Se a formação económico-social capitalista (engloba o modo de produção e as diversas relações sociais e instituições que a civilização capitalista criou, ou nela se criaram) fosse completamente negativa não se compreenderia que se tivesse desenvolvido, e não só sobrevivido, até à data.
Dir-se-á que sociedade de classes que é, capaz de oferecer mobilidade social (o "elevador social" que é a instrução, por exemplo), a burguesia (ou as diversas burguesias que existiram e agora existem), logicamente, sempre se sentiu bem, pois é a sua sociedade (mesmo quando a pequena-burguesia não quis, não quererá de novo, o regime hegemónico da alta-burguesia).
O que ontem esteve bem para muitos, amanhã pode não estar. São as crises. A economia capitalista nunca foi completamente segura inclusivamente para os grandes industriais e financeiros.
Ainda assim, e o mais que se pode acrescentar a este breve apontamento, se tudo fosse mau ficava por compreender-se a sua longevidade. E mais: os seus sucessos eleitorais.
Quando as análises marxistas não incluem as "positividades" deste modo de produção e suas transformações económico-sociais (científicas, culturais), não compreendem ou não explicam os porquês da confiança, submissão voluntária, consensos, vitórias de uns e derrotas de outros. No fundo e no final, as derrotas.
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