PERSPECTIVAS. 2.
Nunca simpatizei
com o estilo de “construir factos políticos” utilizado com inegável mestria, em
tempos idos, pelo atual Presidente da República, nem fui seu espectador devoto
num longevo programa em uma estação privada de televisão. Não votei nele para o
cargo que ele hoje ocupa e torci o nariz àquele jeito que é só dele de se pôr a
jeito para os selfies e outras
beijoquices indiscriminadas e incontinentes. Ele em filosofia política é um
liberal, porém, como nós sabemos, a teoria foi absorvida tranquilamente pelo
chamado “neoliberalismo”, cujas promessas de um “mercado livre” para um “Estado
mínimo” deu como resultado injeções dos Estados para salvar os Bancos e
Parcerias Público Privadas quase sempre ruinosas para os Estados e,
naturalmente, para os contribuintes.
Marcelo Rebelo
de Sousa é o Presidente da República, cargo que ele conseguiu que o povo nele confiasse
e, porque não dizê-lo, amasse. Depois dos “anos de chumbo” de Cavaco Silva,
esse feito não é pequeno. Não sei se o nosso povo está dividido a meio entre os
que gostam de governantes sombrios e arrogantes, desconfiados e manhosos, e os
que gostam de políticos eleitos para cuidar e proteger o seu povo. Quero
acreditar que prefere os segundos. Sobretudo quando já tendemos felizmente a
esquecer a ditadura da Troika e seus executantes. (Tê-los-emos esquecido mesmo,
ou circulam por aí transfigurados em travestis e ventríloquos?)
É por isso que o populismo bom de Marcelo Rebelo de Sousa é, ou pode ser, um
antídoto aos populismos maus. Que
cada beijinho que ele receba ou que ofereça represente simbolicamente um doce
afago nos peitos augustos da Democracia, que o mesmo é dizer: do governo de
soberania popular.
Ele sabe que
esta solução governativa melhorou a vida do comum dos portugueses e que a
Direita (de que ele é adepto mas não advogado) perdeu o fôlego político e só
regressará mais cedo se o PS lhe abrir a cama.
JOSÉ NOZES PIRES
09/01/2019
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