À noite há criaturas que vomitam nas valetas
O gordo jantar regado com abundância.
À noite há homens deitados nas sarjetas
Sobre cartões tapados com jornais.
À noite há automóveis velozes com belas damas ao volante
E há crianças com o olhar baixo que pedem.
À noite há senhores de braço dado com a amante
E mulheres esquálidas de olhos esgazeados.
À noite há estrelas brilhantes no firmamento
E mortos-vivos que deambulam desempregados.
Saberás tu, Marta, porque são tão diferentes
o oceano e o deserto?
Vou morrer com perguntas na garganta
Tão longe de mim o que esteve tão perto.
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