Se a “democracia política” como caminho para o socialismo fracassou na Itália e no continente europeu, dando lugar ao avanço de correntes políticas autoritárias e neofascistas, no Brasil, uma sociedade marcada por gritantes desigualdades sociais e classes dominantes particularmente violentas, uma sociedade tradicionalmente excludente da maioria da população, com maior razão esse caminho se revelaria fadado ao fracasso. Apostar em um processo de permanente ampliação da “democracia política”, ou seja, da democracia representativa burguesa, que poderia, através da acumulação de forças chegar à conquista do socialismo, não passou de uma utopia fora da realidade e de uma grave ilusão na possibilidade de, nas condições brasileiras, obter soluções pacíficas nos conflitos cada vez mais sérios entre os donos do capital e os trabalhadores.
Anita Prestes,Centenário do PCB: os autodenominados “renovadores” dos anos 1970 e 1980, no blogue da Boitempo
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