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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Prolegómenos-ÉTICA-12

«(...) O que leva o
proletariado a se opor à existência do mais-valor? Esta
oposição possui dois motivos: em primeiro lugar, porque a
existência do mais-valor significa sua exploração pelo
capitalista; em segundo lugar, independentemente da
exploração (ou da consciência da exploração), ele se opõe à
existência do trabalho alienado.
Marx foi o autor que se debruçou de forma mais
aprofundada sobre a questão do trabalho alienado. Segundo
ele:
O que constitui a alienação do
trabalho? Primeiramente, ser o trabalho
externo ao trabalhador, não fazer parte da sua
natureza, e, por conseguinte, ele não se
realizar em seu trabalho mas negar a si
mesmo, ter um sentimento de sofrimento em
vez de bem-estar, não desenvolver livremente
suas energias mentais e físicas mas ficar
fisicamente exausto e mentalmente deprimido.
O trabalhador, portanto, só se sente à vontade
em seu tempo de folga, enquanto no trabalho
se sente contrafeito. Seu trabalho não é
voluntário, porém imposto, é trabalho forçado.
Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas
apenas um meio para satisfazer outras
necessidades. Seu caráter alienado é
claramente atestado pelo fato de, logo que não   

haja compulsão física ou outra qualquer, ser
evitado como uma praga. O trabalho
exteriorizado, trabalho em que o homem
aliena a si mesmo, é um trabalho de sacrifício
próprio, de mortificação. Por fim, o caráter
exteriorizado do trabalho para o trabalhador é
demonstrado por não ser o trabalho dele
mesmo mas trabalho para outrem, por no
trabalho ele não se pertencer a si mesmo mas
sim a outra pessoa
(Marx, 1983b, p. 93).

 
Muitos encontram uma crítica “moral” ou
“humanista” ao capitalismo. Sem dúvida, é uma crítica ética
e humanista, mas é mais do que isso: é, também, uma crítica
do caráter alienado do trabalho numa sociedade capitalista e
de suas conseqüências. A psicanálise contemporânea, por
exemplo, comprovou os efeitos psíquicos destruidores da
organização capitalista do trabalho sobre os trabalhadores
(Dejours, 1988; Schneider, 1977). Por conseguinte, a
negação do trabalho alienado pelo trabalhador possui
fundamentos sociais, políticos, econômicos e psíquicos.(...)»Nildo Viana, O que é Marxismo?

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