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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Eleições presidenciais-Opinião-2

 A minha opinião baseia-se nos estudos divulgados nas últimas décadas do perfil dos eleitores do PSD-CDS, PS, BE e PCP. O eleitorado que flutua entre o Bloco e o PS e aquele que tende a permanecer mais fiel a cada um deles; o eleitorado que se conserva fiel ao PCP e o largo eleitorado que este foi perdendo a favor do BE e do PS, oriundo de classes e camadas sociais diferentes; nos estudos nacionais e internacionais sobre a classe operária tradicional (operários produtivos) em declínio na Europa a favor do crescimento dos empregados. A crise de influência do PCP, que reflecte a crise dos sindicalismo tradicional, é já antiga e perdurará (agravou-se agora profundamente, relacionada com outros factores); a crise actual do BE deriva da sua inconsistência sociológica (sectores instruídos de empregados do público e do "social") e ideológica e é muito provável que se recomponha com as incongruências do governo PS e o receio do neofascismo. A influência dos marxismos assenta nos militantes do PCP (actualmente uma escassa franja populacional de operários produtivos e empregados, conforme os números divulgados pelo último Congresso; escassa no conjunto dos trabalhadores por conta de outrem e dos empregados do Terciário e dos Serviços), sem entrarmos na profundidade dessa influência pois ninguém dispõe de dados tão "finos" para se poder construir uma avaliação objectiva suficientemente, e distribui-se sem "leninismos" ou com muito pouca dessa orientação marxista entre os simpatizantes activos do BE (professores, trabalhadores culturais, associações).

  Uma navegação paciente pela net permite-nos encontrar material suficiente. As transformações da classe operária (produtiva) entre nós têm sido insuficientemente estudadas em comparação com a abundante literatura em língua anglo-saxónica, italiana, alemã, francesa. Mesmo em comparação com Espanha a nossa sociologia e os nossos marxismos de índole local-nacional são visivelmente mais atrasados e menos inovadores (limitamos-nos em grande parte a incorporar e transmitir estudos alheios).

Isso dificulta o conhecimento dos perfis dos eleitorados. E, portanto, das tendências. Nas últimas décadas nenhuma obra mais se assemelhou ao Rumo à Vitória (1962) de Álvaro Cunhal. Apesar de bons livros de história contemporânea oriundos da escola de Fernando Rosas e de Francisco Louçã.


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