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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Prolegómenos-ÉTICA-15

 O conceito de superexploração para a teoria do imperialismo


«Naturalmente, a força produtiva é sempre a força produtiva de trabalho útil, concreto (…). O trabalho útil se torna, desse modo, uma fonte mais rica ou mais pobre de produtos em proporção direta com o aumento ou a queda de sua força produtiva. Ao contrário, por si mesma, uma mudança da força produtiva não afeta em nada o trabalho representado no valor. Como a força produtiva diz respeito à forma concreta e útil do trabalho, é evidente que ela não pode mais afetar o trabalho, tão logo se abstraia dessa sua forma concreta e útil. Assim, o mesmo trabalho produz, nos mesmos períodos de tempo, sempre a mesma grandeza de valor, independentemente da variação da força produtiva. Mas ele fornece, no mesmo espaço de tempo, diferentes quantidades de valores de uso (…). (Marxv. I, p. 137) [Boitempo, Livro I, p. 104]

A crença em uma relação direta entre salários e produtividade é, assim, fundada na confusão entre valor de uso e valor de troca, uma confusão que destrói os próprios fundamentos da teoria de Marx e, na verdade, é idêntica à percepção capitalista das relações de produção. Em outras palavras, os marxistas ortodoxos estão promovendo economia burguesa disfarçada com terminologia marxista.

Se os conceitos de Marx de mais-valor absoluto e relativo são insuficientes para explicar a realidade das redes da produção global contemporânea, do que mais precisamos? A resposta é direta: uma conceituação teórica da superexploração. Como dito acima, Marx excluiu repetida e explicitamente de sua “teoria geral” do capital as variações internacionais da taxa de mais-valor e a diminuição dos salários abaixo do valor da força de trabalho. A redução do valor da força de trabalho através da supressão dos níveis de consumo (ou, o que dá na mesma, da redução de salários abaixo do valor da força de trabalho) é uma forma distinta, uma terceira forma de aumentar o mais-valor, e foi de importância central durante a era neoliberal, sendo a força motora fundamental por trás da arbitragem global do trabalho e do deslocamento massivo da produção para países de baixos salários.(...) »

A realidade imperialista versus os mitos de David Harvey

Por John Smith, via Review of African Political Economy, traduzido por Fernando Savella

Esta é a quarta parte que trazemos da polêmica envolvendo David Harvey e John Smith acerca do imperialismo. As outras partes são, na ordem, O Imperialismo ainda é um conceito relevante, David Harvey nega o imperialismo (um réplica) e A realidade concreta: David Harvey responde a John Smith.

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