Expropriação
Para MARX o conceito de exploração está na raiz do modo de produção mercantil capitalista. Se o investidor, o empresário (ou accionistas), não tivesse direito e poder para se apropriar do valor acrescentado (o mais, o excedente em bens e, no mercado, em dinheiro), do tempo não pago da força de trabalho, não investiria. Ele pretende ficar (ou realizar) mais dinheiro, sempre mais.
No entanto, o colonialismo e, em sua substituição, o neocolonialismo do século XX e deste que atravessamos transporta uma teleologia, digamos assim, que explica a chamada "globalização", isto é, a expansão do capital, expansão de territórios (terras, minas, combustíveis sólidos, madeiras, agronegócios) e de mercados para vender os seus produtos. Expansão sempre violenta - invasões, golpes de Estado, saques, endividamento- que é o que define a sua vocação imperialista, impossível de ser distinguida da formação do modo de produção capitalista (impropriamente chamada "acumulação original" ("primitiva") na Inglaterra do século XVI, conforme lemos em O capital, de Marx, e em Utopia, de More) que se tornou violentamente expropriadora no fim da Idade Média.
Foi o geógrafo-economista de fama mundial David Harvey que melhor estudou a expropriação.
Exploração e expropriação : as duas garras do capital. Nas raízes do nacionalismo, colonialismo, imperialismo.
Expropriação sob as monarquias absolutas que apoiaram os saques (e genocídios) do Novo Mundo. O outro e prata que muito ajudaram ao desenvolvimento do mercado capitalista.
Meios e resultados absolutamente desumanos (lembremos as duas guerras mundiais). Processos violentos e fraudulentos com que latifundiários e multinacionais expropriam milhares de pequenos agricultores na Índia, nas Filipinas, na Indonésia, nas Américas.
Processos que matam pela fome e devastam a natureza.
Não vejo como justificar eticamente.
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