Translate

quarta-feira, 10 de março de 2010

Denis Diderot

Denis Diderot nasceu em Langres no dia 5 de outubro de 1713; faleceu em Paris no dia 30 de Julho de 1784. Foi um dos filósofos de que mais gosto, não só pela seu pensamento filosófico analítico fino e arguto, como pelo seu talento enorme como ficcionista. Na filosofia destaca-se na organização da Enciclopédia, juntamente com o matemático D'Alembert, à qual dedica boa parte da sua vida, mesmo depois de D'Alembert haver abandonado tão grandioso empreendimento. As suas «entradas» para a Enciclopédia são memoráveis, a sua capacidade de trabalho e de angariação de colaboradores, entre os melhores espíritos da sua época, é extraordinária. «O Sobrinho de Rameau» é um escrito dos mais originais e profundos da modernidade (apenas foi publicado algumas dezenas de anos após a sua morte e tornou-se depressa uma obra de referência), crítica, mordaz, céptica, inovadora na construção dos diálogos e do narrador «Je». «O Suplemento à viagem de Bougainville», por sua vez, é uma ficção pioneira no tema da comparação entre os «selvagens» do Pacífico Sul e dos europeus, na qual os primeiros fazem figura de um saber viver mais feliz e adequado à natureza (uma lição sempre actual); é admissível que este livrinho magistral possa haver influenciado a visão utópica das ilhas dos mares do sul que veio a marcar profundamente gerações posteriores de artistas (o pintor Gauguin, por exemplo). «A Religiosa» é outro dos temas ousados que Diderot não receava enfrentar e, com toda a certeza, abriu caminho a toda uma literatura crítica da vida conventual. Enfim, «Jacques, o fatalista» é uma excepcional narrativa entre a filosofia e a literatura, contendo no seu interior uma das mais belas e enigmáticas histórias da ficção moderna (adaptada no século passado para o cinema e para o teatro).
Denis Diderot, no plano filosófico, foi influenciado por Bento Espinosa (ou por um certo neo-espinosismo) e um materialista em filosofia.As suas teses sobre o «vitalismo» continuam a merecer um renovado interesse.

3 comentários:

São disse...

É bom vir aprender aqui.

Li " A Religiosa" antes dos vinte anos e foi uma das obras que me marcou no sentido de me recusar sempre a dogmas e afins.

Que o dia seja excelente.

Meg disse...

Zé,
Tal como a São, também li "A Religiosa" ainda adolescente... quer dizer, tentei ler mas não consegui chegar até ao fim.
Quem sabe se não voltarei a lê-lo agora!

Beijo

Simão disse...

Gosto muito de ler livros de filosofia publicados na ex-Urss, um prazer estranho, admito. Diderot é muito elogiado nessas obras. Sempre fico pensando quanto tempo o filósofo, genial e irreverente, sobreviveria no país do sovietes. Li Jacques, o fatalista quando jovem. O seu belo texto me faz sentir vontade de repetir a experiência.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz: nele pereceram 4 milhôes de judeus. Depois dos nazis os genocídios continuaram por outras formas.

Viagem à Polónia

Viagem à Polónia
Auschwitz, Campo de extermínio. Memória do Mal Absoluto.