Hoje já se levantam vozes contra a entrada de Portugal na zona euro. As consequências oferecem sempre as melhores lições. Não foram poucos os que alertaram a seu devido tempo para estas e outras consequências, eram uma minoria política, apelidada de «velhos do Restelo» (insulto de ignorantes porque no Poema de Camões os «velhos do Restelo» desempenham um papel crítico que o Poeta não despreza), sistematicamente silenciada.
Na zona euro ficámos desarmados face às crises criadas pelos mercados financeiros, importámos muito e exportámos pouco.
Países ricos e estáveis como a Dinamarca recusaram o euro em referendo. Em Portugal a opinião pública vale o que vale, isto é, os partidos dominantes fazem-na valer o que quiserem.
Com o euro temos vivido permanentemente em déficit. O que, aliás, é sempre um óptimo pretexto para impôr salários baixos, cortes nos serviços sociais do Estado, «flexibilização» do emprego e privatizações.
Vozes sensatas haviam alertado, aquando da entrada para a ex-CEE (hoje UE), que Portugal devia mpôr as suas próprias regras; tal como deveria ter procedido assim quando entrámos para a zona euro. Em vez disso, submetemo-nos servilmente.
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