Simón Trinidad, actualmente numa prisão dos EUA.
Um factor que joga contra a burguesia é que em Colômbia existem grandes movimentos socio-classistas, anti-imperialistas e anticapitalistas, de trabalhadores, estudantes, camponeses, indígenas, mulheres, jovens, afrodescendentes, ambientalistas, alguns dos quais integrantes da Marcha Patriótica. Nos seus discursos o Comandante em Chefe das FARC-EP, Timoleón Jiménez, exprimiu a sua convicção de que o povo é o construtor da história e sublinhou a importância do envolvimento popular nesta oportunidade para uma solução política.
As FARC-EP devem ser acompanhadas nesta batalha pelos povos e suas organizações revolucionárias e de classe. O Partido Comunista de México, arrostando a criminalização que sobre ela impende, nunca desistiu da solidariedade com a insurgência colombiana e estará agora atento ao desenvolvimento da situação.
Pensamos que é este o dever de todos aqueles que compartilhem a ideia de construir um mundo novo, que necessariamente será socialista-comunista.
* Primeiro Secretário do Partido Comunista de México

Clica no link e ouve a opinião de quem sabe e não tem medo de falar: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/article1586543.ece

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os aldrabões


António Borges é um ignorante arrogante formado na escola da Goldman Sachs e do FMI Pág. 1
Eugénio Rosa – Economista – Este e outros estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com
ANTÓNIO BORGES MENTIU DESCARADAMENTE QUANDO AFIRMOU QUE AS DESPESAS COM
PESSOAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REPRESENTAM 80% DAS DESPESAS TOTAIS
Um dos aspectos que caracteriza o comportamento dos grandes órgãos da comunicação social em
Portugal, e mesmo de certos jornalistas, é o de promoverem personalidades de direita em grandes
autoridades sobre certas matérias para que depois as suas opiniões sejam aceites, pela opinião
pública, como verdades indiscutíveis. É um processo clássico de manipulação da opinião pública,
que Philippe Breton, professor na Universidade de Paris-Sorbonne, no seu livro “A Palavra
Manipulada” designa por “argumento de autoridade” Segundo este investigador, “este argumento
baseia-se na confiança depositada numa autoridade em nome do principio de que não podemos
verificar por nós próprios tudo quantos nos é apresentado” (2001:pág. 94).
Tudo isto vem a propósito de António Borges, conselheiro do governo para as privatizações, bem
pago com dinheiro dos contribuintes, que é simultaneamente também administrador da Jerónimo
Martins. A comunicação social afecta ao governo tem procurado fazer passar este “senhor”, junto
da opinião pública, como um grande professor de economia e um experiente gestor (formado na
escola da Goldman Sachs e do FMI). Por isso interessa analisar, até pela importância que ele tem
junto deste governo, a credibilidade técnica e cientifica das afirmações deste “senhor”,
nomeadamente as feitas no dia 29.9.2012; portanto, não é o aspecto se são ou não convenientes.
No I Fórum Empresarial do Algarve, em que participou, António Borges declarou à comunicação social que “a
medida [Taxa Social Única (TSU)] é extremamente inteligente, acho que é. Os empresários que se
apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso
na universidade” e, a propósito de baixar os salários nominais, que “as despesas com trabalhadores na
Administração Pública representavam 80% das despesas Totais” (RTP, 29.9.2012). A primeira afirmação
(ofender os patrões) provocou grande alarido na comunicação social, mas a segunda (ofender os
trabalhadores) não causou qualquer reação, apesar de ser mentira e ser repetida pelo patrão da Jerónimo
Martins no dia seguinte nas declarações que fez no Telejornal das 13h da RTP, passando como verdadeiras
e alimentando a campanha contra os trabalhadores da Função Pública. Por isso, iremos começar por elas.
ANTÓNIO BORGES É UM IGNORANTE E MENTIU DESCARADAMENTE QUANDO AFIRMOU QUE A
DESPESA COM PESSOAL NA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA ERA 80% DA DESPESA TOTAL
O quadro 1, construído com dados constantes do Relatório que acompanhou a proposta de
Orçamento do Estado para 2012 elaborado pelo actual governo. portanto dados oficiais, mostra que
António Borges mentiu descaradamente quando afirmou que as despesas com Pessoal na
Administração Pública representam 80% da despesa total
Quadro 1 – Despesa Total e Despesa com Pessoal nas Administrações Públicas – 2010/2012
2010 2011 2012
DESIGNAÇÃO
Milhões de euros
I - TODAS AS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAS
(Central, Local e Regional)
1-DESPESA TOTAL DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS 88.680,4 84.430,8 79.667,2
2-Despesa Pessoal das Administrações Públicas 21.093,0 19.858,9 16.929,9
3- Despesas de Pessoal em % da Despesa Total 23,8% 23,5% 21,3%
II- APENAS ESTADO (Administração Central)
1-DESPESA TOTAL DAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS 50.556,2 49.607,5 46.689,4
2-Despesa Pessoal do Estado (Administração Central) 11.383,3 10.485,3 8.766,5
3-Remunerações certas e permanentes 8.445,3 8.031,2 6.792,0
4-Despesas de Pessoal em % da Despesa Total 22,5% 21,1% 18,8%
5-Remunerações certas e permanentes em % da Despesa Total 16,7% 16,2% 14,5%
FONTE : Relatório da Proposta de Orçamento do Estado para 2012, págs. 55 e 72 - Ministério das Finanças
As despesas com Pessoal nas Administrações Públicas (Central, Local e Regional) representam,
em 2012, 21,3% das Despesas Totais das Administrações Públicas em Portugal, segundo dados
do próprio Ministério das Finanças, e não 80% como afirmou António Borges, Em relação ao
Estado, ou seja, a Administração Central, as despesas com Pessoal representam, em 2012,
apenas 18,8% da Despesa Total. Se a analise for feita às “Remunerações certas e permanentes”
conclui-se que, em 2012, as remunerações na Administração Central (Estado) representam
apenas 14,5% das despesas totais do Estado. António Borges ao afirmar que elas representavam
80% revela ignorância total, e mostra que não conhece nem estuda minimamente os assuntos de
que fala, estando mais interessado em utilizar a mentira na campanha contra os trabalhadores da
Administração Pública com o objectivo de justificar os ataques do governo ao seus direitos e às
suas condições de vida. São personalidades deste tipo, com este estofo técnico e ético, que certa
comunicação social e certos jornalistas promovem a grandes autoridades.

Eugénio Rosa, economista

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.