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domingo, 5 de setembro de 2010
Farsas
A proposta do PSD para a revisão da Constituição da República não suscitou na altura interesse manifesto ao 1º ministro J. Sócrates. Porém, quando essa proposta anunciando ataques à Escola Pública e ao Serviço Nacional de Saúde provocou protestos na opinião pública, então o 1º ministro aproveitou o descrédito relativo do PSD e atirou-se ao tema como o gato à sardinha. Hoje não se cala e anda pelo país fora em romaria, inaugurando, por exemplo, uma creche em Torres Vedras, arvorando-se em campeão do Estado Providência; a ministra da Educação engasga-se com a pressa e lá desata a murmurar sobre novas escolas tipo hiper-mercados e a ministra da Saúde esfalfa-se a convencer-nos que tudo tem feito em defesa da Saúde (fazendo-nos esquecer, entre outras coisas, a lucrativa e alarmista campanha contra a gripe suína). O neo-liberalismo do Governo transformou-se, assim, subitamente, na mais pura e genuína social-democracia. Nos próximos dias veremos o 1º ministro a beijocar velhinhas nos lares, a distribuir sorrisos aos velhinhos acamados nos corredores dos hospitais e a assistir jovialmente a aulas das «Novas Oportunidades» nos mega-agrupamentos. O actor quando chora no palco, disfarça bem; o político quando diz uma coisa e faz outra, diz-se que é hábil e astuto. Eu diria que é outra coisa.
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