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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ditaduras

Sigo com frequência a transmissão pela SIC-Notícias das sessões conduzidas pela comissão parlamentar encarregada de averiguar, entre outras coisas, qual o papel do Governo na relação com os media, ou seja, com a empresa que geria a TVI (se quis adquirir uma participação forte através da PT,  se pretendeu controlar a informação, se interveio na extinção do «Jornal de sexta-feira», etc.), e se, sublinhe-se, o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento quando disse que sobre isso nada sabia. A sensação com que fico ( inquirição ainda não terminou) ao escutar perguntas e respostas é que o PS (através dos seus representantes nesta comissão) tudo fazem para condicionar a comissão de modo a que se chegue ao resultado que lhe interessa, isto é, o primeiro-ministro realmente não mentiu e, portanto, o governo nunca interveio, directa ou indirectamente por interpostas pessoas, para tentar controlar a livre e plural informação. Não só do que ouvimos mas também do que lemos na imprensa escrita (e se ouviu no Parlamento) emito o prognóstico antes do fim do jogo (que já vai perto do final, de resto) de que o governo não tem andado a fazer outra coisa senão isso mesmo (embora agora pareça mais retraído, é claro). Basta ver em que pasquim se transformou um jornal de referência como o Diário de Notícias, ou às razões mais ou menos obscuras que levaram à demissão do director do Público, ou seguir os tele-jornais (da RTP) que não são mais do que a voz-do-dono descaradamente e sem pudor.
É verdade que a imprensa escrita e televisionada sempre falou conforme os interesses dos patrões (os Governos, as administrações, os partidos políticos): a RTP é do Estado, a SIC é de Pinto Balsemão, etc. Contudo, não tenho memória de uma tentativa de controlo tão forte como a que assistimos com o governo do eng. Sócrates-PS. Talvez me falhe a memória.
Basta dar um exemplo: o PCP sempre foi marginalizado pela comunicação social - pública e privada- mas o silenciamento de que é alvo e vítima nunca foi tão clamoroso. Obsceno e anti-democrático. A ditadura fascista serviu para o proibir liminarmente (e punir). Festejamos há dias o 25 de Abril. 
Quem no Parlamento se preocupa em averiguar, através de uma comissão de inquérito, se e como e porquê, se marginaliza e silencia e descrimina um partido político?

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