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quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Ser e o Devir

Desde Espinosa que sabemos que o Ser é Uno. Todo o materialismo, na sua história guerreira e perseguida, assenta nesta ideia: há apenas uma substância para tudo o que existe. O Ser é unívoco, isto é, o Ser diz-se em um só e mesmo "sentido" de tudo aquilo de que se diz. A multiplicidade das formas imana do único Ser, possíveis todas as formas - metamorfoses - surgidas ou a surgir da potência infinita do Ser. Do Ser dizemos que ele é Matéria, ou materialidade a substância comum a todas as coisas e a todos os seres singulares, diferentes. Não são diferentes porque exteriores ao ser, é este que produz as diferenças. O Ser é sempre outro que não ele próprio. O mundo aparece-nos compacto e invariável; na verdade, não o é; a Matéria não é compacta nem inalterável, ela é multiplicidade pura, possiblidades imprevistas e ainda inauditas. De uma maneira geral as identidades são falaciosas e as representações sólidas meras ficções úteis. O Ser é idêntico em toda a parte;logo, não há entidade alguma que possua, sobre outra, maior valor ontológico ( pensamento, corpo, vivo, não vivo). São "partes" ou "pares" da mesma Realidade absoluta. Sobre esta, fora desta, não existe nenhum ente transcendente. De simulacros, místicas ou fetichismos, está cheio o senso comum, a superfície da superfície, a «caverna», a Mercadoria e o Mercado...Tensões, paixões, contradições, lutas, relações de poder, subjazem aos "mistérios". 
O movimento é tudo. Tudo devêm. O que virá pôde vir, porque o Novo é o inactual da potência, que se tornou actual.

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