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sábado, 22 de maio de 2010

Fado para um amor ausente

Meu amor disse que eu tinha
Uns olhos como gaivotas
E uma boca onde começa
O mar de todas as rotas
Meu amor disse que eu tinha
Uns olhos como gaivotas

Assim falou meu amor
Assim me disse ele um dia
E desde então vivo à espera
Que volte como dizia
Assim falou meu amor
Assim me disse ele um dia

Sei que ele um dia virá
Assim muito de repente
Como se o mar e o vento
Nascessem dentro da gente

(de Manuel Alegre?)

3 comentários:

Mel de Carvalho disse...

Consegui imaginar este fado num xaile traçado, cantado pela noite dentro.
Ou seja, José Augusto, encontrei neste poema a musicalidade e o sentimento que apenas voz de fado imprime em almas Lusas. E o mar, tão nosso, tão presente, tão fundo.

Bem-haja, um abraço grato e fraterno da Mel

Nozes Pires disse...

Que bom seria receber tais elogios para um poema que realmente, desta vez, fosse meu; mas não é meu, não coloquei o nome do seu autor porque ainda não tenho a certeza de ser do Manuel Alegre. Claro que foi sem intenção poi que o poema é deveras conhecido (já o cantámos no Coral a que pertenço). Logo que resolva o enigma postarei o autor merecido. Não fica dúvidas que a amiga Mel sabe ver o que é bom...Peço desculpas pelo engano.

Mel de Carvalho disse...

Meu amigo, repito, sou-lhe grata.
O poema é, na verdade de Manuel Alegre.
E, tal como referi, encerra a musicalidade e o sentimento das almas Lusas e, por isso, nada mais natural que o trazer aqui.

E, pf., não deixe de nos trazer a sua poesia e os seus olhares sobre o mundo.

Bem-haja
Mel

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