É curioso que os pensadores escrevam tanto sobre "biopolítica" (depois de Faucault) e ignorem que esta começa logo na produção, isto é, no salário do operário. O capitalista paga apenas uma parte do tempo de trabalho, expropriando a mais-valia; o salário paga (mal) a reprodução da força de trabalho (trabalho vivo) desse trabalhador (dantes pagava o sustento de toda a família- prole-proletariado), ou seja, o que precisa comprar para sobreviver para mais uma jornada de trabalho. Portanto, o capitalista apropria-se do tempo todo de trabalho; logo, apropria-se do corpo do operário. Explora-o. Submete-o ao tempo, aos ritmos, às ordens, às finalidades. Mil corpos submetidos a dois ou três. Vidas submetidas a uma vida.
A ÉTICA devia começar por este ponto. Este grau da ontologia existencial. Biopolítica e bioética.
Sem comentários:
Enviar um comentário