Ouvi e não gostei. A pergunta do jornalista era provocatória, descabida num debate sobre a Constituição da República e os poderes do presidente da República relativamente ao Parlamento e à União Europeia; uma pergunta que não fora feita a nenhum outro candidato, que foi repetida também para Marisa Matias mas que era dirigida exclusivamente ao candidato apoiado pelo PCP. Uma pergunta provocatória que tem sido dirigida a outras figuras públicas do PCP. Uma pergunta que lembra a pergunta que nos faziam antes do 25 de Abril "Que pensa sobre a União Soviética", lembro-me bem e que evitávamos porque era uma provocação pidesca.
E a essa pergunta Edgar Silva atrapalhou-se, não se defendeu do penalti traiçoeiro e sofreu um golo desastroso. "O que pensa da Coreia do Norte? É uma democracia ou uma ditadura?".
O regime da Coreia do Norte fez ou fingiu que fez uma teste real com uma bomba de hidrogénio. O mundo todo condenou e bem.
Pode-se e deve-se repudiar o cerco sufocante que o imperialismo exerce há décadas sobre a Coreia do Norte. Pode-se e deve-se recordar a quem não sabe a sangrenta guerra da Coreia,a ameaça de MacArthur lançar uma bomba atómica. Pode-se contextualizar.
Porém, só há uma resposta: o regime que lá vigora viola absolutamente a democracia socialista. Viola as liberdades democráticas. Nada tem que ver com a nossa Constituição que Edgar Silva defende com firmeza e convicção.
Edgar Silva seguramente não se revê em tal regime unipessoal e dinástico.
Mas não o disse.
Foi lamentável.
Não é assim que se educa um povo.
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