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sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Os pressupostos no "Jovem Marx". Muito interessante!

 

Bárbara Pérez Jaime e Javier Amadeo

 «(...) As formas sociais que a sociedade burguesa adquire fazem com que se produza uma abolição política da propriedade privada. Através da cisão entre sociedade civil e sociedade política, o homem pode se transformar num igual, juridicamente falando, apesar de existir a maior das desigualdades no âmbito social. Não obstante, a anulação política da propriedade privada não só não a destrói, como, pelo contrário, a pressupõe. A sociedade capitalista é uma sociedade profundamente cindida e alienada. Resultado e fundamento disso é a separação entre público e privado, cujo maior desenvolvimento teórico se encontra nas formulações de Immanuel Kant, em particular em seu texto Teoria e Práxis: a separação entre sociedade civil e Estado. A sociedade burguesa necessita realizar essa cisão por ser a única forma de legitimar o Estado enquanto representante de cidadãos iguais entre si e perante ele e, ao mesmo tempo, legitimar a propriedade privada, legitimar o reino da desigualdade civil, a que, por sua vez, é o fundamento do Estado capita-lista. A liberdade numa sociedade cindida desse tipo só pode se remeter à liberdade formal do âmbito jurídico.Marx explicitará características fundantes da sociedade burguesa ao analisá-la como uma sociedade alienada e cindida: “a propriedade privada chegou a ser o sujeito da vontade e a vontade não é mais que o predicado da propriedade privada” (Marx, 2005). Isso expressa a dominação real da propriedade privada sobre a sociedade moderna. A propriedade pode ser uma manifestação, um atributo do homem, mas se transforma no sujeito; o homem pode ser sujeito real, mas se transforma em propriedade da propriedade privada. Aqui encontramos a inversão sujeito-predicado e, simultaneamente, a formulação com a qual Marx começa a delinear o fenômeno do fetichismo ou alienação, que desenvolverá melhor nos Manuscritos (ditos de Paris, 1844). O lado social dos seres humanos aparece como uma característica ou propriedade das coisas. Por outro lado, as coisas aparecem dotadas com atributos sociais ou humanos. Esse é o embrião do argumento que Marx desenvolverá mais tarde em O Capital ao falar do fetichismo da mercadoria.Podemos ver a Crítica à filosofia do Direito de Hegel como a obra que conecta a visão de Marx sobre a dialética hegeliana com as últimas análises do Estado moderno e seu fundamento, a propriedade privada.(...)», 

in  O conceito de liberdade nas teorias políticas de Kant, Hegel e Marx Titulo Pérez Jaime, Bárbara - Autor/a Amadeo, Javier - Autor/aAutor(es)Filosofia política moderna. De Hobbes a MarxEn:Buenos Aires ; São Pablo LugarCLACSO/DCP-FFLCH-USPEditorial/Editor2006FechaColecciónEstado; Georg W Friedrich Hegel; Derecho; Emmanuel Kant; Libertad; Teoria Politica;Filosofia Politica; Karl Marx; TemasCapítulo de LibroTipo de documentohttp://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/se/20100603084925/19_jaime.pdf

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