Percorri os corredores da vida tantos lanços
Com os pés nus que jovem eu era
Em cada patamar te via sempre outra
Nunca o mesmo teu olhar me fixava.
Vinham os Outonos e outro inverno se anunciava.
Tão breves as horas tão fugazes os instantes
Das auroras.
«Como vais?» perguntavam, «Menos mal» respondia
Nenhum bem perdura, isso aprende-se depressa.
Que bom que era, contudo, um longo dia de espera
E tu chegando, a mesma d´outrora
E eu todo me transfigurava no outro que sou eu mesmo.
Tão curta a vida para um corredor tão estreito.
De cada vez que eu subia
Mais longe eu ficava
Do outro que eu era.
Quem me roubou os sonhos?
«Ninguém mais senão tu!»
1 comentário:
"De cada vez que eu subia
Mais longe eu ficava
Do outro que eu era."
excelente, Poeta.
abraços
Enviar um comentário