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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Impérios

Estava eu a apreciar um bom documentário sobre o Irão e vejo claramente visto o programa imperialista norte-americano do pós-guerra. Nesse programa geo-estratégico figurava a intenção de ocuparem os países abandonados pelo extinto império britânico, o tal onde o sol nascia e se punha. O argumento ideológico, da propaganda, era conter a ameaça soviética. É certo que a URSS se prontificava a ajudar todos os países libertados do colonialismo e possuia o seu próprio programa de influência, recorrendo também à sua ideologia justificativa. Mas o seu modo de actuar era diferente: apoiava os partidos e movimentos de emancipação nacional, procurando a seguir trocas económicas com benefício mútuo e deixava para os próprios naturais as formas de acção política que preferissem (naturalmente que desejava que os partidos comunistas ou socialistas revolucionários tomassem o poder e constituissem regimes populares ou socialistas). Os EU recorriam como regra a intervenções militares e colocavam no poder fantoches que lhes permitiam rapinar os recursos com as suas multinacionais. Fizeram-no no Irão quando um governo nacional e democrático nacionalizou o seu petróleo e, com isso, atearam as convulsões que têm vindo a abalar esse país, incendiaram os ódios anti americanos. Armaram Israel para dominarem o médio oriente rico em petróleo. Armaram o Iraque e atiçaram a guerra deste contra o Irão. No extremo oriente invadiram a Coreia, o Vietnam (que os franceses abandonaram), o Camboja e o Laos e estabeleceram uma aliança tácita com aChina maoísta para promoverem os kmeres vermelhos. Na América Latina, «quintal das traseiras», a CIA e as multinacionais organizaram o golpe fascista de Pinochet, as ditaduras militares da Argentina, do Brasil, do Peru, e por aí fora, até à Guatemala e Nicarágua. O império norte-americano. O século vinte foi o século do nazi-fascismo, mas, na sua longa duração, foi o século dos EU e da URSS. Se o império dos EU foi o único que sobreviveu, não goza hoje dos seus melhores dias. Os impérios não são difrentes dos organismos vivos: acabam sempre por morrer.

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